Capítulo 6

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Eu não devia ter abusado da minha sorte, devia ter superado ele de verdade, odiado ele quando recusou minha carta de maneira tão fria.

- Por que fui me envolver de novo? – Ainda estava no banheiro, e lavava o rosto que estava uma tragédia depois de ter chorado. O sinal do final da aula havia tocado e eu estava sem forças para sair do lugar. Peguei meu celular que não parava de tocar e vi as mensagens de meus amigos no nosso grupo de conversa.

Pelo visto as fofocas foram parar em seus ouvidos e, como não apareci na aula, eles estavam muito preocupados. Respondi que precisava de um tempo sozinho, mas estava bem e já iria para a sala. Suspirei, ergui a cabeça e fui concluir o dia de aula.

Ao chegar em casa, disse que estava com um pouco de dor de cabeça a senhora Johye e fui direto para o quarto. Não iria conseguir encarar o Yedam na janta e fingir que nada aconteceu.

Joguei minha mochila em um canto e me atirei em cima da cama, não tinha vontade nem de trocar de roupa.

- Mesmo estando com o coração doendo, não consigo odiar ele. – Suspirei – Será que sou masoquista? - depois de alguns minutos encarando o teto, me levantei e abri a primeira gaveta da escrivaninha. Lá de dentro, retirei minha cartinha. A primeira carta de amor que escrevi na vida, e que nunca seria lida. Abri o envelope, retirei o papel que estava diligentemente dobrado e comecei a reler.

"Olá Bang Yedam! Eu te conheço, mas acredito que você não me conheça. Me chamo Kim Doyoung e estudo na classe F. Te conheci a dois anos, em seu discurso no primeiro dia de aula, foi quando comecei a te admirar e com o passar do tempo, vi esse sentimento crescendo e se transformando dentro do meu peito. Como nunca tive coragem de te falar pessoalmente resolvi escrever essa carta e te dizer:

Eu te amo!"

Após terminar, novamente meus olhos começaram a se encher de lágrimas. Estava na hora de deixar isso pra trás. Adormeci sem perceber, segurando minha carta e com o sentimento de quando acordasse, iria deixar tudo pra trás. O que eu não vi, foi que logo após eu adormecer minha carta seria finalmente aberta por outra pessoa.

Yedam POV

- Kim Doyoung – Yedam bateu a porta do menino sem obter uma resposta.

- Doyoung? – Yedam bateu novamente, e de novo não teve uma resposta.

- Será que ele saiu? – Ele carregava uma cartela de comprimidos para dor de cabeça que sua mãe o havia obrigado a levar para Doyoung depois que o outro não apareceu para jantar. Aparentemente ela estava ocupada demais com a louça para fazer isso.

Não obtendo resposta, Yedam abriu a porta para ver se havia alguém e deixar os comprimidos lá dentro, quando viu que o mesmo havia adormecido de uniforme.

- Ele tá todo torto, vai acordar com dor no pescoço além da dor de cabeça – cochichou Yedam, indo acordar o outro para se arrumar, foi quando viu que ele estava abraçado em um envelope.

"O que é isso? Já vi em algum lugar", pensou ele tirando o envelope rosa da mão do outro, cuidadosamente.

Ao ver seu nome no lado de fora da carta, ele se lembrou do dia que outro tentou entrega-la na frente da escola. Abriu e começou a ler o conteúdo da mesma.

Depois que terminou de ler, colocou ela ao lado do menino que dormia profundamente na cama e o observou por alguns minutos, antes de deixar a cartela de comprimidos em cima da mesa e sair silenciosamente do quarto.

Doyoung POV

Um mês havia se passado desde o ocorrido e as coisas já estavam de volta a sua rotina normal, com o Yedam e ele trocando poucas palavras por dia. Todos na escola agora já estavam cientes de que eles estavam morando na mesma casa, mas as fofocas sobre os dois haviam diminuído bastante, ainda mais que essa semana se iniciavam as competições esportivas entre classes.

Aquele Beijo Travesso Where stories live. Discover now