Tempos de paz

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Já se passaram semanas desde o aniversário dos gêmeos e a notícia sobre o sequestro se espalhou por causa do escândalo. Taekook ficaram por uma semana na cidade, hospedados na casa dos pais de Taehyung, e assim aproveitaram para visitar velhos amigos e também relaxar depois do ocorrido que afetou suas vidas.

Quando Taekook retornaram a cidade que moravam, os hyungs comemoraram muito o seu retorno e também o fato de que agora tudo estava bem. Tae e Kook se mudaram para outro apartamento, ia ser uma morada temporária até encontrarem uma casa maior por causa do bebê que estava por vir. Tae tentava ajudar na mudança carregando algumas caixas leves, mas Kook, toda vez, fazia questão de tirar de suas mãos para que ele não se esforçasse. Os hyungs também ajudaram bastante nesses dias, tanto na mudança quanto ajudando a cuidar das crianças.

E assim a vida de todos foi se seguindo. Jungkook conseguiu um emprego em um bom estúdio de fotografia - ainda não tinha um salário muito bom, mas estava ganhando muita experiência na empresa e também fazendo uns trabalhos extras em aniversários de crianças e casamentos. Já Taehyung passava mais tempo em casa pra se recuperar das pernas machucadas, ficar com as crianças, cuidar da gravidez, mas também pra escrever seu livro e pintar no seu quartinho de pintura. Seus quadros estavam ficando surpreendentemente bons, e o que nasceu como hobbie acabou virando parte de sua profissão.

Por causa do emprego Jungkook comprou uma bicicleta pra se locomover, e nos dias de folga ele levava os gêmeos nas cadeirinhas pra passear pela grande praça perto dali. Pedalando, ele sorria ouvindo a risada que os pequenos davam quando sentiam o vento no rosto. Sentia-se mais feliz que nunca: sempre foi um sonho seu ter uma bicicleta e pedalar pela cidade; sempre quis trabalhar com fotografia; seus filhos todos os dias queriam lhe dar beijinhos por ainda sentirem saudades desde os tempos que ficaram separados; e era a melhor coisa do mundo chegar em casa e poder beijar e abraçar seu Taehyung lindo e cheiroso. Amava chegar de surpresa e ver Tae no pequeno ateliê, de avental de pintura e com o rosto sujo de tinta, e assim abraça-lo por trás beijando-lhe a nuca.

O calor e cheiro de Taehyung eram elementos que o enchiam de vida. Seu ômega virava-se pra ele, o beijava com carinho sorrindo largamente e também sujava-o de tinta. Algumas noites os dois queriam passar sozinhos para jantarem e trocarem "carícias" e os hyungs Jin e Namjoon faziam questão de usar isso como desculpa para ficarem um pouco com as crianças. Jin-huyng também usava a desculpa para justificar que era pra aprender mais sobre como cuidar de crianças, já que o casal mais velho estava esperando o primeiro bebê.

Nas primeiras noites desde a mudança, Taekook e os bebês dormiam na mesma cama para matarem toda a saudade que sentiam, e os papais babões ficaram com o coração partido quando voltaram a botar as crianças para dormir no bercinho. Os pais deitaram na cama, e lançavam olhares para o berço no canto do quarto, ainda hesitantes.

- Olha pra nós Jungkook – Tae disse – Estamos choramingando que eles não estão dormindo com a gente.

O alpha suspirou.

- A vontade que dá é de deitar no berço com eles.

Tae riu.

- Se a gente já sofre assim deixando eles no bercinho imagina quando crescerem e pedirem pra dormir na casa dos amiguinhos? – choramingou - Eu não sei se vou sobreviver – brincou. - Sem falar que um dia vamos ter que contar de onde vem os bebês...

- Vamos ter que consolá-los quando tiverem o coração partido pelo primeiro amor... – Kook disse.

- Ou quando ralarem o joelho aprendendo a andar de bicicleta...

- Isso não vai acontecer porque vou equipá-los da cabeça aos pés.

Taehyung riu outra vez e se deitou mais juntinho do outro.

- Eu imaginei você enrolando os dois em plástico bolha, travesseiros e capacetes.

- Não seria uma má ideia...

Os dois riram e Kook deu um beijo na testa de Tae.

Mesmo na penumbra, os dois ficaram se olhando.

Jungkook já havia contado a Taehyung que ele recuperou as memórias quando a marca de Tae foi queimada. O alpha tocou a nuca do outro com carinho.

- Ainda dói? – perguntou preocupado.

- Não. – sorriu – Hoje o médico falou que o ferimento parece ser só externo.

- E a fisioterapia? – se referia a suas pernas e braços.

- Estou melhorando muito. – contou – Em poucos meses já estarei 100%.

Por causa da correria do dia a dia, às vezes só na hora de dormir eles conseguiam conversar em paz. Taehyung passou a mão pelos cabelos do alpha que amava tanto.

Nos últimos tempos Jungkook mudou a aparência, deixou o cabelo crescer um pouco e já tinha o suficiente para amarrar pra trás, colocou pierciengs curtos (os compridos as crianças tinham vontade de puxar) e também tatuou nos braços os nomes de Taehyung, MinHo e Hyemi. Ele contou que as tatuagens, além de ser algo que ele sempre quis fazer mas não podia antes, também era um jeito de que, se um dia ele perder a memória de novo, ele não esqueceria da família que tanto ama. A correria do dia a dia e a bicicleta o estava deixando em forma, e aos olhos de Tae ele parecia mais lindo a cada dia.

- Olhe pra você, todo bonitão... – Tae disse com ciúmes, já que ele sabia que muitas pessoas deviam paquerar seu alpha quando ele levava as crianças no parquinho. Mas também um homem lindo daqueles e super amoroso com crianças devia deixar os outros pais tudo de olho grande.

- Está com ciúmes, é isso, meu amor? – o abraçou mais juntinho o beijando na bochecha – Eu me apaixono por você toda vez que eu te vejo.

Kook achava ridículo o fato que Taehyung sentia ciúmes, pois o  ômega, mesmo tendo ganhado um pouco de peso, ainda era o mais lindo e cheiroso do mundo. Seu quadril estava um pouco mais largo para apertar e segurar, suas bochechas mais fofas pra beijar, e era simplesmente irresistível a vontade de abraça-lo e mimá-lo. Se lembrava de uma outra noite em que Tae acordou de madrugada com desejo de comer pêssego com ketchup, e Kook foi, mesmo com olheiras, correndo comprar quase saltitando pelo caminho.

Era a sua maior felicidade poder acompanhar a gravidez de seu ômega e ficar ao seu lado, mas às vezes ainda se sentia culpado por não ter conseguido ajudar quando Tae estava grávido dos gêmeos. Em um fim de tarde, os papais estava sentado no chão da sala e os pequenos andavam de um papai para o outro praticando os passinhos sem terem um apoio, e na vez de MinHo, o bebê esticou as mãos em direção a Kook e chamou-o:

- Papa.

O alpha ficou com lágrimas nos olhos de tanto sorrir enquanto ouvia o bebê repetir "gu" e "papa" enquanto vinha para os seus braços. Os gêmeos sempre chamavam Taehyung de "Papa" e "Ê", mas Kook sempre foi apenas "Gu", por mais que o alpha pedisse para que o chamassem de Papa. Jungkook abraçou o bebê o enchendo de beijos. Vendo a felicidade do pai, a menina imitou o irmão indo até Kook e o chamando de Papa, afinal, também queria um abraço dele e beijos.

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Kook conseguiu folga no trabalho para acompanhar Taehyung no médico. Tae sempre pediu segredo para os médicos nas consultas com ultrassom pois queria ver o bebê pela primeira vez junto com Jungkook.

O dia finalmente chegou. Eles andavam de mãos dadas, ansiosos.

- Parece que foi ontem que vimos o ultrassom dos gêmeos – Tae disse com nostalgia.

- Me lembro do susto que levamos quando vimos que eram dois. – Kook sorriu, afinal, era uma das lembranças que mais gostou de ter recuperado.

O médico passou o gel na barriga de Tae, pressionou o transdutor de ultrassom aqui e ali, e depois mostrou-os o monitor.

Um menino.

Tae já estava lacrimejando de emoção de ver a silhueta do pequeno bebê na tela, e não ficou surpreso quando olhou para o seu alpha e o viu tão choroso quanto ele.

Depois de saírem dali, eles se abraçaram chorosos com o dejavú de quando eles descobriram que iam ser pais pela primeira vez.

(Taekook) - Omegaverse - ABOWhere stories live. Discover now