Capítulo 2

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Megatron foi encarregado de deixar o pequeno anjo aos cuidados de Michael mas ele se sentia...exitante. Ele nunca iria contradizer uma ordem vinda de cima mas ele não sentia que seria certo deixar alguém tão jovem aos cuidados de uma guerreira mesmo que Michael fosse a protetora dos desprotegidos. Ela era uma excelente guerreira e foi a mais valente entre os anjos quando houve a batalha contra os caídos porém era um tanto áspera. Oque Metatron não queria admitir para si mesmo era que ele já estava muito apegado ao anjo bebê rechonchudo que no momento estava babando sobre sua túnica outrora imaculada.
“Espero que ela trate você muito bem. E eu não recomendaria que você bebesse sobre ela. Você vê, ela é uma guerreira fabulosa mas não deve ter muita paciência cuidando de um anjo indefeso" Metatron debatia com Aziraphale que olhava alheio ao assuntos enquanto mordiscava a manga da túnica novamente.
“Oh céus, um anjo tão novo e que ainda não pode falar. Isso não vai ser nada fácil”.
Metatron ignorou os olhares curiosos dos anjos por quem passava enquanto ia até o “campo" de treinamento aonde o exército celestial treinava com suas armas.
Logo ele avistou a cabeleira castanha acobreada de Michael.
“Michael”
Ela olhou para trás e sorriu para Metatron “A que devo o prazer, Metatron?”
“Deus lhe deu uma nova missão"
Os guerreiros que haviam parado o treino para ouvir a conversa imediatamente começaram a falar entre si. Michael piscou surpresa mas logo sorriu animada “Oh, é mesmo? E oque eu tenho que fazer? Estou pronta para oque quer que seja.”
Metatron sorriu imaginando se Michael ainda manteria a empolgação quando ele lhe contasse qual era a missão “Fico muito satisfeito em ouvir isso. Esse é Aziraphale".
Michael então notou o anjo em meus braços e sorriu sem graça. Ela também notou que aquele anjo era diferente de todos os outros mas não disse “Olá Aziraphale. Eu sou Michael”.
Aziraphale apenas a olhou e voltou a mordiscar minhas vestes. Michael me olhou sem graça “Então, qual a minha missão?”
Estendi o anjo para Michael “Deus pediu que você cuidasse de Aziraphale"
“Oque?!”
O murmúrio dos outros anjos aumentou.
“Exatamente isso. Deus pessoalmente me disse que sua nova função vai ser cuidar de Aziraphale".
“Com todo o respeito, Metatron mas por quanto tempo?”
“Ela não disse. Ela apenas me pediu para lhe entregar Aziraphale e que você tomasse conta dele”.
Coloquei o pequeno anjo no colo de Michael e me afastei.
“Espera, como? Oque...?”
“Boa sorte"

Michael 
Estava confusa. Porque eu tinha feito de errado? Porque eu tinha que cuidar desse anjo novato estranho?
Segurei ele afastado de mim e olhei para ele esperando qualquer coisa “Então. Alguma dica do que fazer agora?”
Aziraphale apenas ficou me olhando com expectativa “Oque você quer? Porque tá me olhando assim?”
Ele até que era um anjo fofo ou assim eu pensei até ele babar na minha mão.
“Que nojo" eu disse com repulsa ,colocando ele sentado no chão.
Ouvi os outros anjos rindo atrás de nós “Do que vocês estão rindo?”
Imediatamente eles pararam. Eu caminhei até onde as armas celestiais estavam disponíveis e peguei a menor delas que era um bastão de madeira e coloquei nas mãos dele “Você sabe oque é isso? É uma lança. Você usa pra se defender e pra atacar seu adversário.”
Aziraphale apenas colocou a lança na boca.
“Não. Você não pode colocar isso na boca, você vai se machucar assim” neguei já sentindo uma ligeira dor de cabeça começando “Isso não vai dar certo”.
Eu tentei, realmente tentei ensinar ao estranho Aziraphale com o ser um guerreiro mas ele era desengonçado demais, pequeno demais , ele era praticamente inútil para mim.
Metatron veio até mim alguns dias depois.
“Metatron eu não posso mais, eu não consigo tornar Aziraphale um guerreiro, ele nem pode ficar de pé sem cair. Ele não é um guerreiro nem nunca vai ser se continuar assim”.
“Entendo. Então terei que levá-lo para outro anjo".
Michael praticamente vibrou de alívio.
“Talvez Gabriel se dê melhor com ele. Talvez ele possa ser um mensageiro também”
Metatron sentia que não seria esse também o caso e Deus havia pedido que ele entregasse Aziraphale aos cuidados de um anjo menos propenso a violência. Alguém mais atencioso que não faria o pobre anjo chorar. Sim, Michael havia feito Aziraphale chorar com suas ordens e falta de paciência, talvez o plano de Deus falhasse se as coisas continuassem assim. Ele levaria Aziraphale para Uriel, talvez ela pudesse se sair melhor do que Michael.
Ele esperava.

Contos de um anjo bebêWhere stories live. Discover now