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Mariá

Saí do prédio apressada,minha barriga redonda liderando o caminho. Parei e olhei para o carro do outro lado da rua.

— Ratinha! — Giuseppe disse chegando atrás de mim.

Ignorei ele e atravessei a rua direto para o carro. Tentei abrir a porta do motorista mas ela não abriu.

“Claro Mariá,você é burra também, não é? Você não tem a chave!”.

Como a minha única alternativa,cruzei os braços e esperei Giuseppe atravessar a rua até mim.

— Ainda está nervosa comigo? Me desculpe,por favor! — implorou juntando as mãos na frente do corpo.

Olhei para cima e para os lado o ignorando.

— Tá bom. Você quer que eu implore? — ele se ajoelhou na minha frente. Mas isso não me faria mudar de idéia.

Em cima de nós,lá na cobertura um grito soou.

— Dá “Oi” pra câmera, filho da puta! — era Enrico gritando.

Olhei para cima e vi, lá em cima,como formigas,Enrico e Pietra olhando para baixo — para nós.

— Vai se foder! — Giuseppe gritou de volta.

Várias pessoas dos prédios vizinhos se espicharam para fora de suas janelas pra olhar a cena.

— Abra a porta do carro. — falei inflexível.

— Você vai me perdoar?

Revirei os olhos bufando.

— Você vai fazer isso de novo e de novo, Giuseppe. Eu já disse várias vezes, “gravidez não é doença!”. Até os animais parecem entender isso. Eu quero meu espaço poxa! — exclamei, jogando os braços para cima.

— Me desculpe,eu vou parar. Bom,de segui-la até o banheiro pelo menos.

Bufei e apontei o carro. Giuseppe se levantou e abriu a porta traseira para mim. Entrei e me acomodei no banco.

— Já é um começo. Agora vá para a clínica Giuseppe,ou vamos perder o ultrassom. Estou realmente ansiosa para confirmar que minhas filhas são meninas.

Giuseppe saiu do canto da rua e dirigiu pelas ruas da Sicília,mas seu corpo estava duro.

— São meninos. — retrucou apertando as mãos no volante.

— São meninas Giuseppe. Meninas. Serena e Ilaria.

— Como você tem tanta certeza? — ele virou em uma rua e acelerou. Arregalei os olhos e segurei na porta.

— Mais devagar aí,quer me matar do coração?

— Me desculpa. — disse de cara fechada.

Levantei uma sombrancelha.

— Se forem meninas,serão muito bem-vindas. Também pode ser um casal. Você não pensou nisso? — Giuseppe deu de ombros. — A idéia de ter filhas te aterroriza tanto assim?

Giuseppe suspirou.

— O que me aterroriza é o que eu vou fazer com o marido delas quando elas terem que se casar. Não é como se elas pudessem escolher.

Ri da forma que ele falou.

— Não,elas não podem. Mas podem se casar com um homem bom da famiglia e aprender a amá-lo,como é a maioria dos casos.

Giuseppe estacionou em frente a clínica e abriu a porta,mas antes de sair,ele disse.

— Isso não importa,já que serão dois meninões.

O Bebê do Capo | Spin-off de Gaiola DouradaWhere stories live. Discover now