Felina sente que ainda precisa se redimir por males que fez aos seus amigos e precisa fazer isso sozinha. Sozinha porque não queria envolver mais ninguém em suas crises, muito menos Adora, depois de vê-la cada vez mais acostumada com esse cenário pó...
Autora falando: Fiz essa arte do momento a seguir na fic. Coloquei aqui para dar mais feelings enquanto estiverem lendo. Espero que fiquem boiolas por ela ❤️
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Depois de vagarosos passos e fincadas de espada no chão, finalmente, a ponta do objeto foi enterrada em uma parte para fora do feixe e, num último impulso, SheRa saiu de dentro daquela cortina infernal de luz junto com Felina.
Agora sim seus movimentos estavam mais leves. Sem soltar a outra, olhou para cima e estudou as paredes do abismo de baixo para cima. Iria começar a escalar. Só precisava se certificar de uma coisa antes:
– Ei, você consegue se segurar em mim? Vou precisar usar as duas mãos – olhou para baixo buscando o rosto da outra com ternura. Sabia que ela estava machucada e poderia não ter forças.
Aquela expressão de todo o amor do mundo de Adora estava estampada em SheRa, aquela que só Felina usufruía. E ela se hipnotizava naqueles olhos, naquele brilho. Precisava responder alguma coisa. O que ela falou mesmo? Estava com o queixo apoiado um pouco abaixo do colo do peito da outra, a fitando, enquanto seus braços não afrouxavam nem um pouco o abraço.
– Consegue? – a voz de Adora enfraqueceu também pela distração que a fazia se perder na expressão de Felina. Precisava se concentrar, teriam muito tempo para ficar assim depois que tudo passar.
Ah! A resposta!, o cérebro exausto de Felina finalmente a formulou:
– Uhum
Adora, ou SheRa, deu um último sorriso antes de voltar a se concentrar na saída.
Flexionou os joelhos preparando um impulso para pular para cima, usou ambas as mãos e os pés para apoiar nas pedras sobressalentes e assim foi repetindo até chegar na metade, já em uma altura considerável. Felina segurando firme nela.
Contudo, não contavam com uma grande falha provocada pela revolta da dimensão que iria tirar todos os apoios da guerreira no momento que se impulsionou para mais um pulo. Sem ter onde se segurar, começaram a cair, ralando as laterais de seus respectivos corpos na parede do abismo.
O cérebro tático e rápido de Felina teve uma ideia. Ela, então, passa a se segurar no corpo de SheRa enlaçando as duas pernas em seu tronco, ao invés de usar os braços. Assim, tem as mãos livres para tentar usar as garras e evitar a queda de ambas. A probabilidade de as garras dela fincarem na parede era muito maior do que as mãos da outra.
– Adora, se segura em mim!
A princesa a ouviu. Mas, também deixou uma das mãos livres para tentar a mesma coisa que Felina enquanto o outro braço a abraçava na cintura e seu rosto apoiava na altura do estômago dela.
Num primeiro momento, a única coisa que Felina acaba fazendo é arranhar a parede, deixando um longo caminho traçado por suas garras, até que consegue enterrá-las a ponto de firmar na parede. A tentativa paralela de SheRa foi essencial para desacelerar a queda e acabou ajudando a outra a conseguir pará-las.
