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- O que é isso? – Pergunto afastando ele de mim, seu olhar é repreensor.

- Antonella, você é minha noiva.

- Falsa, sua noiva falsa – Digo rápido demais, minha cara deve estar de pura indignação.

- Sinto te informar, mia bella. Mas esse casamento é bem real e você será a mãe dos meus filhos.

Christovan tira seu paletó e sua blusa, mostrando seu peitoral e abdômen, ele tem um belo corpo, não? Ignoro meus pensamentos e saio do banheiro, aliviada por ele não ter me segurado. O que ele pensa que está fazendo? Só pode ter enlouquecido. Sento a mesa e encaro o pequeno lanche no canto da mesma, não sei de quem é, mas estou com fome.

Abro meu caderno e enquanto como, começo a desenhar, preciso tirar esse beijo da cabeça, esse casamento também, o corpo dele também, droga.

Droga ao quadrado.

Droga ao cubo.

Isso não podia estar acontecendo. Encaro a tela do meu celular, queria tanto que mamãe respondesse minhas mensagens agora. A tela acende e a esperança vibra em meu corpo, mas a mensagem é de Lorena, chamando-me pra sair, recuso e volto aos meus desenhos.


- Como é pesada, nem parece olhando de longe – Escuto a voz rouca de Christovan em meu ouvido, o que está acontecendo? Por que meu pé não está no chão?

- O que é isso? – Pergunto assim que abro meus olhos e percebo que estou sendo carregada pelo Sottocapo da máfia.

- Eu estou te levando pra cama, porque você estava dormindo em cima dos seus cadernos.

- Mas eu não pedi, quero que você me solte, agora – Atendendo meu pedido, Christovan me joga com uma força desnecessária, ainda bem que cai na cama.

- Posso nem fazer coisas boas que você ainda vai ver como algo ruim.

- Deixa de ser criança – Saiu sem querer.

- Digo o mesmo.

Ele apaga a luz e caminha até a cama, encaro seus movimentos confusa, o que ele pensa que está fazendo? Eu nunca dormi com nenhum homem ao meu lado, nem mesmo meu irmão ou meu pai, a ideia me assusta, mas preciso ser forte e preciso me acostumar, afinal passará a fazer parte da minha rotina.

Tentei esvaziar minha mente para enfim conseguir dormir, mas não deu muito certo, o calor humano é bom, mas saber que é Christovan ao meu lado me impede de aproveitar o momento.

Não lembro a hora que consegui silenciar as vozes na minha cabeça, para poder dormir, também não lembro quando fiquei tão próxima de Chris e muito menos dele passando o braço sob a minha cintura. Só sei que acordei antes do meu despertador, a respiração dele está batendo em minha nuca, sua mão aperta com força minha cintura e consigo sentir seu pênis em minha bunda. Eu definitivamente não acredito que isso está acontecendo mesmo. Logo o barulho do meu celular invade o local.

- Desliga isso – Ele diz, puxando-me para mais perto, como se desse para fazer isso.

Estico o braço e pego meu celular, desativando o alarme, levanto da cama com dificuldades e observo a cara de sono de Christovan, não posso negar que ele é muito bonito mesmo.

Adentro o banheiro como todas as manhãs e aproveito para tomar um rápido banho frio, coloco a calça jeans e a blusa solta branca, junto com meu tênis preferido e gasto, desembaraço meus cabelos e deixo solto. Volto ao quarto e encontro um Christovan sentado, bocejando, coçando com uma mão a barriga e com a outra o cabelo, numa cena fofa até.

A máfiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora