Capítulo 23: Toda minha vida fui boa, mas agora que se foda

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— Está falando sério? — arqueio a sobrancelha — Não vou te beijar sabendo que estamos presos aqui — tento novamente abrir a porta.

O ar gélido que percorria o terraço, me impedia de tentar empurrar meu corpo contra a porta de aço, mas não só a temperatura fria que poderia se considerar culpada; eu também sairia com o braço dolorido.

Tenho total certeza de que meu corpo não tem força o suficiente capaz de derrubar uma porta.

Sinceramente, não sei no que estava pensando quando optei por atrair Henrik até o terraço. Alguns minutos atrás, parecia uma boa ideia. Seria o único lugar onde não estaríamos sendo vigiados.

Passo a examinar o garoto em minha frente.

— Não me culpe. Foi você quem nos trouxe para cá — noto o quanto está calmo.

— É, mas não te obriguei a vir — rolo os olhos, abraçando meu corpo. — Essa é a hora em que me empresta seu paletó.

— Não sei se percebeu, mas estou sem ele no momento. — levanto às sobrancelhas, esperando uma justificação mais plausível.— Meio que previ que me prenderia aqui em cima — franzo a testa.

— Então nos prendeu aqui? — tento assimilar — Pensou que eu iria te deixar preso, mas como não bastasse, resolveu me deixar presa com você?! — questiono afirmativa.

— Confesso que posso ter vacilado nesse aspecto — coça a nuca sem graça.

Me perguntara se já notaram nossa ausência e quanto tempo demoraria para nos achar, isso se perceberem que saímos. Queria sair de imediato desse terraço, pois ainda estou brava com papai.

William Berkeley não havia me informou antes sobre a valsa que ocorreu sem meu consentimento, e a viagem que seria realizada muito em breve.

Não me importaria em não souber da viagem, mas queria ser avisada sobre a dança.

— Ao menos tem a possibilidade de conseguirmos puxar seu paletó, fazendo então com que a porta abra? — minhas mãos estavam apoiadas sobre a cintura.

Assisto Henrik se direcionar até portada que ficava responsável por nos manter presos. Eu já suspeitara que teríamos que esperar alguém nos encontrar, pois ao que parece o garoto solitário não dava conta.

Porra! — murmura esmurrando a porta com o punho — O blaser está preso do outro lado — encosta sua testa sobre o aço do portal.

— Não temos outra escolha senão esperar — apoio meu corpo sobre a parede, que se localizava perto de alguns tubos conectados com o andar de baixo onde ocorria a festa.

Ainda encostada na parede, escorrego meu corpo até entrar em contato com o chão empoeirado, ao mesmo tempo de temperatura gélida.

— Já tentou seu celular? — não havia em meu corpo vestígios de desconforto quando se sentou ao meu lado. Com seu movimento, apenas pude sentir nossos ombros colados, acompanhado com o tecido quente de poliéster que usava. Em um movimento lento, o encaro.

— Frequento esse terraço tempo o bastante para saber que não tem sinal.

Os tubos ao meu lado era no momento a única fonte quente capaz de nos aquecer.

Me afasto um pouco do mesmo, dando oportunidade para poder desfrutar poder desfrutar junto comigo o ar quente que saia dos tubos. Levanto meu olhar e o encaro, dando dois tapinhas ao meu lado.

— Aqui está mais quente — me justifico, logo em seguida o observando fazer o que sugeri.

— Gosta mesmo de deixar tudo mais quente. — cruza os braços à altura do peitoral.

(Não) Se Apaixone Pelos Rosemberg's (✅)Onde histórias criam vida. Descubra agora