#48 > Acho que teres deixado crescer o cabelo e a barba fez-te mal ao cérebro.

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Afinal acabou sempre por aguentar ficar mais tempo sem lhe contar. Esperou mais do que um ano, esperou mais do que dois, esperou quatro anos para conseguir voltar para casa e conseguir finalmente descansar como deve ser depois de seis/sete anos sempre a trabalharem em todos os álbuns que saíram até ao momento da pausa.

A banda precisava realmente de férias, sentiam-se esgotados e sabiam que não conseguiam dormir como deve ser desde que tinham saído da sua cidade natal quase sete anos antes.

-Mal posso esperar para ver a minha antiga cama. – Murmurou Gustav num tom ensonado, Bill riu-se e assentiu com a cabeça.

Tinham voltado mais vezes a Magdeburgo, mas sempre foi complicado de conseguir ver Dylan, quando eles chegavam lá: já ela tinha saído e sempre que ela voltava, tinham eles acabado de ir embora.

Bill estava com medo de já não sentir nada por ela, de já não sentir que a amava e de apenas sentir qualquer coisa pela sua voz... que acabara por ser uma mera esperança de sentir algo por ela quando voltasse finalmente.

-Achas que ela ainda gostará de mim? – Perguntou ao irmão gémeo que parecia estar num outro mundo que não aquele. Suspirou e deu um pequeno safanão em Tom. – Tu estás a ouvir-me?

-Desculpa, mas desde que saímos de Los Angeles e viemos para Berlim e que estamos enfiados nesta maldita carrinha que eu te estou a ouvir a dizer isso. – Resmungou e Bill assentiu com a cabeça em modo de pedidos de desculpa, realmente ele não poderia fazer nada e ele compreendia como o irmão se devia estar a sentir. – Neste momento tu não te vais embora enquanto não lhe disseres que estás apaixonado por ela.

-Mas e se...

-Logo verás.

Tentava ao máximo não entrar em pânico porque era o facto de "ir ver" que o estava a deixar naquele estado de nervos. Sabia que estava totalmente diferente do normal, tinha deixado de pintar o cabelo de preto há muito tempo e passou ao loiro, começava a pensar em pintar o mesmo de rosa choque. Deixara crescer a barba e a maneira de se vestir tinha mudado radicalmente. Tinha feito mais uns quantos piercings e mais umas quantas tatuagens, tinha mudado. Apenas Jenny e Andreas tinham consciência dessa mudança. Não sabia se Dylan tinha...

Chegaram ao destino em menos de meia hora, a carrinha parou na casa onde outrora tinha vivido. Não conseguiu deixar de sorrir ao pensar nos tempos que fora feliz lá e nos momentos vividos entre todos.

-Vamos entrar?

-Ainda têm a chave?

Os dois amigos perguntaram, enquanto pediam para que o segurança os deixasse estar e fosse estacionar a carrinha um pouco longe por via das dúvidas. Enfiaram a chave na ranhura e abriram a porta com calma.

-Já chegaste, Dylan? Pensava que irias... - Bill foi o primeiro a avançar quando ouviu a voz de Jenny. A mesma abraçou o melhor amigo sem saber o que dizer. Sentia as lágrimas já a quererem derramar com tudo o que estava a acontecer. – Há quanto tempo que não vos via... parece um sonho!

Respondeu concretamente e todos se riram. Na realidade, nos últimos quatro anos tinham acabado por ver mais Andreas pela parceria que os cinco tinham em relação ao design das capas dos seus álbuns e nas outras colaborações.

-Desculpa, querida, mas chegámos! – Georg confessou e foi ele o segundo a ser abraçado.

-Visita relâmpago?

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