C29

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"Dizem que é frescura, mas acham mesmo que alguma pessoa nesse mundo sofre por opção ?"
— Char Rizzo.

(Sim, estou preparada para a morte e tortura que vocês prepararam a mim)

{•••}

× TERCEIRA PESSOA ×
(Dois meses depois)

Sentado de pernas cruzadas naquela mesa, uma das muitas que ficam na praça de alimentação do shopping, Arthit observa com atenção as coisas que acontece e tem a melhor expressão vazia no rosto. Mesmo que vez ou outra ele se distraia com os movimentos de Joss e Kai enquanto a fila avança, aquilo não era o bastante para o impedir de notar algo que não faz bem para sua sanidade mental.
A sua mão está fechada fortemente entorno da garrafa de água que ele segura, os nós dos dedos brancos e os olhos fixos nas duas figuras mais velhas que estão logo na fila do lado, e embora o peso de alguma ameaça esteja sendo transmitida por sua raiva fervendo nas veias, a calma que transborda em manter a merda dentro de si é incrível.

— Você tem um autocontrole maior que o de Azazel. - Uma voz profunda e desconhecida diz ao seu lado. — É impressionante de se ver, eu já teria explodido a cabeça deles.

O olhar de Arthit se desviou das duas figuras que estão encarando os seus noivos com um sorriso no rosto, se voltando para o homem de terno cinza de bela feições que se sentou ao seu lado, e Arthit franziu a testa rapidamente. Aquele homem se mantinha ali na sua frente com total elegância, seu terno sem dobras, as pernas cruzadas e figura impotente, o seu sorriso frio e olhos felinos.
Os mesmo olhos, ou marca, que seu padrinho Magnus carregava e herdou do pai biológico. Mas calculando que as histórias estivessem certas e o pai de Magnus não teve a chance de ter muitos filhos, aquilo significava que aquele ao seu lado era um dos Nove Príncipes do inferno.

Arthit rapidamente se lembrou de algo que Magnus disse: "Quando meu pai está envolvido, sempre há um preço."

— Muitas testemunhas. - Resmunga Arthit, dando de ombros. — Tenho a etiqueta de não matar em público.

Asmodeus solta um riso baixo pelas palavras usadas pelo mais novo, e o olhando de relance agora que está tão perto pode ver que ele se parece só mais uma criatura como as outras, só que na verdade aquele pequeno projeto de humano aprimorado foi capaz de matar um príncipe apenas para pode salvar os que ama. E para alguém vivo por tantos anos, como o próprio Asmodeus e os outros sete príncipes, ele nunca viu o amor ser capaz de fazer algo tão expendido quanto aquilo em sua existência.
Mas aquela, aparentemente, bela e frágil criatura era realmente especial como disseram.

— Se eu envelhecer um ano a cada vez que alguém me encara com toda a sua intensidade. - Resmunga Arthit, sem sequer virar o rosto. — Posso ser considerado tão velho quanto você.

Asmodeus deixa um riso lhe escapa dos lábios, atraindo alguns olhares de mulheres que estão perto dali, e fazendo Arthit revirar os olhos. Ele pode sentir o peso da escuridão que a criança carrega, a magia vasta que a realeza exerce sobre cada Príncipe, e em mim.
A raiva constante nas veias e o seu desejo de sangue, sugando sua vida pouco a pouco a cada segundo do dia, esse era o peso da morte e o da coroa. A maldita imortalidade que o faria ver todos aqueles que ama ficarem velhos e morrerem, aquela coisa que ele começou a rejeitar no momento em que a caçada se foi, ela era fria em seus ossos e ardia na pele como brasa de lembrete de que seus dias diminuíam com lentidão até não ficar nada além de alguém sem alma e oco. Um monstro.

— O que você quer aqui ? - Pergunta Arthit.

— Te fazer uma oferta. - Responde Asmodeus.

Isso faz Arthit tirar a atenção que tem nos dois garotos da sua vida, virando a cabeça para o demônio maior com a sobrancelha arqueada.

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