CAPÍTULO X

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Não tem coisa melhor, do que acordar em uma cama macia, com um som de fundo perfeito, como a voz da Adele. Sem deixar de falar no aroma excelente de Hortência espalhada pelo quarto. Claro, tem também os travesseiros macios com fronha de cetim. Tenho uma vida perfeita. E as pessoas ainda dizem que dinheiro não compra felicidade. É, de fato, quando não se tem dinheiro, é melhor pensar assim.

— Alexa, encher a banheira com água morna. — Peço para a assistente virtual. Ela responde que assim fará e logo ouço o barulho da água na banheira.

Me levanto e bocejo. Hoje marquei com Eduardo de tirar as medidas do seu terno e do meu vestido. Encaro as grandes janelas do meu quarto e vejo que o céu está acinzentado. Segundo a Alexa, a previsão do tempo hoje será nublado e mais frio que de costume. Sorrio. Excelente, eu amo o clima frio. Antes que eu siga para o banheiro, a porta do quarto é aberta e um garoto com pijama de dinossauro invade meu quarto.

— Primeiro se bate, depois se entra, Zayn. — Advirto.

— Desculpa irmã... é que eu não queria ficar sozinho... — Se desculpa. Sorrio e sigo até ele, depositando um beijo em sua cabeça.

— Tudo bem, mas da próxima, primeiro bata. Pode ficar aqui e assistir no meu tablet.

Sigo para o banheiro e o deixo assistindo. Após o banho relaxante, me enrolo no roupão rosa e saio do banheiro. Antes do evento, preciso ir ao salão. Muitas pessoas pensam que eu tenho alguém para finalizar meus cachos, mas, na verdade, sou eu quem finalizo. Até acho relaxante, mas, as demais coisas, como hidratação etc, vou ao salão. Zayan não está mais no quarto, provavelmente, ele se cansou de assistir.

— Estão hospedados aqui? — Questiono ao ver todos reunidos na mesa.

— Ah, não, querida, sua mãe nos convidou para o café. — Diara responde sorridente. Assinto.

Cumprimento meus primos, exceto Ravi, antes de me sentar à mesa. Os três menores estão próximos um dos outros, trocando comida. É bonito de ver Zayan tão próximo deles. Infelizmente, o único lugar vago é próximo do encosto chamado, Ravi. Ignoro sua presença e me sento, me servindo do meu pão integral.

Eu iria até a casa de Eduardo, mas ele disse que me pegaria aqui, nos portões da minha casa. Não quis contestar, além de que, eu, Estela, em um bairro pobre? Daria o que falar. Ao sair, sinto a brisa fria me abraçar, apesar de eu estar com uma jaqueta de couro da Prada. Apesar do frio, minha opção de roupa, fora um vestido acima dos joelhos na cor rosa. Ele não tem alças, além de ser super colado ao corpo. Optei por tênis, um da Nike rosa-claro.

— Bom dia! — Cumprimento ele, quando entro em seu carro.

— Bom dia, senhorita... — Ele me ajuda a colocar o cinto. Óbvio que eu conseguiria, mas ele fez questão. Com esse gesto, consegui sentir o cheiro do seu novo perfume, algo forte e adocicado, diferente do que já senti. É bom.

Logos seguimos para a filial da Dior. Seguimos em um silêncio constrangedor. Aviso a estilista que estou chegando e volto para o Instagram. Respondo alguns comentários. Está chovendo forte agora e esse, é o único barulho que quebra o nosso silêncio.

— Posso fazer uma pergunta? — Ele quebra o silêncio. Assinto sem olhar para ele. Estamos parados em um semáforo. — Você não sente vergonha de andar no meu carro? — Sua pergunta parece simples, mas fico sem resposta.

Não é o melhor dos carros, mas nunca prestei muita atenção nesse detalhe. A presença dele é tão... sei lá, boa? Que nem ligo para o fato de não ser um carro excelente. Mas ele não precisa saber disso, não de mim.

— Nossa, qual impressão você tem de mim? — Desvio do assunto com um sorriso sem graça.

— Não... é só que... deixa para lá. — Ele sorrir e dá partida no carro. — Pelo que você me disse, o evento é em mais ou menos uma semana e por que estamos indo hoje?

Patricinha (✔)Where stories live. Discover now