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Quando ele retornou tratei de esconder a expressão boba e apaixonada do meu rosto

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Quando ele retornou tratei de esconder a expressão boba e apaixonada do meu rosto. Não queria deixar transparecer o efeito que tinha sobre mim. Louis depositou meu café em minha frente e agradeci. Beberiquei um pouco da bebida, saboreando o meu café favorito. O escritor fez o mesmo, saboreando por mais tempo.

— É bom — afirmou. — Mas ainda assim prefiro chá.

O típico britânico, pensei. Ao pensar aquilo recordei de outro britânico incomodo que gostava de chá, mas que era muito chato e irritante. Empurrei-o para o fundo da mente e foquei no atual que estava sentado em minha frente.

— Eles servem chá aqui, por que não pediu?

— Eu queria experimentar algo novo — respondeu, dando de ombros.

Experimentar algo novo... Talvez fosse isso, pensei. Louis Turner parecia o tipo de cara que não gostava de rotina e se aventurava em coisas diferentes todos os dias. Ele já tinha vivido na França — por mais de um verão —, estudado na Escócia, passado grande parte da infância na Inglaterra, mas se mudado para o Canadá durante a adolescência. Sem contar sobre todos os lugares que ouvi falar que ele tinha visitado, como a Noruega, Egito, Grécia, Itália, China, Japão, Angola e Espanha. Países que eu provavelmente tinha visitado na minha imaginação, e que ele tinha feito questão de conhecer para dar mais realidade aos seus livros, que muitos se passaram nesses lugares. E o deu oportunidade de escrever histórias fantásticas, e vivenciar romances apaixonantes. Eu não sabia se era proposital, mas se fosse, Louis certamente era muito esperto.

— Onde nós estávamos? — perguntou, fazendo com que eu saísse dos meus pensamentos. — Você estava dizendo que eu estou te devendo algo, certo?

Senti certo constrangimento ao seu questionamento direto. Na verdade, nem eu mesma sabia o que estava cobrando. Louis voltou a vascular sua bolsa e retirou algo de seu interior. Arregalei os olhos em puro êxtase, unindo minhas mãos diante do rosto e ficando boquiaberta.

— Não pode ser! — exclamei, em total choque.

— Isso mesmo! — Louis estendeu para mim o seu livro ''Sete Dias com Ela'', que tinha acabado de lançar.

O peguei como se estivesse recebendo uma joia de valor inestimável. Segurei o livro diante dos meus olhos, observando a imagem de capa com a silhueta de um casal sobre uma colina agarrando-se apaixonados, no título bem desenhado e chamativo. Folheei suas folhas com delicadeza, sentindo o cheiro maravilhoso de livro novo, do toque liso das páginas e das letras que contavam sobre mais um romance fantástico.

— Por favor, fique à vontade para admirar o livro quanto quiser — aconselhou Louis em tom de humor. Retirei o livro do rosto e o encarei em perplexidade.

— Ele é lindo! — falei, admirada ainda por cada detalhe da capa.

— Bom saber que alguém gostou da capa — desabafou, olhando para a capa com certo desapontamento.

Sete Clichês em Minha Vida ✓Where stories live. Discover now