CAPÍTULO 28 - Caos descontrolado

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Felipe.

Quando a Camila me mandou a mensagem, eu pensei que ele estava ameaçando ela ou algo, mas eu também pensei que ela deveria ter ligado para polícia para lidar com essa situação e não para mim porque, bem...

O que eu não esperava é que chegando no prédio dela, outras cinco pessoas já estariam lá para tentar controlar a situação, pois aparentemente ela mandou uma mensagem em massa para todos nós. Eu já não me sentia mais tão especial, pois não era mais o seu contato número um de emergências.

— Desculpa, Tams. Desculpa mesmo te fazer vir aqui pra lidar com isso — eu pedi assim que estacionamos em um cantinho que consegui encontrar, tendo completa certeza que eu estava invadindo uma vaga de idoso, porém eu estava rezando para que aquele caos descontrolado fosse efetivamente controlado em um momento breve.

— Fica tranquilo, Galhardinho, não estou com pressa — ela se inclinou e beijou os meus lábios em um movimento que deveria ser considerado para entrar como modalidade olímpica — depois você me compensa.

Ela saiu do carro e eu fiquei alguns segundos para conseguir ligar dois mais dois e entender o que ela deu a entender era realmente o que eu estava entendendo.

Deus!

Santo Agostinho tinha razão! Eu tinha mesmo que começar a sair de casa, senão jamais viveria com plenitude a minha vida.

Eu saí do carro para ver que a Camila estava jogando camisinhas cheias de água no Ulisses para que ele fosse embora — por mais que eu realmente pensasse que ele merecia aquilo por incomodá-la as quatro e pouco da manhã, eu estava realmente indignado que ela decidiu fazer aquilo.

— Camila! Por que você não me quer mais? — Ulisses berrou e buzinou, fazendo o maior escândalo da história, pois quase todos os vizinhos dela estavam na janela para assistir aquela cena degradante.

— Você usa Comic Sans! Que tipo de ser humano é você? — ela berrou regada no ódio e me avistou perto de Tamara, pois ela com certeza não havia mandado mensagem para nossa rainha do marketing, então... seus olhos se arregalaram, porém eu senti e agradeci que ela guardaria aquela conversa para depois.

Eu corri na direção que o Leandro estava, cumprimentando-o levemente enquanto tentávamos arrancar Ulisses do seu carro, porém ele era forte e nós... nem tanto. Apenas quando o Vitório e o Rui — sério Camila? Esses dois entraram na sua lista de contatos de emergência? — seguraram as pernas e eu e o Leandro seguramos os braços que o Ulisses subumbiu no chão.

— Eu te amo, Camila! — ele murmurou em voz de choro e aquilo realmente partiu o meu coração.

— Não ama não, ela não vale a pena — Leandro comentou, afagando as costas do Ulisses, recebendo um olhar indignado meu e outro desconcertado de Vitório, porém ele apenas deu de ombros, afinal, de verdade, o que nós poderíamos fazer naquele momento?

— Ela parece uma deusa grega — o rapaz continuou murmurando suas derrotas contra o asfalto e eu senti uma mão pequena contra meu braço.

— Felipe Galhardo! Por que você não me liga de volta? — Marina me cutucou no peito, afastando-me por um momento daquela situação emocionalmente confusa.

— Eu só... — eu engoli a seco, pois, de acordo com o que a Malu havia me contado, Adelaide e Geórgia estavam rondando a Marina dia e noite, perguntando sobre mim e sobre o que ela sabia sobre a proposta da outra empresa e qualquer coisa que efetivamente terminasse de cavar a minha cova.

Não é que eu não confiava nela. Eu só não queria que ela tivesse que guardar este segredo sabendo que ela era péssima naquilo.

— Eu só estou triste — eu olhei para ela com meu melhor olhar de gato de botas e isso a desarmou por trinta segundos — mas eu estou superando aos poucos isso. Tenho certeza que elas vão perceber que eu sou uma boa pessoa e logo volto para o meu trabalho.

Amor em Revisão (Concluído).Where stories live. Discover now