John

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Assim que deixo Rosie em sua escola, ficando alguns minutos lhe observando as escondidas, e vendo o quão animada a menina ficava em meio a seus novos amigos, penso em Mary, e no tanto que estaria feliz ao ver nossa filha dando um passo tão importante em sua infância. Vez ou outra me pegava pensando em Mary... E no que ela estaria fazendo se ainda estivesse viva, e também se tudo o que estava acontecendo entre Sherlock e eu já seria esperado por ela. Não posso negar em pensar que sim, muitas vezes achava que Mary gostava mais de me ver com Sherlock do que com ela própria, sua animação em nos juntar e seu apreço por Holmes, era agora, muito específico para mim. Talvez, onde quer que ela estivesse nesse momento, estaria satisfeita com os atuais eventos na Baker Street.
Vou caminhando para St. Barts, era um jeito muito bom de pensar na vida, que para ser bem sincero, estava muito tranquila e sem grandes aventuras. Entretanto, viver com Sherlock Holmes, era a própria aventura em si, e principalmente no nível de envolvimento em que nos encontravamos... Todos os dias existia um obstáculo novo, e afirmo que isso não era algo ruim, pelo contrário, esses obstáculos mostravam que sim, ele era mais humano do que se poderia imaginar. E poder dizer a mim mesmo, que Sherlock Holmes era a peça que faltava em meu coração, sem dúvidas me libertava.

Próximo à ponte de Waterloo, ouço meu celular tocar.

-Alô? -Falo ao atender o telefone.

-Dr. Watson, sou eu Annabeth...

A voz da mulher estava visivelmente nervosa, já sabia bem do que se tratava só pelo seu tom de voz, paro abruptamente, para lhe dar mais atenção.

-Anna, tudo bem? -Pergunto preocupado.

-Por favor, me ajude... Acho que tem alguém aqui... Por favor...

-Me fale seu endereço, e permaneça trancada em seu quarto... Estarei aí em alguns minutos...

Annabeth passa rapidamente o endereço de seu apartamento em West End, e sem pensar duas vezes, confiro minha pistola no bolso de meu casaco, e pego o primeiro táxi para o prédio de Anna.
Esse seria o momento para Sherlock estar comigo, entretanto, a adrenalina era tanta, que me esqueço completamente em ligar para meu companheiro. A ânsia de chegar até o local de um possível crime, era tamanha que só consegui pensar em fazer com que o taxi fosse mais rápido.
Em menos de 10 minutos chegamos ao prédio em que Annabeth morava. Era o único prédio que se mantinha com a arquitetura da antiga Londres, se constratando ao restante das residências já construídas com a modernidade dos últimos 10 anos, tornando basicamente aquele lugar um ponto muito específico na movimentada West End.

Sem rodeios, entro no prédio, tendo fácil acesso ao apartamento 315c de Anna, o que de fato era um mau agouro, e já imagino encontrar algo nada saudável no interior do local. A porta do apartamento estava fechada, mas destrancada, apuro meus ouvidos, pegando minha arma já preparado para atirar em qualquer um que se encorajasse a me bloquear. Abro com cautela a fechadura, e me surpreendo com o ambiente em si... Estava na penumbra, cortinas fechadas, e algumas velas espalhadas aqui e ali na sala pequena, e ao que consegui ver, cuidadosamente organizada. O interior do apartamento no geral, era pequeno, contudo, amplo. Havia uma pequena lareira de mármore, ladeada por dois vazos de crisântemos, o fogo criptava preguiçosamente, aquecendo o ambiente, e criando um clima, digamos, romântico. Olho ao redor procurando quaisquer movimeto, mas nada chega ao meus olhos e ouvidos.
Sigo caminhando mais para dentro do local, passando pela pequena cozinha... E então me sobressalto ao ouvir o clic surdo da porta que em menos de um minuto atrás eu havia adentrado, me viro rapidamente em direção ao barulho, já preparado para usar a pistola se fosse necessário, mas sou surpreendido por Annabeth Laug, a moça estava de camisola de seda vermelha, decotada demais para que me sentisse confortável em lhe observar, seus cabelos estavam soltos, em um ângulo perfeitamente bagunçado, indicando que ela havia levantado à poucos minutos. Seu rosto não demonstrava medo, ou a angústia presente em sua voz ao me telefonar. Dou um passo em sua direção, ainda olhando ao redor a procura de seu Ex-namorado psicopata.

Aprendendo a Amar (Em Revisão)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt