Capítulo 8 - FLASHBACK

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FLASH BACK ON

TEREZA CRISTINA -Mamãe vim aqui para nós fazermos as pazes. Não suporto quando a gente briga. Mesmo brigando tanto e doloroso demais quando não fala comigo. – dizia a jovem de, com uma bandeja na mão com o lanche da tarde que ela havia preparado para sua mãe tentado uma aproximação.

O motivo da briga se deu porque Dona Maria Tereza viu a filha beijando uma amiga do colégio.

Aquilo era demais. Ter uma filha invertida, como ela mesma dizia, morando debaixo de seu teto era uma afronta.

Foi um beijo rápido, longe de ser um desses beijos de arrancar o folego como se vê nos filmes e novela, mas o suficiente para deixar a mãe em fúria.

Tereza Cristina tentou explicar e Valentina ficou parada, com os olhos azuis-esverdeados arregalados, sem conseguir articular uma palavra e por mais que tentasse fazer alguma coisa seu corpo não correspondia e só se mexeu quando Dona Maria Tereza a puxou pelo braço a expulsando de sua casa.

Com um ódio tamanho, Tereza Cristina e a mãe começaram a discutir, disputando quem gritava mais alto.

MARIA TEREZA -Não vou admitir jamais tamanho descaramento debaixo do meu teto. Não vou tolerar esse tipo de comportamento aqui na minha casa. Meu Deus, que mal eu fiz para ter uma filha como essas?

TEREZA CRISTINA -Talvez o mesmo mal que eu tenha cometido para ter uma mãe assim como você. O que foi que te fiz? Por que me odeia tanto mamãe? Por mais que me esforce só sabe me dar patadas.

MARIA TEREZA – Você não é digna do meu amor menina e depois do que vi, essa cena nojenta, aviltante como posso gostar de alguém assim, de uma invertida?

TEREZA CRISTINA -Eu não sou invertida. Nem sei porque fizemos isso. Talvez seja por conta do filme que assistimos, ou sei lá, tem coisas que simplesmente não tem explicação.

MARIA TEREZA – Não seja ridícula! Para tudo tem uma explicação e o pior é que se eu contar para o seu pai um absurdo desses, ele ficará ao lado de quem? Do seu é claro. A princesinha do papai, a Pequena Lobinha, a queridinha, não fez nada demais, foi um beijinho inocente como sempre diz para tudo o que faz. Desde o dia que nasceu você está sempre entre nós dois, como a grande prioridade do Álvaro. Duvido se nós tivéssemos um menino, aliás o menino que sempre desejei, que eu tinha a certeza que estava gerando em minha barriga, com certeza as coisas seriam bem diferentes.

TEREZA CRISTINA – A senhora está sendo muito duro comigo mamãe. Não merecia ouvir essas coisas por tão pouco. Não merecia mesmo. – dizia entre lágrimas, andando de um lado para outro tentando achar uma resposta lógica para tanta rejeição – Eu odeio você! ODEIOOOOOO...Não é possível existir uma mãe tão cruel assim. Acho que nem as madrastas más das princesas dos contos de fadas devem ser assim, tão dura e implacável.

MARIA TEREZA – Vamos fazer um favor a nós duas Tereza Cristina. A partir de hoje não iremos mais dirigir a palavra uma para outra. Me favoreça com a sua ausência e sai de perto de mim.

Tereza Cristina foi para seu quarto aos prantos, aplacada com tanta dor. Tudo aquilo era pesado demais para uma jovem de 17 anos digerir. Tinha que haver algum motivo, algum segredo, alguma coisa para sua mãe lhe odiar tanto. Talvez fosse adotada. É isso! Certamente seu pai deve tê-la achado em uma cestinha no portão da mansão e se apaixonou de cara por aquele bebezinho e decidiu criar com todo o amor do mundo. Ou será que era apenas filha de seu pai com alguma outra mulher? Quem era sua verdadeira mãe? Será que morreu na hora do parto de ou alguma doença? A abandonou no hospital e fugiu. Tantas teorias mirabolantes se passavam pela sua cabeça o que só fazia piorar o estado em que se encontrava.

De repente os lábios foram ficando cianóticos, os olhos vidrados, suava frio e como um pacote flácido caiu ao chão. Seu corpo tremia sem que tivesse o menor controle sobre isso. Ao seu redor tudo parecia ir sumindo aos poucos diante de seus olhos. Quem apagou as luzes? Tudo foi ficando tão escuro.

"Meu Deus, será que estou morrendo? Me ajuda! Por favor alguém me ajuda. Papai, papai, cadê você? Por que não está aqui para salvar a sua Pequena Loba? Estou morrendo pai, indo embora sem ter a chance de me despedir. Papai...pa...

AS APARÊNCIAS ENGANAMWhere stories live. Discover now