Limpezas e Torturas.

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-Acordem! Acordem!

Eu abri meus olhos, atordoado. Quando recuperei o foco da minha visão, eu me assustei. Tinha um cano de arma em meu rosto.

-Todo mundo no salão. AGORA!

Ainda atordoado, eu me levantei e segui os outros "confinados" (como eu os apelidei) para a grande porta de metal.

Havia muitas salas naquele prédio. Vários quartos. E só de pensar no que aconteceria ali dentro daqueles cômodis imundos...

Paiva estava nos esperando no salão da boate. Suas roupas estavam muito diferentes. Pretas. Pesadas. "Darks". Ele segurava uma pistola nas mãos.

-Andem logo! Isso! Agora, prestem bem atenção... da próxima vez que eu pegar alguém brigando no.dormitório, eu vou arrancar pedaço por pedaço da lingua, e dos lábios, e depois vou colocar na comida de vocês...

Ele olhou nos meus olhos quando disse isso. E eu senti um arrepio passar pela minha espinha, quando ele chegou perto de mim, encostou a arma na minha bochecha e disse:

- Estamos entendidos?

Ele não gritou nem nada. Mas eu preferia que ele tivesse feito isso. Por que ele falou isso num sussuro tão assustador, que o silêncio, que antes me pareceu ensurdecedor, estava me parecendo estourador de típanos.

Ele parou por mais alguns segundos. E então disse:

-Agora, escutem! Esqueçam tudo o que aconteceu com vocês até aqui. Esqueçam suas vidinhas medíocres de putas ricas e viados mauricinhos. Vocês agora vivem aqui! É terminantemente proibida a saída sem autorização do prédio. E se eu pegar alguém tentando fugir...

Uma menina loira do meu lado começou a chorar.

-Por quê você está chorando..? Não está feliz? Vadia!

Ele deu um tapa na cara dela.

-Responde!

Ela pôs a mão no rosto. E o encarou chorando. Mas dessa vez de raiva.

Ela levantou, e o empurrou na parede.

-Escute aqui, seu merdinha, ninguém bate em minha cara!

E deu um soco no rosto dele.

Ele virou o rosto. E estava sorrindo. Isso mesmo sorrindo. Mas um sorriso muito sinistro.

Ele deu outro tapa no rosto dela.

-Como? Puta!

Um chute.

-Vadia!

Um murro.

Ele sacou a arma e apontou para ela.

-Agora, você vai ver quem é o merdinha.

Ela entrou em pânico. E recomeçou a chorar. E a implorar que ele não a matasse.

Ele olhou bem pra ela. E disse:

-Sala de tortura!

Dois seguranças chegaram. E a carregaram para a porta manchada de vermelho, no final.do corredor dois.

-Não! Não! Por favor, não qualquer coisa, menos isso! Não! Não! Não!

Ela implorava. Mas ele nem a ouvia, ou fingia que não. Ele simplesmente virou para gente, como se nada tivesse acontecido, e disse:

-A Boate abrirá daqui a alguns dias. Duas semanas, para ser exato. E vocês, farão o trabalho de limpeza dela. E eu não quero ver um grão de poeira no chão. Por que se eu vir...

Ele saiu do salão e se dirigiu para a sala de tortura. Assim que ele entrou pudemos ouvir os gritos de dor da menina loira. Gritos estridentes. Eram horríveis.

No mesmo instante, baldes, vassouras, e todo tipo de produtos de limpeza estavam a nossos pés.

Um segurança chegou.

-O negócio é o seguinte, Um grupo fica lá embaixo, com os banheiros e o porão, e o outro aqui em cima, com os quartos e a sala da tortura.

Eu e mais algumas garotas estremeceram de leve ao ouvir isso. Ele deu um pequeno sorriso, e dividiu os grupos. Eu fiquei com o de cima.

-Ouçam. Não tentem, de jeito nenhum abrir a porta preta. Quem for pego lá, será mandado por dois dias ao quarto da tortura. E vocês não.vão querer conhecê-lo.... hahaha.

Eu fiquei parado... não conseguia me mexer direito...

-Andem! Vão!

Enquanto eu passava a cera no chão, eu podia ouvir is gritos da menina loira diminuindo...

Diminuindo...

Até que a única coisa que eu pude ouvir, foi o barulho do balde se arrastando.

Uma menina se foi.

Revenge: As CinzasWhere stories live. Discover now