4.VIDA EM FAMÍLIA

610 34 0
                                    

Meu pai aproximou-se de mim para lembrar-me de que ainda faltava a parte mais dolorosa do tratamento. Colocar meu braço no lugar certo! Por causa dos esforços que eu havia feito, o osso fixou-se com um pequeno desvio, mesmo sendo pequeno atrapalhava meus movimentos. Claro que colocar um membro no lugar, consistia em quebrá-lo novamente, essa era a parte ruim.

Subimos as escadas novamente, seguidos por Alice e Esme, até o consultório. Esme estava com cara de desespero olhando para mim e tentando acalmar-me, enquanto meu pai prepara-se para o procedimento, auxiliado por Alice. Achei tão gentil a atenção dela que quis explicar-lhe que tudo estava bem.

- Esme está tudo bem, é o mais correto a se fazer nessa situação, a calcificação errada pode prejudicar meus movimentos mais seriamente, no futuro. Vai doer só na hora, eu posso agüentar!

Ganhei um beijo na testa, Esme afastou-se e meu pai veio até a maca em que eu havia me sentado.

- Deite-se meu bem, e relaxe o braço, prometo que será bem rápido.

Fiz como ele havia pedido, deitei-me e estiquei o braço em sua direção, ele tocou com os dedos, procurando a junção da articulação, quando ele se preparou para puxar eu o interrompi:

- Papai, acho que é um pouquinho mais acima, se puxar vai tirar meu cotovelo do eixo, precisa localizar o polegar na ponta do úmero. Assim doe menos.

Ele parou e virou-se para mim, seu rosto era incrédulo. Alice aproximou-se sorrindo, com Esme a seu lado.

- Isto é o que podemos chamar de “filho de peixe, peixinho é!”

Meu pai arregalou os olhos, parecia não acreditar no que esta ouvindo.

- Como pode saber de tudo isso, não me diga que você é...

- Médica! Pois é, acho que temos mais em comum do que imaginávamos.

Meu pai abraçou-me sorrindo, era tão bom ver a satisfação em seus olhos. Ele tinha orgulho de minha profissão! Depois de tantos anos, finalmente alguém entendia minhas razões, pensava como eu.

- Bem Dra Satine, vamos fazer como a senhorita disse, então.

Com um crec e um gemido, meu braço foi quebrado novamente e colocado no lugar certo. Meu pai terminou fazendo uma tala e colocando-o em uma tipóia.

- Bem, agora que está pronto, acho que preciso ir. Já está ficando tarde, com o braço assim, vou demorar um pouco mais para chegar a Seatle.

- Como assim “chegar a Seatle?” quem foi que disse que você pode ir embora! Diga Carlisle, ela não pode ir embora, não é? Como ela vai dirigir assim, sozinha!

- Acalme-se Alice, também acho que Satine deve ficar, mas a decisão pertence a ela.

Meu pai virou-se para mim com seu sorriso mais quente, era impossível recusar algo a ele.

- Claro, mas não quero incomodá-los. É melhor perguntar a opinião dos outros.

Descemos as escadas os quatro. Na grande sala, pouca coisa havia mudado. Apenas Edward e Bella não estavam mais lá. Esme explicou-me que ele havia levado a garota para casa, já era tarde e o pai dela poderia preocupar-se. As coisas para eles estavam meio difíceis depois de todo o acontecido de Volterra.

Entre os que estavam presentes, todos pareciam felizes em ter-me como hóspede. Dadas as circunstâncias, achei melhor ficar mesmo, o gesso em meu braço estava dificultando um pouco as coisas.

Alice segurou em meu braço bom e me puxou para o andar de cima.

- Venha Satine, pode usar o meu banheiro se quiser, acho até que minhas roupas podem te servir. Venha por aqui, este a direitas, isso.

A filha da luaWhere stories live. Discover now