Gabriel P.OV.
Hoje infelizmente é o dia que irei encontrar minha mãe biológica depois de 25 anos sem ter contato nenhum com ela.
- Filho, toma cuidado, tá? Seu pai vai estar mandando um carro com seguranças e eles ficaram na área que você estiver com a maluca lá.- minha mãe diz.
- Pode deixar mãe. Vou tomar todo cuidado possível e prometo voltar inteiro.- dou uma risada.
A real é que eu estou com uma mistura de ansiedade e pavor.
Poxa, pensa comigo. A Cameron só me criou durante 3 anos da minha vida, escondeu minha real paternidade, me abandonou para fugir com um cara na Itália e por fim foi presa por envolvimento no ataque à minha tia Helena. Então, é óbvio que estou com uma mistura de sentimentos no meu corpo.
- Eu te amo!- ela me dá um abraço e um beijo na testa, enquanto eu recebo de bom grado o carinho dela.
- Eu também te amo muito!
- gente, parece até que o Biel vai para guerra!- Maju chega.
- com aquela maluca você pode esperar de tudo,minha filha. - Meu pai chega atrás dela. - toma cuidado, filho e lembre-se: não caia no papinho dela.
- vou fazer isso, não quero proximidade alguma com ela. - falo e entro no meu carro.
Vou ser escoltado pelos seguranças até o parque que marcamos e assim que eu chegar lá vou encontrar com a Cameron e mandar a real para ela.
O percurso durou cerca de trinta minutos por conta do trânsito infernal que esse estado tem.
Chego no parque e estaciono o carro. Desço dele e vou para o local que combinamos.
Havia bastante pessoas correndo, fazendo piqueniques e andando de bicicleta, mas eu consegui reconhecer a figura da mulher que me teve a distância.
Ela estava sentada em uma mesa de piquenique sozinha e olhava para todos os lados como se tivesse procurando alguém e eu sei bem que esse alguém é a pessoa que vos fala.
Assim que ela me viu em seu campo se visão, vi um sorriso enorme abrir em seu rosto. Ela estava pálida, já possuía alguns cabelos grisalhos e as plásticas que havia feito quando jovem estavam começando a não fazer mais efeito.
Minha fisionomia era a mesma, calmo e extremamente sério, não tenho essa fama atoa.
- Filho!- ela grita e corre para me abraçar, porém eu não correspondo o seu abraço.- aconteceu alguma coisa, meu amor? - sonsa.
- aconteceu e é por isso que eu aceitei esse encontro.- falo seriamente. - senta. - peço e a acompanho.
- claro! Como eu senti sua falta filho.- ela tenta tocar minha mão, mas eu não deixo.
- por que você tava perseguindo minha família?- ela solta uma risada debochada.
- sua família? Ali é somente seu pai que é sua família!
- Você me criou por acaso porra? - perco a paciência. Fala de mim mas não da minha família.
- por que eu não pude. - Eu conseguia ver na cara dela a mentira escancarada.
- Mentira! Você podia sim, mas não quis. Preferiu ser putinha de italiano. - falo e automaticamente sinto um tapa sendo deferido no meu rosto.
- Não fala assim comigo porque eu sou sua mãe!
- minha mãe porra nenhuma! Mãe cria um filho e não abandona ele por causa de macho! Estou mentindo Cameron?
- Está! Mãe é quem gera a criança e quem o tem.
- Você está certa!- falo com total deboche.- você gerou, então tem 1 ponto, mas não me tem, ou seja, - 1 ponto, o que te dá o total de zero.
- se eu não sou sua mãe, então quem é? Aquela loira aguada e puta?
- escuta aqui.- me levanto e encosto meu rosto no seu ficando cara a cara.- eu quero você longe deles entendeu?
- o que você vai fazer? Me prender de novo?
- Não. Eu vou te colocar num hospício e você irá tomar uma quantidade excessiva de medicamentos para tratar da sua demência.
- isso é uma ameaça?
- Imagina! Isso é somente uma hipótese. Quer transformar ela em realidade? - ela nega.- então não se aproxima da minha família.
- família? Aiai. - ela resmunga.
- Sim, minha família! Minha mãe, me criou,me deu todo amor e carinho possível, me transformou no homem que eu sou hoje. Meu pai, o homem da minha vida! O cara que mesmo antes de não saber que era meu pai já me tratava extremamente amoroso, o mesmo cara que quando viu a puta que ele comia abandonando o filho para ficar com outro por interesse não me abandonou e sim, cuidou de mim, faltou em grandes eventos para cuidar de mim quando eu estava doente e o ÚNICO que realmente se importou comigo. A Maju, o meu cristal! Sempre protegi de todos que tentaram algo ruim contra ela e sempre foi recíproco. Sabe porquê? - ela nega com lágrimas nos olhos.- por que ela me ama e foi a melhor coisa que OS MEUS PAIS já me deram. Enquanto você estava lá aprontando contra minha tia, sendo presa e destruindo qualquer oportunidade de se aproximar de mim possível.
Vejo ela chorando e não sei porque, mas me sinto aliviado por tudo o que eu disse, parece que uma carga enorme aliviou as minhas costas e agora eu me sinto livre para viver minha vida em paz.
- certo. Eu prometo te deixar em paz.
- só a sua palavra não basta.- meu pai aparece do meu lado.
- o que você está fazendo aqui?- sussurro para ele.
- acha mesmo que eu ia te deixar nessa sozinho?- eu nego. - voltando. Para termos certeza que você não irá se aproximar nem do meu filho, nem da nossa família, você irá assinar esse contrato.- ele entrega um papel para ela que claramente era um contrato que não permitia que ela nem se quer ficasse próxima a nós. Meu pai é foda! Bendito seja os professores dele na faculdade.
- Não é necessário tudo isso.- ela fala.
- É sim. - digo entregando uma caneta para ela.
Alguns minutos depois eu saio daquele parque com meu pai e nós somos para a casa dele novamente.
- agora fala a verdade para mim pai,- peço a ele.- aquele contrato era pra quê?
- quando ela saiu da cadeia, o psiquiatra de lá conversou comigo e disse que ela obviamente estava sofrendo de demência e transtorno de bipolaridade, como ninguém da família dela a quer por perto, eu dei um jeito dela assinar aquele contrato que na verdade era um para dar entrada em uma clínica psiquiatra. Assim, ela vai ficar bem e nós também. - ele me explica.
- Pai,você é um gênio!
- Não aumente meu ego por favor. - fala e eu dou risada.
Como diz meu tio Zyan:
" no final tudo termina bem."
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KAMU SEDANG MEMBACA
GABRIEL #4- DOIDAS POR UM TERNO NOVA ERA
RomansaLivro de número 4 da série: DOIDAS POR UM TERNO. 📌SÃO PAULO- BRASIL. Ele cresceu! 25 anos após a descoberta de ter sido abandonado pela própria mãe, ele chega mostrando quem se tornou. Um homem possessivo, impulsivo e extremamente sério na vista...