Capítulo 2

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 Ótimo. Mais uma segunda-feira chuvosa em Londres.

Mas, apesar do clima comum, meu dia seria o mais diferente possível.

Era dia 1º de Setembro de 1991, e eu precisava estar na plataforma nove e três quartos, em Kings Cross, às onze horas.

Eu cheguei à estação quase atrasada. Faltavam apenas quinze minutos para a partida do trem. Eu sempre chegava atrasada para tudo. Em Hogwarts eu teria que me cuidar, afinal, eu não sabia se eles transformavam os alunos atrasados em sapos ou algo do gênero.

Para entrar na plataforma, você precisava atravessar uma parede. A Profa. McGonagall havia deixado uma carta com meus pais, explicando tudo o que a gente precisaria fazer antes que eu fosse para Hogwarts.

Felizmente, nós conseguimos achar a parede certa rapidamente, não foi quando ficamos horas rondando Londres tentando encontrar a entrada para o tal Beco Diagonal, que ficava dentro de um bar bem sujismundo. Foi bastante assustador, mas eu teria que me acostumar com coisas daquele tipo, já que agora eu era mágica.

Passei pela parede entre as plataformas não-bruxas nove e dez e me vi em uma plataforma lotada de crianças e adultos com roupas esquisitas e gaiolas com corujas.

Encarei Otulissa, a minha mais nova coruja pintada e dei de ombros.

O trem à minha frente era grande e vermelho. Eu não sei bem como explicar a sensação que tive ao ver aquele trem, mas eu senti algo quente e acolhedor.

Me virei para meus pais e sorri.

– Bom, acho que é isso – eu disse, tentando esconder o nervosismo.

Minha mãe sorriu.

– Acho que é – concordou ela.

– Se divirta na escola, Lizzie – disse meu pai.

– Obrigada, pai – eu disse, o abraçando com força. – Eu vou sentir muito a sua falta.

– Eu também, filha – ele disse, com a voz embargada.

Minha mãe me apertou em um abraço assim que eu soltei meu pai.

– Minha garotinha corajosa – disse ela, acariciando meu cabelo. – Você pode nos mandar cartas todos os dias. Se alguém for malvado com você, eu juro que entro no primeiro trem para a Escócia.

Ri.

– Eu não iria querer que você fosse transformada em um sapo.

Nick arregalou os olhos.

– Eles fazem isso? – ele perguntou.

– É claro que não, Nick – minha mãe respondeu rapidamente. – Sua irmã só quer te assustar.

Ri.

– Vejo vocês no natal? – sorri.

– Isso se você não quiser ficar na escola... – disse meu pai.

O encarei.

– É um castelo mágico – continuou ele. – Nós entenderemos se você quiser ficar.

Assenti.

– Eu aviso vocês.

Minha mãe deu uma piscadinha para mim.

– Tchau, Nick – eu disse dando um beijinho na cabeça do meu irmãozinho.

– Você já vai embora? – ele perguntou.

– Eu tenho que ir – disse. – O trem já vai partir.

Nick deu de ombros. Ele é muito novo para entender o que eu estava fazendo.

The Chosen OneDove le storie prendono vita. Scoprilo ora