CAPÍTULO 8

96 11 0
                                    

DUPLA IDENTIDADE

KIRA




Sentada de frente a Blake que espera pacientemente eu explicar porque estou com essa cara assustada e quase chorando finalmente eu digo baixinho para que meus pais não pensem que eu enlouqueci de vez.

- Você já se sentiu estranho, como se não soubesse quem é ou como se a sua vida fosse uma completa mentira, como se tivesse uma dupla identidade?

- Hã eu acho que não...

Encaro ele por um segundo, é claro! Ele é a porra de um fantasma. Droga! Respiro fundo e digo me abrindo com ele de um jeito que nunca fiz com ninguém antes.

- Eu sou estranha Blake, eu tenho essa coisa... esse tino e pra início de conversa porque eu? Porque só eu consigo ver você? O que eu sou?

Ele faz uma careta só agora entendendo o que eu quero dizer, Blake faz menção de me tocar com sua mão, mas acaba recolhendo seu braço no meio do caminho talvez se lembrando de que não está fisicamente aqui. Como eu queria que estivesse!

- O que é tino?

Ele pergunta franzindo o cenho e eu respondo da melhor forma possível para que ele entenda.

- É uma sensação, quase uma premonição de que algo está prestes a acontecer... tudo ao seu redor te envia sinais... no dia que cheguei aqui eu sabia que algo estava esperando por mim. Era você!

Seus lábios esboçam um pequeno sorriso e eu não consigo evitar sorrir também. Suspiro e digo antes de deitar do seu lado.

- Eu preciso descobrir o que eu sou e algo me diz que isso é de família, talvez da minha vó que eu nunca conheci...

- Você não tem medo do que pode descobrir?

Ele pergunta se deitando de lado, nego com um aceno observando tão de pertinho seus traços perfeitos. Ele estende sua mão sobre a almofada e pergunta.

- No que você está pensando?

- Agora, em nada...

Com um sorriso ele pergunta movendo seus dedos.

- Quer tentar?

- O que?

Pergunto sem entender, ele diz sem desviar seus olhos dos meus.

- Me tocar!

Sorrindo eu encaro sua mão, estendo a minha a cima da sua e lentamente eu a aproximo até quase tocá-lo.

- Consegue sentir alguma coisa?

Pergunto e ele responde baixinho me fazendo encarar seus olhos que brilham no escuro do meu quarto.

- Sim.

Pisco algumas vezes tentando entender o que ele quer dizer, sem dizer nada ele se aproxima lentamente até seu rosto estar tão próximo do meu que sou obrigada a fechar meus olhos e esperar por algo, por pelo menos o roçar de seus lábios, mas não sinto nada.

- Que droga!

Ele diz rispidamente, abro meus olhos e o vejo com o rosto entre suas mãos. Passo a língua sobre meus lábios secos e sedentos dele, me sento e digo encarando minhas próprias mãos.

- Não podemos mais fazer isso Blake, não é justo com você e muito menos comigo. Essa situação já é difícil do jeito que está, não precisamos complicar ainda mais envolvendo esse tipo de sentimento...

O Fantasma No Meu QuartoWhere stories live. Discover now