Pensando em você

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Hermione estava tomando banho quando ouviu batidas na porta do banheiro. Franziu o cenho, tentando identificar o que a voz do outro lado dizia.

- Mi, chegou algo para você. Eu não ia receber, mas a coruja era um tanto... insistente. E impaciente! - O tom de voz do garoto era divertido, apesar de tudo.

- Ahn... Ok, Harry, er... obrigada.

A morena sentiu o rosto aquecer no mesmo momento. Será que era a carta de Pansy? Não, não poderia ser. Ela havia mandado sua carta ainda hoje. Pansy Parkinson nunca responderia uma carta com tamanha agilidade. Responderia? Foi só durante esse questionamento que ela percebeu o quanto seu coração batia num ritmo descompassado, suas pernas pareciam feitas de gelatina e seu corpo, involuntariamente, acelerava a finalização do banho que tomava.

Poucos minutos depois - que para Hermione pareceram muitos, talvez até eternos -, ela adentrou o quarto. O olhar ansioso procurava o que Harry chamou de "algo para ela". Então, seus olhos encontraram o envelope cuidadosamente deixado em cima de seu travesseiro. Tão depressa quanto conseguiu, ela foi à cama, onde se sentou. Reconheceu a letra com a qual estava grafado seu nome e se permitiu acariciá-lo, como se acariciasse a mão que o escreveu.

Por que a resposta tinha vindo tão rapidamente? Tão logo quanto o pensamento tomou sua mente, uma breve preocupação a atingiu, o que a fez abrir o envelope e retirar dele seu conteúdo com certa pressa. No momento, porém, que o abriu, se deparou com uma foto.

Hermione não saberia explicar o porquê, mas seus olhos se encheram de lágrimas vendo ela e Pansy, mais jovens, num momento de descontração. Ela já não se lembrava das palavras ditas em seu ouvido, responsáveis pela risada que tomou sua expressão em seguida, mas ela sentia saudade daquilo... de ter Pansy perto de si.

A saudade ardia em seu peito enquanto os olhos marejados acompanhavam as palavras da carta. O sorriso logo tomou seu espaço, de maneira natural e involuntária. Como havia feito antes, ela se permitiu ler e reler as palavras de Pansy, absorvendo-as e guardando-as num lugar especial dentro de si.

- Mi, tá tudo bem? - Harry apareceu na porta de seu quarto, interrompendo seu momento de transe.

- Tá tudo bem sim, é só... uma carta? - Hermione respondeu, claramente desconcertada.

- Você tava... chorando? - ele perguntou receoso.

- Não, quer dizer, sim, mas não, não é nada ruim, é só que, sabe, recebi uma carta, mas nada especial, quer dizer, é especial, mas não significa que...

Harry riu e saiu de sua posição, encostado no batente da porta, indo em direção à cama de Hermione, onde se sentou ao seu lado. Ela, num ato levemente desesperado, colocou a carta - e a foto - embaixo do travesseiro.

- Primeiro de tudo, respira. Respirou? - Harry a encarou com um olhar divertido. - Eu não vou te perguntar quem te escreveu e nem o que tá escrito, mas eu sei que tem algo aí, a julgar pelo seu sorrisinho abobado e sua dificuldade de organizar uma frase coerente.

Ouvindo as palavras do amigo e vendo o seu olhar divertido, ela suspirou.

- Já sentiu tanta saudade que chegou a doer? - Hermione se limitou a perguntar.

Harry assentiu, ainda sorrindo, o que a encorajou a prosseguir.

- É basicamente isso. Essa carta, bem... ela me causou ainda mais saudade. - Sentiu o rosto esquentar e o arrependimento das palavras ditas chegar no mesmo momento, então desviou o olhar para o chão. - Agora, sabe, não que eu esteja te mandando embora, mas eu preciso estudar.

- Até sábado? - Harry questionou num tom travesso.

- Principalmente sábado, Harry James Potter.

My best half - PansMione - ConcluídaWhere stories live. Discover now