•Epílogo•

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Um mês depois...

Filipo estava inquieto nos últimos dias. Eu e Enrico ficávamos até tarde da noite conversando com ele,Enrico como um pai babão,até cantava para o nosso filho. Meu aniversário estava se aproximando e eu queria uma comemoração só nossa antes do nosso filho nascer.

Estava ansiosa para Enrico chegar em casa,ele teve que ir trabalhar porque já tinha passado três dias comigo,e Paul estava tomando conta de mim. Já  passavam das seis horas da tarde e o céu era de um vermelho alaranjado lindo,o sol recuava aos poucos no horizonte,atrás do interminável mar que cercava a Sicília.

Eu estava na cozinha preparando algo para o jantar. Com esses meses de casada,tive que aprender bastante coisa pra não ter que ficar pedindo comida para Enrico e eu comermos. E se os russos sabotassem uma das entregas e colocassem veneno na comida?

— Paul! — chamei mexendo o tempero no molho que estava preparando.

No momento seguinte Paul estava  na cozinha,seus olhos arregalados me avaliando a procura de alguma coisa.

— O que foi? — perguntei franzindo o cenho. — Tem um bicho em mim?

Olhei onde conseguia no meu corpo e não achei nenhum sequer.

— Não. Achei que estava acontecendo algo grave.

Revirei os olhos. Os homens mais próximos de mim estavam me deixando louca.

Atualmente, Giuseppe estava mais preocupado com a minha irmã Mariá,que estava grávida de gêmeos. Gêmeos! Eu ainda não conseguia acreditar. Não tinha gêmeos na nossa família, e isso foi estranho,mas Enrico falou que seu bisavô,pai do pai do seu pai,teve gêmeas,meninas.

Ainda não teve como saber o sexo dos bebês,mas mais um mês e pouco todos saberíamos. Giuseppe estava inflexível,disse que seriam meninos e não meninas. Não conseguia parar de pensar em Giuseppe ficando de cabelos brancos com duas menininhas sapecas correndo ao redor dele. Ele ficaria louco.

— Não. Não está acontecendo nada de grave. Agora,por favor,mexa esse molho pra mim porque eu preciso ir no banheiro.

Minha bexiga estava cheia,de novo,pela milésima vez hoje. Eu ainda não conseguia ficar trinta minutos sem fazer xixi. Sem mencionar as vezes que fiz xixi nas calças,e outra que fiz na cama também. Fiquei morrendo de vergonha porque Enrico ficou rindo de mim. Onde céus,uma mulher fazia xixi perto do marido?

Meu rosto ruborizou só de lembrar.

Paul pegou a colher da minha mão e ficou lá mexendo o molho.

— Volto logo!

Saí da cozinha e comecei a subir as escadas, quando uma dor muito forte atravessou a minha barriga. Parei no mesmo instante prendendo o ar,e então senti um líquido quente escorrendo pelas minhas pernas.

Arregalei os olhos e olhei para baixo,a dor anterior voltou com tudo, arrancando um gemido de mim.

Segurei no corrimão da escada e me apoiei,as pernas abertas.

— Paul! — Chamei, o mais alto que pude quando a dor passou.

A escada estava escorregadia com o líquido e eu não queria arriscar. Poderia cair e meu filho estava vindo ao mundo. Também, não gostava da experiência de cair de escadas,uma já era suficiente.

Paul virou a esquina da casa no momento seguinte,quando ele viu a bagunça na escada,arregalou os olhos e correu para me amparar.

— O bebê. — falei sorrindo. — Ele vai nascer!

O Bebê do Capo | Spin-off de Gaiola DouradaWhere stories live. Discover now