Restaurada

Noite de Nupcias

Após todas as comemorações terminarem, Sofia se viu perdida em pensamentos, o marido havia deixado em suas mãos a decisão de consumar ou não o casamento, nunca havia tido esse tipo de conversa com ninguém, até que teve vontade de perguntar a Jady quando essa se casou e vivia a suspirar pelo marido, mas achou inconveniente, como achava que ia conseguir não se casar, pensava que não precisava saber desse assunto. Estava agora com a camisola que a mãe trouxe para que usasse andando de um lado para o outro no quarto imenso que seria seu a partir de  agora e não sabia o que fazer. Com toda certeza Maxon estava por trás daquela porta e estaria ele com raiva dela por não cumprir seu papel de mulher?

Decidiu sair e ir tomar um pouco de água, já havia dispensado a criada e não queria perturbar ninguém tocando o sino. Saiu devagar do quarto com uma vela nas mãos, caminhou até as escadas procurando não fazer barulho. Não queria acordar ninguém e não queria que Maxon percebesse que havia saído do quarto, poderia pensar que ela estava com medo dele. Se perdeu pois estava em uma ala que nunca havia andado, se precipitou a começar entrar em todas as portas do andar onde ela acharia que teria uma cozinha e antes que chegasse no corredor do seu destino, viu uma porta entreaberta e uma luz vindo de lá, curiosa como sempre foi, decidiu olhar quem estaria acordado.

Maxon não havia conseguido dormir, nem ao menos teria terminado de trocar de roupa, andava ansioso por entrar no quarto de Sofia e pelo menos conversar, então para respeitar o espaço dela e não agir precipitadamente, decidiu ficar na sala do trono, precisava pensar como agir com ela para a conquistar, não queria que seu casamento que já não foi por amor se tornasse um fardo para sua esposa, ele realmente amava Sofia e faria de tudo para que ela se sentisse bem, agradecia a Deus por já estarem tendo uma melhor conexão que antes. Outro fator que o deixou perturbado foi o rei Boris ele disse claramente que não desistiria de Sofia, expulsar ele do reino foi o certo a se fazer, mas foi muito estressante. Ele saiu proferindo ameaças e inclusive jurou lhe matar, não que Maxon pensasse que o rei conseguiria, mas havia a nuvem da dúvida no ar.

Ao olhar pela fresta da porta ela viu o marido cabisbaixo sentado no trono e sentiu-se culpada, talvez ele estivesse assim por sua culpa, ela sabia que ele a amava e que pudesse ter criado expectativas para essa noite, achava péssima ideia a mãe ter falado nesse assunto com ela justo hoje, estava enchendo a mente dela de dúvidas e sentimento de culpa e agora ver ele ali ainda vestido como no jantar só aumentava. Maxon como que com reflexo olhou para a porta e a viu. Ela sentiu-se forçada a falar algo e deu dois passos para dentro da sala.

- Eu senti sede. - achou que seria o suficiente para ele entender o que ela fazia fora do quarto.

- A partir de amanhã avisarei a criada que não esqueça de deixar água para você. - ele diz a olhando, ela percebeu que estava de camisola e apertou mais o robe. - Está sem sono?

- Sim. - ela começou a se aproximar dele, queria perguntar o motivo dele estar ainda ali. - Você também? - sentiu-se corar.

- Estou sem sono e pensando no episódio com Boris, acha que ele tentaria uma guerra comigo?

- Não sei Maxon eu não confio nesse homem. - ela diz abraçando o corpo. - Tenho medo até de chegar perto dele. 

Ele vendo ela abraçada ao corpo como se quisesse se proteger, estende sua mão a ela e ela aceita, então ele a puxa para perto dele e apoia a cabeça na barriga dela para falar.

- Preciso de ser feliz com você. Não me perdoaria lhe ver triste pelos corredores por eu não ser um bom marido. - ela fecha os olhos sentindo culpa mais uma vez.

Sofia sentou nos degraus do trono encostando a cabeça na perna dele que rapidamente passou a acariciar seus cabelos loiros que tanto admirava. Nada foi dito, nem um dos dois ousou desmanchar o momento, um sentia a necessidade de estar perto do outro. Após longos minutos ela resolveu romper o silêncio.

- Vamos subir? Precisa descansar. - ele concordou e subiram de mãos dadas esquecendo-se da água e de todos os medos. Ao chegarem no quarto ele deixou ela no seu quarto e quando foi para sair ela segurou sua mão e sem falar nada abriu com a outra mão o robe, revelando a camisola ousada que sua mãe havia levado para essa noite. - Temos um casamento para consumar. - disse envergonhada o fazendo rir.

- Tem certeza? - ele pergunta preocupado. - Não quero que faça por mim.

- Eu desejo estar perto de você, quando fiquei nesse quarto sozinha, senti-me triste e quando lhe vi na sala do trono foi como se eu tivesse encontrado a paz. - ela disse sem o olhar e ele não deu resposta selou os lábios dela com um beijo e decidiu dar a melhor noite de núpcias que ela poderia imaginar.