Nunca Te Disse

1.2K 92 105
                                    

Quem é vivo sempre aparece não é mesmo??

Votem e comentem por favor💖

~

"Me encontro tão ferida mas te vejo ai também em carne viva. Será que não tem jeito? Esse amor ainda nem nasceu direito para morrer assim"

Gizelly Bicalho.

Eu podia sentir a claridade do dia me atingindo de forma interrupta mesmo permanecendo de olhos fechados, minhas pálpebras se abriram lentamente e logo tornei a fecha-las, meu corpo dolorido em lugares estratégicos, na verdade eram marcas de uma noite vivida plenamente e maravilhosamente. Amaldiçoei-me mentalmente por não ter fechado as cortinas antes de me render aos encantos de Marcela Mc Gowan, rolei na cama a procura do corpo macio e quente da minha amada, porém tudo que encontrei era o vazio do lugar e seu cheiro que estava impregnado no lençol.

Levantei num sobressalto a procura dela, porém o quarto estava exatamente igual a cama, vazio. Suas roupas que foram espalhadas peça por peça na noite anterior não estavam no lugar que deveriam estar. Caí de costas na cama bufando e senti uma lágrima solitária descer, minha respiração ficou irregular e meus olhos procuraram uma explicação plausível para eu acordar sozinha depois da noite maravilhosa que tivemos.

Foi mágico, nunca me senti de forma completa como foi ao me entregar para ela, tudo bem, eu não tinha muitas experiências, na verdade nenhuma experiência, mas tinha a certeza que havia sido único para nós. Foi amor, não apenas sexo casual, foi amor. Era e é amor!

Fechei e abri meus olhos lentamente, como se ao fazer isso a cena pudesse mudar drasticamente e eu pudesse encontrá-la perdida em pensamentos em algum canto daquele quarto. Sentei na cama sentindo meus ossos estalarem e a dor que se fazia presente em mim não era mais a dor física, e sim a mental. Cada parte do meu corpo doía em forma de resposta ao que meu cérebro radiava para meu coração.

Avistei um papel chamativo ao lado do porta-retratos na mesinha de cabeceira e minha cabeça deu um giro de cento e oitenta graus. Senti meus pés tocarem o chão gelado e um frio percorrer minha espinha enquanto caminhei para o papel chamativo. Sua caligrafia direcionava aquele pedaço de carta para mim, e eu não estava preparada para ler o for que estivesse escrito. Me sentei novamente na cama e procurei acalmar meus pensamentos e respiração, eu podia pressentir que não viria algo bom dali, e num impulso abri minha sentença.

Minha Gi,

Escrevo essa carta com lágrimas nos olhos e um aperto no coração por não ser corajosa o suficiente para não saber dizer adeus da forma digna que você merece, entretanto tenho em mim que a forma como fizemos amor durante a noite toda foi o suficiente para demonstrar como são verdadeiros os meus sentimentos por ti.

Sei que ao ler essa carta irá me odiar e talvez nós nos perderemos uma da outra com o tempo depois dessa minha decisão de ir embora, mas espero que saiba no fundo do seu coração que mesmo de longe eu estarei procurando e esperando por você. Pensei em falar diversas coisas, mas nenhuma seria tão boa quanto iniciar com a frase de que você foi a melhor pessoa que entrou em minha vida. Gi, você veio com a mesma beleza de um arco-íris depois de chuva quase infinita, com seu jeito alegre me trouxe o sol e me fez sentir o calor emanado do amor e desejo.

Eu não soube lidar com o meu próprio êxtase quando te ouvi dizer que me amava, de certa forma sonhei muito com isso e quando retribui mostrando ser recíproco não esperava que admitisse pra mim mesma tão cedo. "Eu te amo" foi tudo que eu consegui dizer, enquanto observava tudo aquilo acontecer com a alma mais leve do que nunca. Vi que não foi o suficiente dizer apenas que te amava, porque dentro das três palavras existiam todas as coisas não ditas tornando-se ocultas entre nós. Sei que fui covarde, tinha medo e por isso tentava me afastar do que estava acontecendo entre nós, o conforto da nossa amizade era mais seguro.

Entrelinhas | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora