Nem tão bom assim

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Três meses de aula se passaram e eu não poderia estar mais feliz, já que isso significa que meu plano tem sido um sucesso e, além disso, eu pude ter contato com novas pessoas incríveis e outras nem tão incríveis assim. E também porque Hoseok apostou que eu não conseguiria ficar nem três meses aqui e eu, obviamente, ganhei.

— Para a apresentação desse ano, iremos fazer uma dança das luzes. — Quando sra. Hye disse isso, eu vibrei por dentro porque achei a ideia sensacional, mas os alfas ao meu redor pareceram não gostar muito.

— Do que adianta fazer aula de dança se não vamos poder mostrar o corpo, apenas silhuetas? — Um deles reclamou.

— Do que adianta viver se um dia vai morrer? — Alguém retrucou e eu já estava ficando tenso, vai que eles resolviam sair no soco.

— Bom, como eu ia dizendo... — Um detalhe sobre a senhorita Hye que vale ser citado é que ela não liga muito para os comentários idiotas que alguns alfas fazem, talvez ela seja bem seletiva com aquilo que quer ouvir, talvez seu ouvido a deixe escutar apenas aquilo que importa e deixe sair pelo outro aquilo que não faz diferença. Quero ter esse poder algum dia — De acordo com o que venho observando, darei a um de vocês um solo.

Poucos foram aqueles que realmente vibraram. Eu estava vibrando, mas por dentro. Desculpe senhorita Hye, mas sou tímido. E também não posso ao menos cogitar pegar o solo.

— Será que eu tenho chance? — Taehyung sussurrou para mim e eu ri. Ele tinha chances sim, durante o tempo que venho o arrastando para as aulas comigo, ele tem se mostrado um bom dançarino, e tenho certeza que se praticar, vai melhorar mais e mais.

— Eu gostaria de anunciar o aluno ganhador do solo. — Todos de repente ficaram atentos e as conversas paralelas cessaram.

— Não seja eu, não seja eu, não seja eu. — Suplicava com o tom de voz baixo, para que Taehyung não ouvisse, e tinha os dedos das mãos cruzados.

— Jae! — Ela exclamou e eu suspirei aliviado. Jae sorriu de uma forma que eu nunca tinha visto (porque ele sempre me lança sorrisos cínicos) dessa vez ele estava realmente feliz e foi diante do sorriso dele que eu pude perceber o quanto isso era realmente importante para ele. — Por favor, me dê licença para que eu possa chamar o Jimin.

Misericórdia.

Enquanto Taehyung batia palmas, todos os presentes me encaravam, inclusive a professora, em expectativa.

— E-eu? Professora, eu n-não posso... — Tenho certeza que ninguém ouviu o que eu disse, pois começaram a me empurrar para frente.

Diante de todos, com Hye segurando meus ombros em um abraço meio torto, observei Jae me encarar. Eu diria que ele estava com raiva, mas talvez não de mim. Como dançarino, eu consigo entender. É sempre bom ter seu esforço reconhecido, e quando isso não acontece, é natural que fiquemos magoados com nós mesmo por não termos nos esforçado o suficiente para atingir nossas metas e expectativas.

— Jimin me impressionou desde da primeira aula, e venho observando sua dedicação e, a cima de tudo, a sua força de vontade, que muitos de vocês aqui não tem. — Ela usou o discurso para lançar indireta, achei afrontoso. — Nada mais justo que lhe entregar o solo. Parabéns, Jimin! — E os alfas bateram palmas e eu só conseguia pensar em como queria sumir.

No final da aula, a professora pediu que eu ficasse porque tinha algo para me dizer. Enquanto ela arrumava sua bolsa, eu estava parado em frente à sua mesa. Ela se levantou e sorriu.

— Gosto do que está fazendo, Jimin.

Mas eu nem estou fazendo nada, eu estou completamente parado e em choque. O que será que ela quer dizer? Bem, eu só quero terminar logo com isso para poder ligar para o Hoseok e mandar ele encomendar meu caixão antes que Jae possa me cremar e jogar minhas cinzas no rio mais próximo. Talvez se eu apenas agradecer ela me deixe ir...

Nem tão alfa assimWhere stories live. Discover now