Teste de Habilidade

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— Ei, você, Jovem Mestre! — gritou um homem no meio do grupo amontoado em volta de uma mesa. Parecia gritar para Long Feng. — Sim, é você mesmo, Jovem Mestre! Foi você quem comprou um baú refrigerador no Empório uns dias atrás, não é mesmo?!

Long Feng avaliou rapidamente o homem de cima a baixo. Parecia um homem comum, com um cultivo típico de um artista marcial, não de um espiritualista.

— Não sei do que o mestre está falando. — respondeu Feng. — Comprei apenas um baú de madeira simples que era reforçado. Nada de mais.

Ele estava para dar as costas quando o mesmo homem apareceu na sua frente. Feng levantou uma de suas sobrancelhas, surpreso com a velocidade do homem — que prontamente sorriu discretamente com a reação de Feng.

— Ora, venha, mostre as suas habilidades de inscrição... — disse o homem, pousando a mão no ombro de Feng e dirigindo-o para a mesa abarrotada de cacarecos no tampo. — Não pode lhe fazer mal, pode?

Feng tinha uma resposta mordaz pronta, mas controlou-se. Talvez a resposta desse mais dor de cabeça que sua demonstração em inscrições.

— Que seja. — respondeu Feng, dando um gingado com o ombro e se livrando da mão do homem. — Apenas fale o que quer.

— É bem simples. Mostre a este Hon quais itens aqui valem à pena serem usados, quais valem à pena serem mantidos só como decoração e quais são lixo.

Long Feng virou-se de frente para os objetos, encarando todos com atenção redobrada. Parecia até que ele lia a superfície daqueles objetos: pedras rúnicas, talismãs, placas de ossos e jade, armas, braçadeiras, luvas, botas... enfim, um sem número de itens. Da centena de objetos que coalhavam a mesa, nem metade se salvava: eram todas cópias e falsificações baratas. Estas foram separadas por Feng. O restante foi separado em dois grupos: o maior, onde seriam apenas peças de decoração e o menor, com menos de um quarto do total, onde podiam ser usados.

— Este aqui, o maior. Jogue tudo fora. Lixo, não vale nem como peso de papel. — disse Feng para o tal do Hon. — Estes aqui servem apenas como decoração. Talvez valham mais se levados a um restaurador competente, mas ainda ficariam inutilizados. E estes aqui podem ser usados, embora eu tenha alguma relutância com eles. Não sei o estado dos objetos.

Os presentes riam descaradamente de Feng, achando-o um palhaço por falar uma besteira monumental dessas.

— Demonstre. Um de cada grupo que você separou. — Hon pediu.

— Esta pedra: marcada com uma faca ou algo do tipo. — mostrou Long Feng, energizando-a com seu ki. — Só de injetar ki a pedra começa a sucumbir e virar pó.

Ele bateu as mãos para limpá-las do pó. Depois escolheu um pergaminho aberto com uns ideogramas de "fogo", "vento" e "força" escritos nele.

— Este aqui eu deixaria pendurado na parede. O padrão das inscrições foi muito danificado pela umidade. Nem mesmo eu conseguiria recuperar isso sem ter ideia da aplicação original. O que dirá outro Mestre de Inscrições.

— Mas isso tá escrito no nosso idioma! — gritou alguém no grupo que rodeava a mesa.

— Está escrito no idioma do Império Lendário. Foi este idioma que deu origem ao nosso. É antigo e arcaico, mas se souber ler, verá que este aqui diz "força" e não "poder". — retrucou Long Feng.

Por fim, escolheu uma adaga voadora, bem balanceada e com um pequeno dano em seu cabo, justamente nas inscrições.

— Esta aqui ainda é utilizável. Por mais que seu efeito mais poderoso tenha se perdido, estes dois conjuntos no cabo têm efeitos interessantes.

Renascer de Um HeróiOnde histórias criam vida. Descubra agora