24. Dahyun

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Abro os meus olhos devagar, me acostumando com a claridade que entra pela janela. Meu corpo todo dói. Parece que fui atingida por um taco de baseball.

Estou deitada no sofá da sala de Yerim. Nem consigo me lembrar de como parei ali.

— Vamos, Bela Adormecida. Já perdemos a primeira aula — Yerim se senta ao meu lado no sofá.

— Eu acho que meu cérebro caiu — ela começa a rir. — Não ria. Está tudo muito confuso...

— Se chama "ressaca". Anda, vai tomar banho — ela volta para a cozinha.

Levanto com dificuldade e vou para o banheiro. Levo um susto quando vejo o meu estado. Cabelo bagunçado, olheiras e maquiagem borrada. O que aconteceu ontem?

Jogo minha roupa no cesto para lavar. Assim que sinto a água morna do chuveiro, fico aliviada. Porém, minha felicidade acaba. Yerim bate na porta, falando que vamos nos atrasar. Tiro todo o sabão do meu corpo e, logo, já estou enrolada na toalha.

Minha amiga me chama novamente. Dessa vez, para eu tomar a sopa "anti-ressaca" dela.

— Isso é receita de internet ou você que criou? — pergunto, me sentando na mesa.

— É uma mistura de receitas. Ficou bom, experimenta — ela coloca uma tijela na minha frente.

A tal "sopa", é de uma cor bem estranha. Um roxo meio cinzento. Uma gororoba.

— Morre se comer? — ela dá um tapinha no meu braço.

— Come rápido! Vamos nos atrasar ainda mais se você ficar enrolando.

Mergulho a colher naquela comida esquisita. Tampo o nariz e enfio na boca. Yerim olha para mim esperançosa, rezando para que esteja ótimo, mas eu quase não consigo engolir. Forço um sorriso misturado com uma careta de nojo e ela comemora.

Com certeza, foi a pior coisa que já comi.

ᴛ ᴇ x ᴛ  ᴍ ᴇ

Chegamos na escola no começo da terceira aula. Perdi a revisão para a prova de duas matérias. Espero que isso não me prejudique.

Antes de sair da casa de Yerim, tomei um remédio para dor de cabeça, mas ele não funcionou. Tudo que o professor falou, virou um grande bolo de palavras, me confundindo cada vez mais. Tenho certeza que meu cérebro caiu, é a única explicação.

O som do sinal aumenta cinco vezes na minha cabeça. Encosto a testa na mesa, morrendo de dor. Acho que eu nunca me senti tão mal assim.

— Hyunie, está tudo bem? — sinto a mão de Jimin nas minhas costas.

Levanto a cabeça para olhá-lo.

— Quero ir para casa, Jimin.

— Você está parecendo um zumbi — ele ri, mas para quando me vê séria. — Ok... Vem comigo.

Jimin pega minha mão e me guia para fora da sala. Vamos parar em um corredor que eu nunca tinha visto antes. As salas parecem todas abandonadas. Ele abre uma porta, onde tem uma escada longa e escura. Não tenho como contestar, Jimin me puxa para subirmos.

No final da escada, vejo uma porta de ferro. Ele faz força para a empurrar e, quando abre, uma luz forte brilha no meu rosto. Estamos no terraço.

Ando até perto da borda, encantada. Dá para ver parte da cidade, repleta de prédios recém construídos. Fecho meu olhos sentindo o vento fraco balançar meu cabelo. Eu já estou me sentindo melhor.

— Gostou? — Jimin para ao meu lado.

— Como descobriu como subir aqui?

Ele cruza os braços e faz uma cara pensativa.

— Eu precisava de um lugar para poder fugir de todos quando precisasse. Achei aquela parte da escola que está desativada e depois, a porta para o terraço.

Volto a olhar a paisagem. No meio de tantos prédios altos, ainda é possível ver o sol. Hoje ele não está tão quente como nos outros dias.

— Saíram ontem? — Jimin pergunta. Os olhos parecendo dois risquinhos, pela claridade que bate contra seu rosto.

— Sim. Me arrependi no momento que acordei no sofá hoje — ele ri.

— Você também é bem besta, né? Sabe que seu limite é menos cinco copos...

— Cala a boca, bundão — dou um tapa em
seu braço.

— Lembra se... ficou com alguém?

Meu cérebro parece voltar, quando ele faz a pergunta. Flashs da noite passada invadem minha cabeça.

Yerim e eu estávamos sozinhas na mesa. Um menino, não muito mais novo que nós, a chamou para dançar. Ela deixou as coisas dela comigo e foi. Fiquei um tempo ali sozinha, até um garoto pedir para se sentar comigo. Conversamos bastante, eu já deveria estar bem bêbada. E, então... eu o beijei.

Pelo menos batemos um papo antes de eu atacar ele.

— Sim — rio sem graça. — Até que era bonitinho...

Jimin solta um suspiro debochado, seguido de uma careta.

— Só queria que você percebesse os meus sinais.

— Que sinais?

— Os que mostram que eu gosto de você.

♡︎

oi gente, como vocês estão?

primeiro: muito obrigada pelos 5K viu 💗
segundo (não ignorem pls): vocês conseguem ver os gif's que eu coloco na mídia dos capítulos? me falem aí pra eu achar algum jeito de arrumar se não estiverem funcionando.

TEXT ME • jungkookWhere stories live. Discover now