CAPÍTULO 40 - Um toque de mágica, baby

461 79 188
                                    


Marina.

Eu tinha seduzido Rui Casagrande.

Isso era uma loucura completa, certo? Eu tinha literalmente beijado Rui e feito um convite cheio de intenções implícitas (implícitas? Se fosse mais explícito estaria escrito na minha testa!) que ele tinha aceitado prontamente.

Tudo nele dizia que, sim, ele queria fazer aquilo e se eu dissesse que não queria, estaria mentindo descaradamente.

Mas era uma loucura!

Eu nem sabia que eu conseguiria seduzir Rui Casagrande se quisesse.

Mas sua mão segurando a minha e toda aquela tensão dentro do Uber que tínhamos pegado eram prova inequívoca de que era possível.

Eu nem tenho muita certeza de como ele tinha conseguido avisar para alguém - se eu entendi bem, para Tamara - que nós estávamos indo embora e nem como foi que ele chamou um carro com a recepção péssima de sinal que o Ibirapuera tinha naquele momento, contudo, ele pareceu bem empenhado em conseguir fazer aquilo funcionar.

Nossas mãos estavam juntas no meu colo e eu sabia que provavelmente eu estava suando de nervosismo — Rui não ia achar aquilo nada sexy.

— Marina — ele me chamou, fazendo com que eu me virasse para ele.

Assim que eu olhei, ele colocou sua mão na curva do meu maxilar e me puxou em sua direção, colando sua boca na minha com muita delicadeza - acho que isso sempre me surpreenderia, porque eu esperava que ele adotasse mais um estilo beijo desentupidor de pia ou algo assim, bem condizente com o estereótipo de homem pegador e sei lá.

Mas ele não fazia isso.

Seu beijo era calmo e habilidoso, explorando os pontos fortes na medida certa. Ele se afastou e seu nariz roçou no meu, me fazendo abrir os olhos. Seu olhar era como duas ágatas azuis rodeadas por cílios espessos e curvados, só um pouquinho mais escuros do que o seu cabelo.

Deuses, ele era muito bonito.

— Você vai quebrar meus dedos se continuar apertando com tanta força — ele sussurrou e, pela proximidade, seus lábios roçaram nos meus, fazendo cócegas. Em resposta, eu dei risada, porque nem tinha me dado conta desse fato e não tinha exatamente como explicar que eu estava entrando em parafuso com a ideia de Rui e eu... Enfim. — Se você mudar de ideia sobre isso, não tem problema.

Esse era o ponto.

Eu podia sentir a Eugência se revirando no meu estômago ansioso e meus dedos dos pés se contorcendo dentro das botas. Mas quando eu olhava para Rui, com todo o seu charme e todas as coisas que eu descobri que o faziam ser bem mais do que um conquistador barato, tudo o que eu menos queria era mudar de ideia sobre qualquer coisa.

Eu tinha seduzido Rui Casagrande porque eu quis. E continuava querendo.

— Não vou mudar de ideia, Rui — eu disse, contra seus lábios e notei um sorrisinho na sua boca. — Eu só estou um pouco... nervosa.

Rui afastou a boca da minha e parou os lábios bem pertinho do meu ouvido, sussurrando tão baixo que foi difícil até para que eu separasse sua voz da música que tocava no carro.

— Se você soubesse o quanto eu estou querendo isso, Marina, saberia que não tem motivo nenhum para ficar nervosa — ele disse e sua voz rouca arrepiou os pelos do meu braço.

Sua mão alcançou minha coxa e eu suspirei.

Puta que pariu, eu estava perdidinha nos encantos daquele galã.

Amor em Revisão (Concluído).Where stories live. Discover now