Rejeição

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Não demorei tanto para voltar dessa vez, não é mesmo?

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"Linda do jeito que é, da cabeça ao pé, do jeitinho que for. É, e só de pensar sei que já vou estar morrendo de amor. De amor..."

Marcela Mc Gowan.

Crescer significa mudar e mudar envolve riscos, uma passagem do conhecido para o desconhecido as cegas com receio sobre o que o futuro nos reserva. Depois de tomarmos a decisão de morar juntas, eu e Gizelly havíamos programado de contar para as meninas e o dia da tão difícil conversa havia chegado.

Decidimos falar antes da chegada de Bianca, pois não queria que a presença de Gizelly fosse deixada de lado dentro do meu apartamento quando minhas amigas estivessem presentes, e que a menor entendesse frente a isso que a vinda da tia não simbolizava nada mais que uma visita.

Estávamos sentadas na sala com Liz em nosso meio e Alessia em meu colo, a pequena estava desconfiada sobre o que aconteceria pois já tinha reparado que a morena aos poucos deixava algumas coisas suas no nosso apartamento.

Naquele momento não sabia como contar a novidade, mesmo tendo tentado me preparar tinha medo da reação da pequena e tinha total consciência de que se ultrapassasse o famoso limite teria que castigá-la de alguma forma. Educar, essa era minha missão e talvez a que mais difícil até então.

- Meninas, vocês sabem o quanto amo e respeito a opinião das duas, mas nos últimos dias eu e a tia Gi tomamos uma decisão sobre de nosso namoro sem consultá-las e hoje queríamos dividir ela com vocês. - Minha mão passava pelos cabelos de Alessia que balançava os pés sem parar. - Eu morei durante uns anos com a Bianca, porém nosso relacionamento não deu certo e resolvi reconstruir minha vida ao lado da pessoa que sempre amei, para que isso funcione é necessária uma adaptação em que o progresso será feito aos poucos e em virtude disse a convidei para morar aqui.

- A titia no nosso cantinho mamãe? - A menor virou-se ficando em lateral para olhar-me. - Com eu, a senhora e a Liz? Aqui mamãe?

- Sim meu anjo. - Confirmei vendo seus pequenos olhos arregalarem rapidamente. - Eu quero que sejamos uma família e que que vocês possam ter um convívio maior com a Gi igual ao que tinham com Bianca. O que me dizem?

- Eu gosto muito da tia Gi, ela sempre está com a gente e para mim vai ser muito legal morar nós quatro juntas. - Liz manifestou-se levando seus olhos a Bicalho e sorriram em sincronia. - Iremos poder escutar histórias todos os dias, Alessia.

- Eu não quero. - A pequena disse em um tom sério tomado de recusa em relação à ideia. - Só a tia Bia que mora com a gente, Liz.

- Meu amor já te expliquei que a casa da sua tia é em outro lugar e que não moraremos mais com ela, pois não existe mais namoro entre eu e a Bianca, além de nossa vida ser aqui em São Paulo. - Repeti o discurso novamente observando sua expressão fechada. - Eu quero que você entenda e aceite essa realidade, Alessia.

- Não pode mamãe. - Contestou saindo do meu colo para ficar em pé a minha frente. - Tia Bia e eu vai ficar triste.

- Filha, você não gosta da Gi? - Questionei diante de sua rejeição, mas sabia que negaria por puro ego e foi o que fez.

- É chata mamãe. - Disse ignorando a presença da mulher ao nosso lado e Maria colocou mão em minha coxa apertando devagar. - Prefiro a tia Bia, porque é legal comigo e amo ela também.

- Por que está fazendo isso, Alessia? - A irmã perguntou segurando a mão da morena que apenas observava a cena calada.

- A tia Gi não gosta da minha tia Bia, ela não quer a titia aqui, Liz, e é uma feia por causa disso. - Acusou fazendo-me constatar que havia escutado minha briga com Gizelly na véspera da Pascoa, pois logo quando a morena saiu de seu quarto a menina abriu as pálpebras me olhando de forma curiosa. - Não gosto dela, não gosto!

Entrelinhas | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora