Restaurada

Visita

Uma semana após eu enviar as cartas, minha irmã e meu cunhado chegam e eu me sinto mais aliviada, com eles alguns reis e príncipes que estão de passagem indo para a fatídica guerra também, acomodamos os que iriam pernoitar em nosso palácio e decidimos fazer um jantar na noite seguinte para tentar alegrar os ânimos dos que estavam sofrendo com a tal guerra.

Acordo cedo e vou para a cozinha instruir o pessoal sobre o que pensei para o jantar e só então vou para meu café da manhã. Comemos em um ambiente mais alegre, Jady tem esse poder de deixar tudo mais animado e eu a amo por isso, principalmente em meio a tanta coisa ruim acontecendo.

Mateus Magno vai com alguns dos reis para a fronteira prometendo voltar a tempo do jantar e as mulheres vão pra a casa dos pais de Norah, queriam fazer uma visita para eles e trazer Kayanny para o jantar, então eu fiquei só com Luzia para organizar tudo, não vou mentir que ainda fico desconfortável com a presença dela, imaginando que seja uma traidora entre nós e fico me reprimindo por isso e em constante oração. Como ia almoçar só peço a minhas damas que me acompanhem no almoço, assim como, Luzia também. Quando estamos almoçando Luzia diz que temos visita e antes que eu olhe para ver quem entra em minha casa sem ser convidado ouço a voz que tanto me perturba, gostaria de saber o motivo dele ter criado essa paranoia em mim.

- Rei Boris. - digo seca e quando vou fazer menção de levantar, ele coloca a mão em meu ombro e diz:

- Admirável prazer te ver mais uma vez minha rainha. - fico estática paralisada de medo dele e começo a olhar para o nada orando mentalmente que apareça alguém. - Ia de caminho para Noruega e passei aqui para lhe ver. Aproveito para lhe lembrar que a guerra está no fim, vou retirar meus homens e deixar a Finlândia em paz, mas será por pouco tempo, irei vir lhe buscar para mim e não adianta tentar se esconder nas asas do seu marido, pois para mim ele já é ponto morto. - beija meu rosto e se vai como chegou.

Me derramo em choro e Luzia vem até mim me consolar, com ajuda das meninas ela me leva até meu quarto e eu não consigo mais segurar tantas lágrimas. Não demora muito tempo a caravana das meninas chega e Luzia conta o que houve no almoço e todas vêm ao meu encontro me consolar e decidimos reformular a segurança do castelo com ajuda de Josuah que está conosco. Estávamos todos na sala de reuniões quando Mateus e dois dos reis que saíram com ela voltam e nos diz uma notícia nada boa.

- Eu sinto muito informar a vocês que o imperador foi ferido nessa tarde. Acabamos de saber. - ele diz e eu me abraço com Jady chorando.

- Quem fez isso? - Josuah fala.

- Não sabemos ainda, foi uma bala pelas costas ele está muito mal.

- Meu pai. - sussurro e me preocupo com as duas grávidas no nosso meio para não se emocionar muito. - Ele ficará vivo?

- Esperamos que sim, está critico a situação dele. - Mateus fala abraçando a esposa que se soltou de mim para ir para seus braços.

- Soube que a guerra está no fim. - digo. - Maxon irá voltar e poderei ir ver meu pai. - digo sentando e apoiando as mãos na cabeça.

- Quem falou sobre a guerra? - Mateus pergunta.

- Rei Boris veio aqui me ameaçar. - digo o olhando. - Disse que iria retirar os ataques, devolver meu marido e depois o tirar de mim. - volto a chorar.

- Isso é um absurdo. Temos que reforçar a segurança nesse reino. - ele diz sério indo até a janela. - Acho que alguém facilitou a entrada dele. - constata o que já imaginava também.

Ficamos no clima de um consolando o outro o resto do tempo todo, não houve mais jantar festivo, afinal todos os meus amigos amam meus pais que os ajudaram tanto, preciso escrever para mamãe e dizer que irei assim que der. Ele estava para vir passar uma temporada aqui comigo e ver Gabriel mais vezes e agora nada. Fico muito mal com tudo que está acontecendo e minha felicidade é minha fé em Deus e meus amigos comigo.