Rest in Power

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Uma mensagem,

Faz alguns dias que precisava vir aqui, primeiro que para avisar alguns leitores que Karila Aistarabaw está sendo postada já, abri outra história para ela, alguns leitores estavam confusos e eu senti no dever de avisá-los por aqui da maneira correta porque muitos não me acompanham no twitter, que é realmente minha fonte mais imediata para avisos porque o wattpad não anda servindo muito para notificar corretamente quem deseja ser notificado. Porém dentre a necessidade para essa mensagem, eu quero falar sobre algo além, peço um pouco da atenção de vocês.

Ontem Chadwick Boseman faleceu devido à um câncer, a quem não o conhece necessariamente pelo nome, ele foi o ator que fez Pantera Negra no cinema, o protagonista da história. Eu quero necessariamente deixar uma mensagem aqui porque sua perda me tocou e mexeu comigo de tal maneira que eu já podia mensurar porque Pantera Negra foi uma virada de jogo para mim quando comecei a escrever Hidden, abro-me a um relato pessoal e repleto de gratidão, é meu dever mostrar aquilo que me inspirou a inspirar.

Em Janeiro de 2018 eu comecei a jornada de Hidden, já havia em mente o que eu queria contar com essa história, mas os meus propósitos ainda não estavam plenamente moldados, e os propósitos são importantes quando você quer contar uma história como essa, eu estava feliz com a recepção inicial da história, não era novidade postar algo aqui, mas sua robustez ainda não havia sido construída, eu volto a repetir que propósitos são essenciais em histórias como essa, elas vazias não vão a lugar nenhum.

Eu já havia postado 2 a 3 capítulos antes que Pantera Negra estreasse no Brasil, o que ocorreu em Fevereiro de 2018, meu contato com o filme de início me trouxe algo muito especial, aquela percepção de grandeza, do quão emblemático e poderoso a figura da representatividade torna pessoas como Chadwick inesquecíveis. Eu enxergava as camadas de poder, e de força que aquela descrição visual de uma sociedade africana tinha, ia além da tela, toca nas nossas percepções sensoriais, mas vai em nossos propósitos. O que eu enxerguei me inspirava, e entre meus pensamentos pós tê-lo visto eu considerei muitas vezes o quanto não podia mensurar o que ele havia significado para uma criança, um adulto negro ao se ver em uma posição de poder que lhe pertence, foi o absoluto gancho daquilo que é representar para mim.

Trouxe-me o questionamento do que eu devia fazer, para quem eu devia contar a minha história? Quem eu queria tocar o coração diretamente, trouxe-me um desejo muito específico de fazer algo que se tornasse especial pra alguém, me impulsionou ao sentido mais positivo de inspirar aqueles que não se sentiam inspirados. A figura tão equivocadamente imposta de fragilidade a mulher havia sido totalmente destrinchada em minha mente, a partir do quarto capítulo em que voltei para o wattpad depois de um momento difícil em minha vida pessoal, eu coloquei um gif da Normani no topo do capítulo, eu já a considerava especial para essa história, mas ansiei que ela fosse mais, me recordava daquela mensagem vista naquele filme e a reconstruia em mente, eu a queria poderosa e imbatível, uma muralha diante daquilo que fosse ser tentado para derruba-lá. Se eu estava falando de uma história que tinha o continente Africano como cenário, então eu queria a atribuição de força de poder, que ela fosse imbatível, que os homens mais poderosos a temessem como devia ser temida.

Aquela mensagem de Fevereiro de 2018 em Pantera Negra havia mudado minha percepção de poder, de como eu devia retratar minha própria história, meu público claramente muito mais limitado do que as camadas que um blockbuster podia atingir como aquilo, porém tão quão importante para mim como sempre há de ser. Atribuo toda a energia da mudança de chave, quando ela girou para mim e eu me vi enxergando os propósitos que queriam que vissem nas minha histórias quando aquela última cena de T'Challa na ONU apareceu em cena, era esperança em seu povo, força, a óbvia explicitação de um líder absolutamente indestrutível.

Eu desejei profundamente então que conseguisse em algum ponto criar meus próprios líderes indestrutíveis, que despertassem aquele mesmo sentimento que ele despertou aos outros, não importassem quantas dificuldades houvesse pela frente. Há muito daquele filme em Hidden, em como me moldou, Akil foi criado depois de vê-lo, eu o criei sob a imagem de Michael B Jordan, que foi um antagonista na trama, usufrui de muitas músicas de sua trilha sonora como pano de fundo para as minhas criações em Hidden, até indiquei algumas aqui como opção para acompanhamento à leitura, está eternizado em mim e eu sou profundamente grata ao poder incalculável que Chadwick trouxe a mim como inspiração para criar algo que me faz sentir tão feliz e tão orgulhosa em ter criado.

Minhas atribuições são infinitas, tão quanto minha gratidão por tê-lo feito de tal maneira, não seria justo que eu guardasse essa particularidade comigo, mesmo que já aparentasse tanto nos efeitos que causou em minha história. Desejo que Chadwick descanse em paz depois de ter sido um homem incrivelmente forte e inspirador em sua vida e que histórias como estas, como foi Pantera Negra, sejam contadas milhares de vezes além, para inspirar e colocar nossa sociedade no eixo correto de igualdade e busca por direitos em todos os âmbitos existentes.

Obrigada por terem lido essa mensagem, aprecio muito todo o carinho comigo, cuidem.-se.

Honey.

#WakandaForever.

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