A chuva veio sem aviso na tarde tranquila.
Os planos não seriam mudados por esse simples impecilho.
Os minutos se passaram e o tempo escureceu.
Ela sentada no banco da praça, apenas esperava.
As gotas geladas e finas ainda não eram suficientes para incomodá-la, ela olhava o infinito e pensava.
Torcia as mãos, não podia disfarçar a ansiedade. Dois garotos corriam pela praça, na chuva fina. Ela sorriu.
Um cachorro vadio se coçava logo adiante e lhe sorria, satisfeito com sua falta de que fazer. Feliz, quem sabe, na ignorância de sua liberdade canina.
A chuva ficava mais forte e insistente, os garotos já haviam desaparecido e o cachorro agora tentava se esconder embaixo de um carro baixo demais.
Ela riu. Também levantou-se para atravessar a rua a procura de abrigo. A chuva agora já estava forte o suficiente para deixar pesada a jaqueta jeans que trazia nos ombros.
Um carro branco chegou lentamente. Parou.
Ela não podia ver seu condutor, mas ele a via.
A porta do motorista abriu. Ele desceu devagar.
O coração dela podia ser ouvido a dois quarteirões, e então ela se lembrou da felicidade do cachorro, livre. E também se sentiu livre.
Uma liberdade sem fim, como a liberdade da chuva que corria pelos seus cabelos longos e encaracolados e que terminavam em gotas nas pontas de cada fio.
Ele sorriu. E no calor da chuva fria que caía, dois corações acelerados se encontraram.
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Nada está em seu lugar
Short StoryUma coletânea de contos românticos, poemas e pensamentos, escritos ao longo de muito tempo, que agora decidi dividir. Espero que gostem, publicarei aos poucos, conforme for digitando todos os que tenho escritos à mão. Boa leitura.