Capítulo 9: Lucifer a caminho

972 140 32
                                    

Necessito tirar minha carteira de motorista, assim colaria um ponto final nessas caronas que me são oferecidas. Sempre quando resolvo caminhar sozinha para qualquer local, uma vez ou outra aparece um homem gordo, barbudo e bêbado; ou então um cara jovem, porém com segundas intenções.

— Não somos amigos — faço uma pausa — ou você não entendeu? — o olho.

— Digamos que você não foi muito clara — tinha um sorriso zombeteiro no rosto. Reviro os olhos impaciente.

— Eu devia ter te deixado na rua quando tive a chance — entro em seu carro, me rendendo.

Seu carro estava cheirando uma mistura de ambas nossas colônias, a do Blake tinha um cheiro mais agressivo, mas o meu era uma controversa do seu.

Depois daquela revelação lastimável, não consegui pregar os olhos à noite toda. Sempre culpei minha mãe. Sempre culpei minha mãe de tudo o que havia acontecido na minha vida depois que foi embora de casa, mas o culpado é nada mais, nada menos que o meu pai; o homem que sempre encarava como um herói e um guerreiro por conseguir superar a perda da minha mãe.

— Você mentiu — passa pela minha mente o diálogo que tivemos quando nos conhecemos.

— Como é que é? — tira os olhos da rua por alguns segundos.

— Me afirmou que não era o filho gerado fora do casamento dos meus pais.

— Pensei que vocês fossem o tipo família que sempre contavam tudo uns para os outros — contrai sua mandíbula — e eu só estava tirando uma com a sua cara — sorri para mim.

— É, eu também achava. Mas agora sei que não contamos tudo uns para os outros.

Sem nem perceber, noto já termos chegado ao colégio. De longe, avisto meus amigos sentados em uma das mesas do gramado do edifício. Caminho em direção aos meus colegas, ignorando os olhares curiosos direcionados para mim e o Blake, o garoto novo, de quem acabei de sair do seu carro.

— Então a gente se vê mais tarde? — Blake grita, tendo certeza que eu o ouviria mesmo estando longe. Eu o avisei que não devia me dirigir a palavra enquanto estivéssemos no colégio.

Como de costume, sempre me juntei a Evan, Aiysha e Every antes das aulas se iniciarem. Eles ficaram me enchendo de perguntas sobre quem era o garoto novo que peguei carona. Era praticamente impossível tentar esconder algo deles, então eu apenas não escondia. Every se interessou por Blake logo de cara, igual com todo garoto novo que entrava na escola.

Mencionei com eles sobre o que aconteceu na casa dos Rosemberg no dia anterior. Eu simplesmente ria enquanto tentava contar detalhadamente para os eles. Claro que a minha versão da história foi bem mais emocionante, mesmo que alguns detalhes não tenha sido realmente o que aconteceu; obviamente ocultei algumas partes onde me senti envergonhada e quando o garoto solitário insinuou que eu não era interessante.

Não iria gastar o meu tempo contando como Henrik tem língua afiada e que não tem medo de a usar, principalmente falando desse modo com a filha do Diretor.

— Estou orgulhoso de você, tenho repulsa daqueles caras — Evan faz uma careta.

— Só porquê não te fez uma música, não tinha necessidade de falar daquele jeito com o Maison — Every parecia fixar o olhar em algo atrás de mim.

— Tenho cara de quem estou interessada em ter uma música em minha homenagem? Ah por favor, tenho coisas mais importantes para me preocupar — me seguro para não mencionar que não sou a única para quem Maison não fez uma música inspirada.

— Lúcifer a caminho — Aiysha avisa.

— Lúcifer? Mais que Lu... — me viro para trás, calando minha boca ao ver quem era.

(Não) Se Apaixone Pelos Rosemberg's (✅)Where stories live. Discover now