Série Amores Latinos - Mi Corazón Es Tuyo

Capítulo 05

Agatha

Já se passaram duas semanas desde que cheguei ao Brasil. Não está sendo nada fácil me adaptar, às vezes falo em espanhol com meus pais, meu pai entra na minha e arrisca umas palavras, erra a maioria e caímos na risada. Confesso que não achei que sentiria tanta falta do México, não a cidade em si, mas sim quem está lá, porém estou, meu peito às vezes dói de saudade, então prefiro não ficar pensando muito nessas coisas, passo o dia focada no trabalho, o que não adianta muito, já que de noite eu só sei pensar neles.

Fico sempre muito aérea quando penso em Otto e Zoe, sinto tanta falta dessa pequena, como será que ela está? Sempre pergunto para Ísis, mas ela só fala que Zoe está bem, é uma resposta tão vazia ao meu ver, ou talvez eu esteja com tanta saudade que queira saber mais do que apenas isso.

Nos três primeiros dias eu chorei, e não foi pouco. Meus pais estiveram comigo, me deram colo e não me questionaram, apenas me deixaram chorar e me fizeram carinho. Percebi que senti muita falta disso, correr para o colo deles e chorar quando algo não dá certo, como quando eu era criança. Às vezes nem durmo, fico apenas pensando neles.

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- Vamos pequena diga que gosta da titia! - Zoe me olha e sorri, essa menina me tem em suas mãos, a amo de uma forma incondicional.

- Nem adianta, se for para ela dizer algo, será papai, não é meu amor? - Otto chama atenção dela que sorri lindamente para ele. Todo o amor dela é direcionado a ele, é tão bonito de se ver, a forma que eles aprenderam a se comumicar, o quanto se amam, eu fico como uma boba apaixonada admirando eles.

- Coitado, eu vou ensiná-la a dizer titia Agui, será a primeira coisa que ela falará quando desembestar. - Ele me contou que ela as vezes solta uma palavra ou outra, contou que ela já disse papai, os olhos dele brilharam com tanta intensidade só de lembrar, imagina quando ela diz? Ele deve ser o pai mais feliz desse mundo. Eu não queria ser a titia, mas enquanto eu mesma ficar nos sabotando, é isso que serei.

- Sonha.

- Sonho mesmo, não custa nada. - Sorrio depois de mostrar a língua para ele. - Não faça isso pequena, em hipótese alguma. - Exijo e ela afirma, olho para Otto que está nos observando, tem um brilho que não sei decifrar em seu olhar, acho que ele gosta de me ver com Zoe. Ele se aproxima, cada vez que ele faz isso meu coração dispara, não há nada mais traiçoeiro que meu coração. Apenas um encostar de lábios me deixa boba, borboletas passeiam dentro de mim. Sorrio, ele retribui, Zoe exige atenção e nos voltamos para a menina.

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- O que você fez comigo Otto?

- Filha? - Olho minha mãe na porta, faço sinal e ela entra. - Tudo bem? - Afirmo. - Não minta Agatha!

- Eu não sei de mais nada mãe.

- Ama ele? - Olho minha mãe, ela é esperta, perceptiva, não duvido que saiba muito bem de tudo, ou quase tudo. Penso um pouco, amor, é algo tão grandioso, assusta um pouco.

- Estou apaixonada e sinto que não devia permitir esses sentimentos em meu coração.

- Quer contar mais sobre isso?

- Não sei.

- Pode ser melhor dividir.

- Talvez sim.

- Por que o odeia filha? O que aconteceu?

- Eu nunca o odiei. Quer dizer, no começo sim, eu o odiava, tinha uma raiva enorme e um medo maior ainda.

- Não entendi.

- Eu ainda estava na faculdade, as meninas tinham saído, eu não estava bem, Brenda quis ficar, mas eu a obriguei a ir, passei mal, não tinha medicamento, fui comprar, já estava tarde, mas a farmácia era tão perto. - Minha mãe arregala os olhos, seu peito sobe e desce.