Capítulo 5

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Após entrar em seu quarto e o trancar, Luck se sentou em sua cama para colocar a cabeça no lugar, pensou em tudo em sua vida, seus pais, seu futuro de fato ele era o herdeiro e com isso seu dever era garantir descendência e com isso sabia que teria que se casar.

-Porque será que tem que ser assim?- ele coçava a cabeça enquanto falava e andava pelo quarto-Ser um Nevergan, virar rei.

E olhando uma tapeçaria em sua parede que escondia um pequeno armário secreto.

-Rei Luck Nevergan, clã conhecido por ter guerreiros tão firmes e corajosos- levantando a tapeçaria e olhando o armário- corajosos... se me pertencesse escolher meu caminho poderia ser quem sou.

Escondendo novamente o compartimento com a tapeçaria, andou até sua mesa em frente a janela e pegou a adaga que seu pai havia lhe dado quando tinha 15 anos, era de ouro com uma pedra verde e outra vermelha no cabo, a verde lembravam seus olhos e de fato estas eram as cores do brasão de seu clã, abriu uma gaveta e pegou um pedaço de madeira para entalha-lo. Ficou boa parte da noite a luz de uma ou duas velas, depois de um tempo entalhando olhou para seu reflexo na adaga não havia notado as lagrimas que escorriam em seu rosto, notou que estava com uma expressão fria e séria igual a de seu pai.

-De fato, com essa cara e uma adaga, eu pareço um Nevergan- colocando a adaga na mesa e olhando para o pedaço de madeira, que havia escrito o nome de Filipe, as lagrimas começaram a dificultar mais sua visão- Se continuar chorando como um tolo, não vou conseguir dormir não é.

Levantou-se e foi dormir.

Logo amanheceu, os primeiros raios de sol da manhã cobriam as montanhas, árvores, flores, e o rio com brilho angelical que trazia a qualquer viajante ou observador uma sensação de paz e tranquilidade. Sabrat e Ofélia aos poucos acordavam com os pequenos raios de sol, logo se aprontaram e foram tomar o café da manhã.

-Querido, você sabe se Luck já acordou?- Ofélia o olhava com um olhar preocupado.

-Não sei mas Luck não acorda tarde- ele disse levanto um pedaço de pão a boca.

-Vocês brigaram ontem a noite após o jantar não foi?

-Aquele moleque precisa aprender a ser mais responsável, não somos imortais querida-pegando a mão da esposa sussurrou- Luck precisa tomar juízo logo, aprender a ser rei.

Ofélia amava Luck e seu temperamento dócil e agradável, mas sabia que ele tinha razão.

Luck havia acordado mais cedo e saído pela portinhola em seu quarto e ido até o bosque, colocou sua capa preta e chagando no final levantou o capuz e colocou a adaga na bota. Começou a caminhar sem rumo pelas arvores apenas olhando para o céu e pesando, mas nunca abaixando sua guarda, andou até o canteiro de flores que sempre ia na companhia de Angel, pegando uma pequena flor branca sorriu ao lembrar de quando fora la na primeira vez acompanhado de Brutan e Angel e sentiu saudade da infância, de quando não se preocupava com seu destino, sonhava em viajar conhecer países longínquos, mas agora estava preocupado, não em relação de decepcionar seu pai mas sim de não ser um bom rei para Edimburgo, e não cumprir corretamente seu dever para com o povo, estava distraído em meio aos seus pensamentos mas logo um barulho o levou de volta para a realidade.

Pegando rapidamente a adaga e se preparando para qualquer luta que estaria por vir foi se aproximando e se assustou ao ver Estrela pular nele querendo brincar.

-Estrela você quer me matar de medo- ele disse com humor enquanto a raposa se aproximava dele para ele acarícia-la- parece que não sou único que gosta muito desde lado do bosque.

Raposa SelvagemWhere stories live. Discover now