4 - O mal que habita em mim

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DENTRO DO YAGURA – SELO DO SHUKAKU

Tudo ficou escuro de repente, podia sentir algo duro e gelado contra as costas, parecia estar deitado no chão, percebeu que estava de olhos fechados, então abriu lentamente temendo o que veria. Era apenas uma sala vazia, nada como seu último pesadelo.

— OLHA SÓ QUEM VEIO TORRAR MINHA PACIÊNCIA PESSOALMENTE DESSA VEZ! — A voz extremamente alta e poderosa vinha de trás de si. Era assustadora, mas Yagura sorriu ao ouví-la. — É O PIVETE CHORÃO!

Shukaku vivia preso por um emaranhado de estranhos fios que lembravam uma rede de chackra, por eles sua energia vital era compartilhada com o débil corpo do menino, e isso era o que o mantinha vivo.

— Como você está hoje, Shukaku? Ainda dói muito? — Já recomposto, levantou-se do chão e caminhou parando a uma distância segura do biju, aproximadamente um braço do menino. — Eu senti você gritar ontem e...

— GRITAR? EU? EU NUNCA GRITO! — Gritou ofendido pelo comentário — NÃO DE DOR, PELO MENOS. O QUE VOCÊ ACHA QUE É PIRRALHO? ACHA QUE EU VOU SOFRER SÓ PORQUE UM MOLEQUE DOENTE PEGA UM POUQUINHO DA MINHA ENERGIA? NUNCAAAAA. UM DIA EU VOU SAIR DAQUI E VOU ESMAGAR CADA UM DAQUELES SEUS PARENTES IRRITANTES.

— Eu prometo que vou estudar bastante. O Sasoshi disse que eu não tenho talento para medicina, mas se eu estudar vou aprender um jeito de não precisar da sua energia, aí vou poder te soltar. — Claro que tinha medo das ameaças da fera, mas compreendia o ódio do outro, afinal quem gostaria de viver preso e ainda ser usado desse modo?

— EEEEEH... SE É TÃAAAO BONZINHO, POR QUE NÃO ME SOLTA AGORA FEDELHO? PARE DE HIPOCRISIA, VOCÊ NÃO É MELHOR QUE OS OUTROS HUMANOS. EU VOU ANIQUILAR TODOS VOCÊS INÚTEIS.

— Nã-não posso... desculpe — uma lágrima escapou dos pequenos olhos cansados. Mesmo o biju se assustou ao ver o pequeno humano se ajoelhar no chão cobrindo o rosto com as mãos, enquanto soluçava. — Des-desculpe, por favor. Eu nã-nã-não posso agora, mas eu vo-vou dar um jeito.

— Ei, moleque! Para com isso pirralho. TÁ MOLHANDO MEU CHÃO, PIVETE. — Parou um instante para pensar no que dizer. — PARA DE CHORAR. É LÓGICO QUE VOCÊ NÃO VAI ME SOLTAR, É SÓ MAIS UM HUMANO IDIOTA. EU... JÁ TO ACOSTUMADO... ENTÃO... PARA COM ISSO.

— E-eu não posso. Se te soltar agora a... a... a mamãe iria sofrer muito. Ela já perdeu dois bebês, não posso fazer isso com ela... Tenho que ser um bom filho — As lágrimas aumentaram, ele começou a soluçar. Devido a ligação que tinham, Shukaku podia sentir a tristeza do garoto, mesmo que não admitisse sabia que as palavras eram verdadeiras e, pela primeira vez, sentiu pena de um humano — Me desculpe... eu vou resolver, prometo.

— BLÁ!  E QUEM DISSE QUE EU QUERO SUA AJUDA? EU VOU SAIR SOZINHO, ENTÃO PARA COM ESSA CENA. EU BEM QUE PODIA TER SIDO SELADO NAQUELE SEU AMIGO QUE BRINCA DE BONECA. PELO MENOS ELE NÃO PARECE UM BEBÊ CHORÃO.

— O Sasoshi? Não ele é muito forte. — Por um momento Yagura se distraiu do que o chateava. — Você consegue vê-lo?

— EU SEI DE TUDO QUE VOCÊ FAZ. É A ÚNICA COISA QUE MATA MEU TÉDIO AQUI. — Shukaku animou-se um pouco vendo que o outro não chorava mais. — ELE TE FAZ DE GATO E SAPATO.

De repente Yagura começou a sentir-se sonolento, o que queria dizer que seu tempo ali estava acabando. Deitou-se no chão enquanto sua visão escurecia lentamente e, quando praticamente não enxergava nada, sentiu um toque em seus cabelos.

— Você vai viver muito, para quando eu sair poder te matar pessoalmente, piralho. — Shukaku sussurrou.

Família Sabaku - MenmaNGحيث تعيش القصص. اكتشف الآن