2.VERDADES E MENTIRAS

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O Jovem índio ajeitou a cadeira e ajudou o homem mais velho a colocar-se nela. Um índio por volta dos cinqüenta anos, cabelos pelos ombros, lisos e negros, cobertos por um chapéu preto de vaqueiro. Usava roupas simples, assim como o rapaz.

Ficaram ali, fitando o porto, o homem com as mãos apoiadas nos joelhos, em sua cadeira de rodas. O rapaz com as pernas cruzadas, apoiado no capô do rabbit. Eu não sabia o que fazer. Senti minha mão se retesando e então uma lasca da madeira da mesa se soltou. Opa! Preciso me concentrar, senão vou acabar quebrando toda a mobília da cafeteria.

Chamei a garçonete, e pedi que me trouxesse a conta. Ela atendeu-me prontamente, eu paguei e disse a ela que ficasse com o troco. Ela havia sido bastante gentil comigo, merecia.

Levantei-me e cuidadosamente dirigi-me até o lugar onde o carro fora estacionado.

- Com licença Senhores, por acaso um de vocês é o Sr Billy Black?

- Sim, sou eu. (respondeu o mais velho)

- E este é meu filho Jacob Black.

- Encantada. Eu sou Satine Volturi.

- Você disse, Volturi?

- Sim, este é meu sobrenome. Na verdade é o sobrenome da família pela qual fui criada.

- É descendente da filha de Marie?

- Na verdade, um pouco mais que isso, o senhor a conhece, ou conheceu?

- Sou descendente dela, Marie faleceu à muitos anos. Mesmo assim, não entendo como você soube desta história incomum, depois de tantos anos. Será possível? A única filha de Marie deveria ter pelo menos oitenta anos!

- Noventa e um, precisamente.

- Você é parente dela? A conheceu?

- Como eu disse, um pouco mais que isso. Eu... na verdade... sou a filha de Marie!

- Mas se é assim, então é verdade! As histórias a respeito de seu pai, você é mesmo filha dele. Mas... Espere... Como assim... Você nunca procurou por ele, sempre estivemos vigiando. Ele nunca procurou por você também.

- Sem chance!

Interrompeu-nos o garoto.

- Ela não é uma sanguessuga! Nem tem cheiro de sanguessuga, veja... (e aspirou o ar bem no meu pescoço, fazendo-me cócegas com seu hálito quente. Eu não estava acostumada a ter humanos tão perto, sempre tentei manter distância. De qualquer maneira, aquele garoto era extremamente quente)

- Não sinto cheiro de sanguessuga, me arrisco até em dizer que o cheiro dela bem... é... diferente, é bom, cheira um pouco doce, mas não enjoativo, está mais para frutas silvestres. Um pouco amadeirado e folhoso, mas não pinheiro, mas como, folhas num dia de tempestade. Sem dúvida é um cheiro bom.

- Bem, depois dessa análise minusiosa de meu cheiro, devo crer que não acredita que sou uma vampira.

- Espera aí, me dê a sua mão, deixa eu ver.

Estendi minha mão em sua direção, ele a pegou um pouco menos gentil do que eu estava acostumada, mas não desrespeitoso. Olhou para ela primeiro, em seguida colocou-a entre suas mãos grandes e quentes, fazendo-a suar quase isntantâneamente.

- Hum... sem chance de novo, é quase quente, como as pessoas e, nem é dura feito pedra. Talvez um pouco mais dura que a maioria das garotas, mas, sem dúvida não é uma sanguessuga. Está até suando.

A filha da luaOnde histórias criam vida. Descubra agora