Devo ter adormecido logo. Acordei na manhã de segunda-feira, com o livro no colo e atrasada. Corri para o chuveiro e me lavei, escovei os dentes e penteei os cabelos o mais rápido que pude. Como meu cabelo não queria me ajudar, prendi tudo em um rabo de cavalo. Coloquei um vestidinho florido de mangas três quartos, com legging e sapatilha de boneca. Desci as escadas correndo, com a bolsa de couro que ganhara de Alice nas mãos. Minha irmãzinha estava sentada na soleira da porta, com as chaves do carro nas mãos.
- Porque você não me chamou!
- Você estava dormindo tão bonitinho!
- Agora estou horrível, nem tive tempo de me arrumar.
- Pare de bobagem, você está linda!
- Ah claro! Sei!
Entramos no carro e praticamente voamos para a escola, mesmo assim, chegamos depois do professor. Tive que pedir desculpas novamente, e é claro Edward divertiu-se novamente com isso.
- Não diga nada! Meu humor está péssimo.
- O que foi? Eu nem disse nada.
- Mas pensou!
- Achei que eu fosse o único que pudesse fazer isso!
- Isso o que, garoto?
- Ler pensamento.
- Há, há. Muito engraçado.
- O Newton está muito desapontado por você ter acabado com a tentativa dele.
- Tentativa de que?
- Chamá-la para sair.
- Ele ia fazer isso?
- Ao que parece, ia. Ele pensou nisso a semana toda.
- E você nem me contou!
Dei um soquinho devagar em seu ombro.
- Belo irmão você é, nem me protege!
- Achei que soubesse se cuidar sozinha.
- Engraçadinho.
- Obrigado, eu tento! Mas falando sério, porque está tão estressada.
- Sei lá, sinto como se tivesse borboletas em meu estômago.
- Eu hein! Achei que só as humanas passassem por essas transformações hormonais periódicas.
- Você está tão engraçadinho hoje! Vamos prestar atenção à aula, afinal deve ser só a centésima vez que vejo este assunto.
Edward estava rindo quando o professor voltou-se para nós dois, ele pigarreou e fingiu uma tosse. Se não fosse por maus irmãos, eu provavelmente não suportaria a escola.
No intervalo, não fiquei com os outros. Meu humor estava tão negro que eu não conseguiria fingir interesse pelos assuntos humanos. A tal Jessica Stanley, ignorando minha vontade de solidão, veio até a mesa em que eu estava com meu livro nas mãos e me interrompeu.
- Satine, posso perguntar uma coisa?
- Bem, uma coisa você já perguntou, mas tudo bem. Pode perguntar outra.
- O rapaz de ontem, o Jacob, ele veio buscá-la semana passada não veio?
- Sim, ele veio.
- Vocês estão tipo, namorando?
- Porque quer saber?
- Não, por nada. É só que este garoto, ano passado, meio que dava em cima da Bella. Sabe como é, eu quis te avisar.