CAPÍTULO 31-ESTELA ESTRANHA O NETO

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(ALERTA: ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES.)


Foi uma decisão  de Diogo voltarem imediatamente para a cidade de Kaio Dantas.

Estela percebeu que ele já havia arrumado suas coisas, inclusive levava de volta  tudo o que ela lhe enviara da fazenda e que havia pertencido a Mateus.

Acreditando que ali começava uma nova vida...uma vida em que o espaço vazio há anos finalmente seria preenchido por Mateus reencarnado (ele evitava pensar nas discrepâncias em torno da idade que teria o novo Mateus, já que só tinham se passado sete anos...), Diogo foi a um barbeiro, cortou os cabelos descuidados, fez a barba, tomou um banho demorado, vestiu as suas melhores roupas e respirou como se estivesse começando vida nova!

Mais tarde, o próprio Diogo iria avaliar que estava embriagado a ponto de não raciocinar direito.

Eram sete anos...sete anos sem Mateus...como ele esperava reencontrar com um Mateus já adulto em tão pouco tempo? Será que, esperto como era, o seu amado conseguira burlar a vigilância celeste e se apossara do corpo de um homem adulto?

No caminho de volta, Estela contratara um carro particular. O neto não parava de falar entusiasmado, relembrando o passado, relembrando suas aventuras com o primo morto, relembrando o quanto eram ousados em desafiar Deus mesmo num dia de tempestade forte.

_Lembra-se daquela serra ali, Estela?_disse apontando para o local onde haviam corrido nus em meio aos raios.

_Mas é claro que me lembro!_ela sorriu contagiada pela alegria do neto.

Aquela era a receita: a convivência com o espírito jovem lhe devolveria a vida há tando lhe subtraída, ela acreditava. Voltaria a sorrir, voltaria a escrever como antes, voltaria a ter a casa cheia com os amigos de Diogo que, com certeza, voltariam a procurá-lo...tudo seria como era pra ter sido se não tivesse sido interrompido pela morte de seu neto mais velho. Talvez, pensou a escritora, Deus finalmente decidira que já bastava de tanto sofrimento em sua vida e agora a deixaria viver feliz novamente!

_Mateus era louco demais, Estela, louco demais!_ele alterara a voz e arregalara os olhos, coisa que ela nunca o tinha visto fazer.

Diogo fechou os olhos com força, mordeu o lábio inferior e socou várias vezes o encosto do  banco da frente, chegando a atrair a atenção do motorista que os olhou pelo retrovisor. 

A escritora admitiu que o neto realmente parecia entusiasmado demais para alguém que até as vésperas demonstrava  que nunca mais colocaria os pés na fazenda...aliás, que nem falaria novamente  com ela.

Diogo agora fumava um cigarro com a aparência duvidosa...meio mascado e parecendo meio úmido. Ela torceu para ser um cigarro comum, de palha, talvez. Tantos rapazes gostavam daquele jeito rústico de fumar. Montavam seu próprio cigarro ali mesmo...alguns inclusive misturando especiarias como canela, cravo...Talvez fosse um desses produtos que fazia o cigarro de seu neto exalar aquele cheiro diferente dentro do carro.

Milagre, Estela imaginou, aquilo só poderia ser um milagre mesmo!

A presença dos pais atrapalhando o retorno do seu neto querido pra fazenda  não foi descartada, pois agora, longe dos dois (Cristiano falecido e Miriam nos Estados Unidos), ali estava o seu antigo neto cheio de entusiasmo pela vida.

_Para aí!_berrou Diogo dando tapas no ombro do motorista que se assustou e freou bruscamente.

O homem não gostou daquela intimidade, especialmente porque ele já estava incomodado com o cheiro de maconha que vinha do banco de trás. Imaginou que a avó fingisse não estar percebendo que o neto estava fumando maconha.

QUANDO O AMOR ENLOUQUECE!-Armando Scoth Lee-romance espírita gayOnde histórias criam vida. Descubra agora