Capítulo 1

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 Saí do carro da minha mãe correndo e fui até a sala de televisão, onde Nick estava assistindo um desenho. No caminho, fui arrancando os milhares de pedaços de roupa que compunham meu uniforme – que eu odiava. Qual o real propósito de obrigar crianças de onze anos a usarem blazers e gravatas?

– Oi, Nicky! – eu disse, me jogando no sofá ao lado dele, já usando apenas a minha camiseta e o short.

– Oi Lizzie, como foi a escola hoje? – ele me perguntou.

Dei de ombros.

– Chata – respondi. – Todas as escolas são assim.

– Eu quero ir para a escola – suspirou ele.

Sorri.

– Acredite em mim, você não quer – murmurei –, mas acho que você deve começar ano que vem. Aproveite enquanto você ainda tem quatro anos e não tem nenhuma responsabilidade.

Minha mãe, que estava apoiada no batente da porta nos observando, deixou escapar uma risada.

– Porque você, com onze, é cheia delas, Alice?

Revirei os olhos.

– Eu sou! – rebati. – A Sra. Jones me pediu para recitar um poema inteirinho na frente da turma toda.

– Isso significa que ela sabe que você tem a capacidade para fazer isso.

– Ou ela quer me punir por alguma coisa – rebati.

– Você fez alguma coisa errada?

– Não – respondi rapidamente.

Ela riu.

– Direto pro banho, mocinha – ela disse.

Resmunguei contrariada, mas sabia que minha mãe voltaria e me arrastaria pessoalmente para o chuveiro se eu não fosse sozinha.

Dei um beijinho em Nick, que estava vidrado nos Power Rangers, e fui correndo para meu quarto.

...

A campainha tocou enquanto eu estava na cozinha, pegando canecas de cereal para mim e para Nick. Eu havia recebido o privilégio de poder atender a porta recentemente, então saí correndo antes que minha mãe pudesse abrir antes de mim.

Abri a porta e não consegui esconder o meu espanto.

Quem estava do outro lado era uma mulher mais velha. Ela era alta e parecia ser mais brava do que todos os professores da minha escola. O mais estranho sobre ela, no entanto, era o jeito que ela estava vestida.

A mulher usava uma grande capa verde esmeralda, que ia até o chão. Na sua cabeça, estava um chapéu pontudo da mesma cor e tecido da sua capa. Ela tinha a aparência de uma bruxa de livros de contos de fadas, mas não parecia ser malvada que nem elas.

Ela me encarou, por trás do seus óculos, e sorriu.

– Olá, Srta. Bennet – disse ela. – Seus pais estão em casa?

Assenti.

– Quem é você? – perguntei, sem me preocupar em ser muito educada.

– Eu sou a Professora Minerva McGonagall – disse ela. – E vim lhe fazer um convite.

Deixei a porta aberta, e subi correndo pro quarto dos meus pais.

– Mãe, pai – disse, entrando sem fôlego. – Tem uma senhora aqui querendo falar com vocês.

– Uma senhora? – perguntou meu pai. – Ela é da sua escola?

Neguei.

Eles se levantaram da cama e desceram as escadas comigo.

The Chosen OneWhere stories live. Discover now