A conversa

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Magnus Bane Point of view

Alexander sem dúvida era a minha paz, a minha alegria e meu arco íris no final de um dia chuvoso, e não era nem exagero falar que ele era um tipo de presente enviado do céu para a terra só pra levar paz por onde passa. Cada conversa e cada minuto ao seu lado só reforçava tudo que eu sentia por ele, mesmo a distância, não era capaz de impedir de fazer meu coração bater a mil por horas só pelo fato de ouvir sua risada.

"Já se passaram quase cinco horas de ligação." – ele falou e eu pude ouvir sua respiração calma.

Destravei o celular e vi que iriam fazer cinco horas que estávamos conversando por ligação. E cada gargalhada dada e eu te amo falado, eu me sentia sortudo pra caralho por ter encontrado a minha paz. Eu nunca fui de acreditar que uma pessoa fosse capaz de preencher todas as lacunas e os vazios que exista em meu ser em tão pouco tempo, e olha eu aqui agora, eu transbordava amor.

- Yeah! As horas passam voando quando estou conversando com você. – falei colocando o celular sobre meu abdômen já que a ligação estava no viva voz.

"Isso é bom, podemos ficar conversando por ligação, por sei lá mais quarenta e oito horas?" – ele falou de forma manhosa e eu sorri – "Sério só quero ir pra casa logo, as horas aqui parece que não se passam."

Eu gostaria de entender o motivo de Alexander não se sentir confortável em sua casa. Tudo o que eu sabia sobre os Lightwood é que eram uma família de elite e que seu pai havia falecido ano passado e deixado toda a responsabilidade dos negócios da família para ele, negócios esses que eu não fazia a menor ideia do que fosse, mas que lhe deixava completamente em pânico quando se tocado no assunto. E por esse motivo Alec havia fugido para New York porque não conseguia lidar com tudo que estava acontecendo.

- Você já está em casa, Alexander. – falei enquanto fitava o quadro com a foto de quando eu era criança ao lado dos meus pais.

"Não, minha casa é ao seu lado..." – falou baixo.

Eu me senti fraco, parecia que todas as minhas forças haviam evaporado. Quando ele havia me dito que me tornei sua casa no nosso primeiro encontro, eu fiquei sem saber o que falar, eu só sabia sentir e sentir... e agora que ele repetia que sua casa era ao meu lado eu me senti anestesiado.

- Eu te amo tanto! – falei quase que em um sussurro.

Ele não havia dito de volta que me amava, mas não era necessário que falasse, sua respiração lenta e sua risada quase inaudível responderam perfeitamente o que eu já sabia. Batidas suaves na porta ecoaram por todo o apartamento.

- Deve ser o papai, ele saiu cedo pra comprar as coisas para a ceia de Natal. Vou abrir e já venho. – falei me levantando do sofá em que estava deitado.

"Okay"

Ele respondeu e eu sorri ao ouvir o quão rouca e deliciosa sua voz saiu. Coloquei o celular em cima da mesa de centro e caminhei em passo lentos até a porta e ao abrir dei de cara com Jonathan.

- Mags! – falou sorridente.

Eu senti a bile subir pela minha garganta e minha cabeça girar.

- Jonathan! O que você está fazendo aqui?

Foi a única coisa que conseguir falar.

- Não está feliz em me ver? – perguntou com um pequeno sorriso.

- Você não deveria estar aqui.

Falei ligeiro empurrando a porta para fecha-la, mas Jonathan foi rápido demais impedindo que a mesma se fecha-se.

- Por favor... – sussurrei.

Ele empurrou a porta me fazendo recuar alguns passos para trás e a fechou atrás de si. Olhei dele para o celular que estava em cima da mesa de centro e engoli em seco quando Alec falou.

"Magnus... quem está ai?" - sua voz saiu grave e fez meu corpo se arrepiar, não de uma forma boa.

- Não vai dizer ao seu novo namorado que sou eu? – Jonathan falou com um cinismo que me deu nojo.

Respirei fundo e caminhei até o celular e desativei o modo viva voz e o coloquei sobre o ouvido.

- Alexander... – falei baixo e ele nada respondeu – Ligo pra você daqui a pouco, Yeah?

A linha ficou muda...

Fiquei encarando a tela de bloqueio que era uma foto minha e de Alec, onde eu beijava sua bochecha e ele sorria largamente mostrando suas covinhas profundas.

- Vai ficar encarando a tela do celular ou vai falar comigo? – Jonathan falou "tentando" ser brincalhão.

Fitei uma última vez a tela do celular antes de trava-lo e colocá-lo novamente sobre a mesa de centro, então encarei Jonathan.

- O que você está fazendo aqui? –perguntei novamente tentando controlar a raiva em minha voz.

- Não é obvio? Eu vim trazer seu presente de Natal. – falou levantando uma caixa vermelha perfeitamente embalada.

- Jonathan...

- Magnus, mesmo a gente ter terminado isso não impede que sejamos amigos, certo? Ou seu namorado impede? – perguntou e eu nada falei – Eu havia comprado esse presente pra você bem antes da ideia de terminamos ser cogitada. Você não vai recusar, vai?

Ele falou estendendo a caixa de presente em minha direção, quando fui pega-la nossos dedos se roçaram e ele sorriu.

- Obrigado! – falei.

- Não vai abrir?

- Claro!

Levei a caixa e a coloquei sobre a mesa de centro e me abaixei em sua frente, respirei fundo antes de retirar toda a embalagem e meus olhos brilharam ao ver uma maleta de madeira.

- Eu sabia que você iria gostar. – falando sorrindo.

Lhe fitei e desviei o olhar para a maleta de desenhista profissional, abrir a mesma e ela estava repleta de lápis caros e de todos os tipos e cores. Ele sempre soube que ter essa maleta era o que eu mais queria quando ainda cursava arte.

- Espero que ela seja um incentivo pra você voltar para a faculdade.

- Eu não posso aceitar. – falei deslizando os dedos pelos lápis caros.

- E por que não?

- Custou caro, e você não tem obrigação de me dar. – falei me levantando.

- E por ter custado caro que você deveria aceitar. O que eu posso fazer com uma maleta de desenhista profissional, sendo que mal sei desenhar um boneco palito?

Fechei a maleta e caminhei em sua direção lhe entregando.

- Não posso aceitar!

- Magnus...

- Jonathan, por favor vai embora, você nem deveria estar aqui. – falei um pouco alterado.

- Por que não? Por causa do seu namoradinho? – soltou com sarcasmo – Onde está ele agora?

- Não! - ignorei sua última pergunta.

- Então por que?

- Você precisa me esquecer Jonathan, se você me ama do jeito que fala porque não me deixa seguir a minha vida em paz?

- Deixar seguir sua vida com o homem que roubou você de mim? – falou meneando a cabeça diversas vezes.

- Ele não me roubou de você, eu não te pertencia à anos, Jonathan. Só estava cego e não quis ver isso.

- Seu relacionamento com ele é um erro e você sabe disso. – falou alto.

- Você sabe o que é um erro? – lhe fitei com raiva - Eu e você! A gente foi um erro e sempre seremos.

Ele travou o maxilar e me encarou, seus olhos estavam mais escuros que o normal e eu confesso que senti medo quando ele se aproximou de mim com os punhos fechados. Recuei alguns passos para trás até sentir meu corpo sobre a parede fria.

- Vai me bater como da última vez? – engoli em seco quando ele levantou o punho fechado e o direcionou em minha direção, fechei os olhos e então ele acertou um soco na parede atrás de mim.

- Eu nunca te machucaria novamente. – seus olhos estavam repletos de lagrimas.

Eu senti minha garganta queimar. Então ele deslizou os dedos sobre minha bochechas, as juntas dos seus dedos estavam com um pouco de sangue devido ao fato dele ter socado a parede.

- Por favor vai embora... – pedi baixinho.

Ele me fitou uma última vez e então respirou fundo saindo do meu apartamento e batendo com força a porta atrás de si.

Soltei o ar que prendia e deslizei minhas costas pela parede e desabei no chão. Meu peito subia e descia por causa do choro. Segurei minhas pernas e encostei minha cabeça sobre os joelhos enquanto soluçava, e a lembrança que eu mais lutava pra esquecer de Jonathan tomou conta de mim.

"- Eu já te disse que não é pra você usar essa porra de lápis de olho. – Jonathan gritou e jogou o porta retrato com nossa foto no chão da sala do seu apartamento.

- Você tem que parar com essa porra desse ciúme doentio! – esbravejei.

- Ciúmes? Isso não é ciúmes porra!

- E é o que então? Me fala? – gritei tão alto que minha voz ecoou dentro de seu apartamento.

Jonathan estava possesso de raiva por conta que um cara me encurralou no banheiro do Hunter's Moon e falou que eu estava completamente sexy usando lápis de olho preto. E Jonathan possessivo como sempre, acertou um soco no meio da boca do homem.

- Eu não quero que você fique se insinuando para os outros homens caralho!

- É apenas a porra de um lápis de olhos, não é como se eu tivesse esfregando meu pau nele!

Jonathan me encarou com ódio, ignorei seu olhar e comecei a caminhar até a porta. Eu senti meu braço ser puxado com uma força sobrenatural, ele me fez virar com brutalidade e juntou meu corpo na parede.

- O que você pensa que está fazendo? – perguntei baixo.

Ele cerrou o punho e levantou.

- Jonathan... – sussurrei.

- Você é meu, Bane. – falou próximo ao meu rosto.

Senti o cheiro da bebida alcoólica em sua boca.

- Eu não sou um objeto, Jonathan, e muito menos um brinquedo.

- Cala a porra da boca!

Gritou e acertou um soco forte em meu rosto."


Aquela lembrança me aterrorizava até hoje e quando a ficha caia que aquela cena quase se repetiu hoje me deixava apavorado. Quando eu conheci Jonathan ele não era agressivo assim, ele era um tanto amável. Nos primeiros meses eu vivia em um relacionamento quase perfeito diga-se de passagem, e depois ele começou a ficar com um ciúmes possessivo, foi ai que eu descobri que ele estava saindo com uma galera barra pesada que fornecia drogas a ele.

Depois de descobrir que ele usava drogas tentei terminar com ele, e o mesmo havia prometido que buscaria ajuda com um profissional e assim o fez. Depois de quase uma semana "limpo" ele estava entrando em abstinência. O levei novamente para o psiquiatra e depois de mais alguns exames foi comprovado que ele estava com complicações Neuropsiquiátricas o que explicava o seu surto de raiva e violência, e na noite do mesmo dia que lhe acompanhei ao psiquiatra ele me bateu.

Eu poderia ter terminado com ele ou coisa do tipo, mas no fundo eu sabia que ele não havia feito aquilo por que quis e sim por causa dessas complicações Neuropsiquiátricas. No dia seguinte do ocorrido ele pediu até pelo amor de Deus que eu o perdoasse e que aquilo jamais iria acontecer novamente e assim eu o fiz, lhe perdoei porque eu sabia que aquele homem do dia anterior não era o mesmo pelo qual eu havia me apaixonado.

Passei mais um tempo encolhido no chão para então me levantar e caminhar até a mesa de centro onde peguei meu celular e disquei o número de Alexander, e só dava na caixa postal. Então comecei a digitar.

Charming Prince: Gatinho...

Charming Prince: Quando ler essa mensagem por favor liga para mim

Charming Prince: Eu juro que eu nunca imaginei que Jonathan iria aparecer aqui

Charming Prince: Eu sei que você está com raiva e deve estar me odiando agora

Charming Prince: Mas, por favor...

Charming Prince: Não deixe que ele estrague o que temos

Charming Prince: ...

Charming Prince: Eu te amo

The Prince (MALEC)Where stories live. Discover now