O Fantasma No Meu Quarto

CAPÍTULO 1

ALGO PECULIAR

Kira

✡

Tino. Sabe aquela percepção intuitiva, independente de análise ou raciocínio somente a pura intuição de que algo está prestes a acontecer com você? Eu sinto ele desde a hora que pus meus pés no aeroporto e desembarquei aqui em North Eastern Inglaterra. Eu poderia até listar os pequenos sinais que o universo parece estar me dando, para começar o tempo está perfeitamente ensolarado e mesmo assim os pelinhos do meu braço estão arrepiados como se algum dispositivo de energia os estivesse atraindo para o alto. Segundo, meus pais estão dizendo repetidas vezes pra mim que essa será a última vez em que vamos nos mudar. Pelo menos esse ano! O que já é um avanço já que nós estamos pulando de estado em estado por causa do trabalho dos dois.

- Chegamos querida!

Meu pai diz dando uma olhada rápida pelo retrovisor e apontando para a grande casa de campo que nós vamos chamar de casa pelo que eu imagino uns três a quatro meses. De longe a casa feita completamente de pedra me dá arrepios porque parece uma fortaleza assombrada, mas assim que nós entramos na propriedade e eu desço do carro vejo que ela tem até um certo charme.

Olho pra cima encarando as grandes janelas do segundo andar enquanto meus pais descarregam nossas malas.

- Quer fazer as honras Kira?

Minha mãe pergunta estendendo as chaves na minha frente, sorrio pra ela e pego o molho já tomando a frente e abrindo a porta que emite um som agudo quando eu a empurro. Entro abanando a poeira e tossindo levemente, dou uma boa olhada de queixo caído para a casa já totalmente mobiliada.

- Ah é perfeito! Só precisamos dar uma espanada e abrir as janelas para entrar um ar...

Minha mãe comenta e eu tenho de concordar com ela, se não fosse pela poeira eu diria que alguma outra família tinha acabado de se mudar e deixado todas suas coisas aqui.

- Você pode escolher o quarto que quiser filha, vai lá!

Meu pai diz na tentativa de me animar com a mudança número quatro do ano, sem dizer nada eu apenas pego minha mala, minha mochila e subo as escadas arrastando-as até o segundo andar. Encaro o corredor longo e acabo escolhendo a terceira porta. Assim que ponho a mão na maçaneta um arrepio passa pela minha nuca e eu sussurro antes de abri-la.

- Tino idiota!

Empurro a porta e quando ergo meu olhar eu solto um grito e saio correndo do quarto largando as malas com tudo no chão. Desço as escadas encontrando meus pais já vindo na minha direção, eles me seguram pelos ombros e perguntam em uníssono.

- O que foi?

Sorvo o ar pelos meus lábios e só agora me dou conta do quanto isso é ridículo, eu gritei e corri que nem uma doida da frente daquele garoto lindo! Eu poderia ter lidado com ele sozinha, merda!

- Eu... tem um garoto... lá...

Digo pausadamente, aponto para o andar de cima e os dois olham para o topo da escada. A um passo de distância eu os sigo andar a cima, nós entramos no quarto juntos e de repente não tem ninguém. Nem mesmo sinal dele!

- Ele estava aqui?

Minha mãe pergunta enquanto meu pai dá uma boa olhada no banheiro, dentro do closet e embaixo da cama. Nada! Envergonhada eu ando a passos largos até a janela e quando afasto as cortinas dou de cara com o vidro transparente.