CAPÍTULO XXV

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Já era de se esperar que o local estivesse lotado, tanto por ser uma corrida em que vários famosos estão, quanto por meu namorado está correndo e seus fãs querem vê-lo. Logo na entrada, tivemos problema para entrar, pois havia fotógrafos e fãs e eu, como boa pessoa que sou, parei para tirar fotos com todos que me aguardavam. É ótimo ser amada!

— Teríamos entrado mais cedo, se não fosse por Estela. — Mamãe reclama para meu pai. A encaro com indiferença.

— Eu? Quem estava se recusando a usar o vestido? — Provoco-a e ela dá de ombros.

— Se bem, que eu poderia está vendo de casa, na calmaria do meu quarto. — Volta a resmungar. — Sem falar nesse calor, com essa quantidade de gente. — Reclama abrindo seu leque. Estamos em uma área vip, a qual tem vista para toda a pista, mas mesmo assim, o ar-condicionado não estar dando conta do calor.

— Eu até tentei alugar só para a gente, mas como essas outras pessoas já estavam incluídas aqui... — Reclamo. Na verdade, essas pessoas são famosas ou parentes dos pilotos, mas pouco me importo, só queria o lugar para mim.

Me afasto para buscar champanhe com Dulce e ela sussurra que viu Bárbara em algum lugar. Quando me viro na direção que ela falou, a vejo com um sorriso arrogante.

— O que ela faz aqui? — Pergunto. Dulce faz cara de confusa.

— Antony está correndo também... — Ela aponta para a TV, a qual mostra os nomes dos pilotos. Além de Duda, Antony também está correndo pela Ferrari.

COMO? — Me exaspero. — Como nunca soubemos que ele corria profissionalmente?

— Comprou, provavelmente, a vaga. — Ela supõe. Isso é tão eles.

Voltamos para nossos lugares ao ouvir meu pai nos chamar, pois a corrida irá começar. Estou com um mau pressentimento e isso só aumentou quando vi a megera da Bárbara. A conheço há um tempo e assim como eu, ela não gosta de perder. Há tantas coisas que ela poderia fazer. Será que ela vai explodir esse local com a gente dentro? Ela não seria louca, já que ela morreria também.

— O que houve? — Meu pai me tira dos devaneios. Sorrio.

— Só nervosa. — Minto. Ele assentiu e diz que confia em Duda. É, papai, eu também, só não confio em Antony e Bárbara.

Dulce abre live em seu perfil, para transmitir a corrida, mesmo sendo transmitida na TV. Os carros se preparam e vejo o carro do meu amor. É um vermelho da Mercedes, com o número 15, o qual fora o dia em que nos reconciliamos. Amélia grita o nome do irmão, mesmo sabendo que ele não ouvirá, mas tudo bem, muita gente faz isso nas arquibancadas.

Sua posição é a vinte, ou seja, há 20 carros a sua frente. Logo que a corrida se inicia, fico com a cara grudada no vidro, observando os carros. Todos correm como loucos e por muito tempo Duda fica na posição 15, sem sair dela. Começo a ficar nervosa, pois ao total são 10 voltas e já estão na sétima e ele continua nessa posição. Na oitava volta, ele passa 2 carros e assume a décima segunda posição, mas logo assume a décima posição. Vibro de emoção, mas quando ele fica grudado com o carro de Antony, sinto um frio estranho.

Por favor, Eduardo... Imploro mentalmente para ele sair do lado dele e voltar para a décima posição.

— Eduardo Gonzales, está disputando o nono lugar com Antony Angel, piloto da Ferrari. Quem será que se colocará como nono, nessa última volta? — A voz do narrador só me deixa mais apreensiva.

Meus pais falam algo sobre Antony também correr, mas estou com um nó na garganta para responder algo. Olho para onde Bárbara está e a encontro com um sorriso frio, enquanto encara os dois carros lado a lado. Em um segundo, seu carro está quase passando Antony e quando pisco, vejo seu carro ser lançado contra as grades de proteção da pista. Tudo parece ficar em câmera lenta. Minha respiração falha ao ver o carro capota e dá indício que irá pegar fogo. O narrador fala algo, mas tudo escurece e sinto braços me apoiarem.

Patricinha (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora