Imperecível

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A espera do reencontro fez com que eu fizesse um capítulo novo quem amou?
votem e comentem por favor🥺🥺

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Meus olhos procuraram os seus assustados. Ela estava linda naquela noite, apesar da sua aparência de cansada, suas roupas davam um ar de séria, de mais velha. Usava uma blusa de manga longa branca, com um short preto e sapatilhas da mesma cor tendo a ponta metalizada, levava um blazer dobrado no antebraço. Seus cabelos caíam com ondas perfeitas e até um sorriso constrangido enfeitava seus lábios.

- Gi...- Sussurrei ainda sentada no chão. Minha voz é um misto de dor e alegria por finalmente encontrá-la. 

- Você está machucada? - A preocupação na sua voz foi evidente e por segundos comemorei internamente por ela se preocupar comigo.

- Não. - Levantei rapidamente. E num momento de coragem solto o que precisava. - Eu estava indo até sua casa para me despedir.

- Quando que você vai embora? - Sua voz saiu embargada pelo choro.

- Ainda essa semana. - Menti, assim evitaria algo melancólico entre nós.

Seus olhos que brilhavam divertidos com a situação de segundos atrás se contraíram em dor, o sorriso se desmanchou e meu coração apertou na possibilidade de que ela estava sofrendo e a culpa era minha.

- Não precisava se dar esse trabalho, já que foge covardemente e me evitou esses dias. - Sua voz fria era pior que a água gelada da chuva e o vento juntos.

- Gizelly, eu não estava. - Todas as frases que tentei formular não saíam e pateticamente só consegui contar mentiras.

- Me poupe, Marcela. Queria ouvir Adeus? Aqui está então... Adeus, Marcela. - Seu corpo passou esbarrando pelo meu e ela caminhou rapidamente sendo molhada pela chuva e em direção a sua casa.

Meus olhos se afastaram da figura a minha frente e miraram o chão, daí reparei no que ela deixou cair antes de simplesmente correr de mim. Reconheço os copos e vou até eles, meu coração bate de forma frenética e um medo se instala, dois copos e se eu não gostasse do nome que veria escrito neles?

Me aproximei lentamente e vi "Sereia" era para mim. Seja lá o que pretendia, ela tinha ido até a cafeteria buscar algo que me fizesse acompanhá-la e me deixasse feliz. Busco com os olhos a silhueta tão conhecida por mim encontrando prestes a virar uma esquina, num ato de coragem e impulsividade corri até ela.

- Gi, espera! - Gritei, mas ela não escutava. - Por favor, espera!

Meus pés não seguiram meus comandos de parar, acabei sendo impulsionada contra suas costas fazendo-a cambalear e quase cair.

- O que você quer? - Sua voz era ríspida e não doce como antes, a fúria em seu olhar me fez esquecer da chuva.

- Por que se deu trabalho de vir até aqui comprar café com meu nome se me odeia tanto? - Perguntei movida a coragem. A chuva que caía sobre nós deixava tudo ainda mais dolorido, tenso e intenso. - Sereia sou eu e você sabe.

- Estava disposta a conversar com você, mas não acredito que tenha conversa. Marcela Mc Gowan, você é uma covarde! - Gritou para mim. Seus braços faziam gestos desesperados, sendo as mãos levadas aos fios de cabelo e descendo pelo rosto chegando ao peito como se sentisse dor.

- Isso não é bem uma novidade para você! - Rebati aos gritos. - Mas não podemos, Gi... somos melhores amigas, não posso destruir o que temos.

- Por eu ser sua melhor amiga deveria ter a confiança no que temos e que nada será destruído. - A água da chuva se misturava com as lágrimas dela, seus olhos vermelhos denunciavam o que ela fazia ali, sem pudor algum, sem medo de ser vista tão frágil. O desejo de tomá-la em meus braços era tão forte que cada pedacinho meu se contraía.

Entrelinhas | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora