Família

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Valt_ Há não cara! Eu fui expulso do time? Não! Eu vou melhorar, sério! Por favor Kris, me dá mais uma chance! (Falara, desesperado)

Kris_ Não é nada disso Valt. (Disse seriamente)

Repentinamente, Kento e Chiharu, os pais de Valt, correram até mim, e me abraçaram, chorando, era nítido que ambos estavam profundamente emocionados. Eu me separei deles, não de forma brusca e bruta, mas com gentileza e cuidado:

_ O que está acontecendo? (Questionei, pois não estava entendendo nada)

Ange_ Querida, os exames que fizemos há poucos dias para vermos se estavámos saudáveis, mostrou que você e o Valt são irmãos! E eles são seus pais verdadeiros! (Dissera emocionada)

Chiharu_ Você e Valt são irmãos gêmeos!

Valt_ ISSO É INCRÍVEL! EU TENHO UMA GÊMEA! (Falou, empolgado, alegremente)

Quando ouvi isso meu mundo girou, eu perdi o chão, estava completamente chocada. Senti um frio percorrer todo meu corpo. Uma revolta tomou conta de mim, e tentei sair da sala, mas Chiharu me segurou:

Chiharu_ Querida...

_ Não seja falsa! (Falei, raivosamente)

Todos se surpreenderam, e me olharam perplexos:

_ Família quer dizer nunca mais abandonar ou esquecer, vocês me abandonaram. Esqueceram de mim, por isso são tudo, menos a minha família. (Digo seriamente)

Nesse instante eu saí correndo da sala, tão rápido que ninguém foi capaz de me alcançar.
Corri pela floresta, adentrando cada vez mais nela. Nem vi o tempo passar, apenas fugia, fugia daquele fato, daquelas pessoas, fugia do meu passado. Até que achei uma caverna, e entrei nela, ainda correndo, mesmo na escuridão. Em um tropeço, cai no chão. Me levantei e continuei andando para o mais profundo da caverna. Até que encontrei um lago cristalino, iluminado por um fenda no teto, era um lugar magnífico. Me sentei em uma rocha, e deixei as lágrimas se libertarem dos meus olhos. Até que, repentinamente, para a minha total surpresa, ouvi uma voz conhecida:

Cuza_ Melody, o que aconteceu com você? (Era nítido em sua voz a preocupação que sentia)

_ Cuza? O que está fazendo aqui? (Perguntei, surpresa)

Cuza_ Vi você correndo, e fiquei preocupado. Você está bem, se machucou quando caiu? (Perguntou)

Ele deve ter DNA felino, para ter visto minha queda naquela escuridão. Agora, a fenda no teto iluminava o ambiente:

_ Não foi nada. (Disse, secamente)

Cuza_ Mas não está doendo?

Fiquei alguns segundos em silêncio. Aquela pergunta tocou fundo no meu coração. Lágrimas escorreram, eu não aguentava mais esconder a minha dor. Ele se aproximou, e sentou ao meu lado, e colocou seu braço em volta de mim. Provavelmente notou que meu choro não tinha ligação alguma com minha queda:

Cuza_ Quer conversar? (Indagou de forma gentil)

_ Sabe aqueles exames que fizemos há alguns dias atrás?

Cuza_ Não vai me dizer que tem câncer também? (Questionou assustado e preocupado)

_ Não. Eles mostraram que eu sou irmã biológica do Valt.

Ele ficou boquiaberto, extremamente surpreso:

Cuza_ Cara, não brinca!

_ Os pais... Eles estão no BC Sol!

Cuza_ E por que você não está com eles?

_ Porque eles me abandonaram. (Digo raivosamente)

Cuza_ Como sabe disso?

Essa pergunta surtiu efeito em mim, pois eu não sabia verdadeiramente o que de fato ocorrera:

_ Eu imagino... Que tenha sido isso!

Cuza_ Eu não acredito nisso nem por um segundo. Ninguém seria capaz de te abandonar, você é incrível! Há, quer dizer... Você é legal. (Falou, constrangido)

Ele me fez sorrir, mesmo com meu coração ardendo em uma terrível dor lancinante:

Cuza_ Você não pode agir assim sem saber o que realmente aconteceu. A mãe do Valt é legal! Não acho que ela abandonaria uma filha. E cara, se eles não se importassem não teriam vindo até aqui!

_ É... Mas, isso é tão difícil!

Cuza_ Porque você quer que seja, mas pode ser simples.

Free_ Ele tem razão!

Olhamos em frente assustados e surpresos, e vimos o próprio Free:

Free_ Para de fazer drama. (Disse secamente)

Eu e Cuza_ O que está fazendo aqui? (Perguntamos em coro)

Free_ Eu já estava aqui! E garota da calcinha pink, seus pais estão aí, e você admitindo ou não, isso é o sonho de qualquer órfão. Então melhor parar de se fazer de difícil. (Disse calmamente, frio, com um toque de cinismo)

Ele saiu caminhando em direção a saída da caverna, até desaparecer da nossa vista:

Cuza_ Ele pode ter sido duro com você, mas no fundo tem razão... Você não quer mesmo saber o que aconteceu? Você tem a chance de ter uma família normal! Um pai e uma mãe, e irmãos que são demais!

_ Mas e se eu estiver certa? (Digo em sussurro angustiado)

Cuza_ Nos conhecemos faz pouco tempo, mas se precisar de um refúgio, eu vou estar aqui para te ajudar. Mas, eu tenho certeza, que seus pais sempre amaram você! (Dissera, sorridente, de forma gentil)

Ao decorrer da conversa, uma chama se acendeu no meu coração, a chama da esperança de ser amada por uma família. Eu sempre quis isso, mais do que tudo, talvez esse sonho pudesse se tornar real:

_ Obrigada Cuza... Você é... Incrível!

Uma das melhores sensações da vida é ter a certeza que você pode confiar em alguém, eu sabia no meu coração que podia contar com ele. E pelo sorriso dele, senti que ele também confiava em mim:

Cuza_ E aí? Bora voltar então? (Disse, enquanto estendia sua mão para mim)

_ Vamos lá! (Falei, sorrindo, segurando sua mão.)

Enquanto eu andava, Lágrimas rolavam pelo meu rosto, meu coração batia insanamente. Eu estava em um misto de emoções, alegria, esperança, medo. Até que vi duas figuras bem a minha frente, eram os meus pais. Tomada pela emoção, soltei a mão de Cuza, e corri até eles e nós nos abraçamos. Os meus irmãos logo se envolveram no abraço em família. "Família"! Finalmente eu podia usar essa palavra:

Kento_ Nós nunca iríamos te abandonar, e nem esquecemos um segundo sequer de você. Mas a médica havia falado que você havia falecido no parto... Há, minha filha, nós te amamos tanto querida! Nunca deixamos de te amar! (Falou, em meio as suas lágrimas)

Todos assistiam emocionados a cena minha e da minha família se abraçando:

Rantaro_ Isso é muito lindo!

Anne_ Quem poderia imaginar!

Cuza_ Bom, o cabelo dela é azul, e ela tem o tamanho do Valt. Então eu acho que eles se parecem!

A felicidade me definia. Eu tinha um pai e uma mãe, um irmão gêmeo e dois irmãozinhos super fofos! O que mais eu poderia querer? 

Notas:

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