Sherlock

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Fecho meus olhos.
Deixo minha mente vagar para meu palácio mental, onde existia um arquivo completo sobre Annabeth Laug. Não havia tempo, eu não fazia ideia do perigo que John estaria correndo naquele momento, me agarrava à esperança de que ele era esperto o bastante para não se deixar ser morto por qualquer que fosse o motivo. John... Ah John, porque não me deu ouvidos, eu nunca me enganava com as pessoas, e ele sendo meu amigo a tantos anos deveria saber disso.
Em menos de 10 segundos consigo com sucesso o endereço de acordo com as vestimentas e trejeitos de Annabeth, pego minha arma, e encho o bolso de meu sobretudo de balas... Era John em perigo, e isso ia além de minha possibilidade lógica de não matar pessoas. Faria qualquer coisa por ele, e repetia um mantra mental: "Seja esperto John... Seja esperto...".

-Lestrade? -Rapidamente disco o numero do D.I, era preciso estar preparado para o quê quer que fosse... Não saber de fato como John Watson se encontrava, necessitava de precauções, e eu não pouparia minha influência na policia, ou em qualquer órgão britânico para salvá-lo. -Preciso de seus melhores policiais, incluindo você mesmo no Distrito de West End 315c, entre o prédio Boulevard e Paramount... -sem entender muito, Lestrade resmunga estar em um caso naquele instante, lhe interrompo sem pensar duas vezes. -Ande logo Lestrade, John Watson está em perigo iminente... Rápido!

Desligo o telefone, e grito para Mrs. Hudson pegar Rosamund na escolinha, a mulher vem até mim esbaforida e preocupada, secando as maos no avental, perguntando o motivo de minha exasperação, lhe deixo falando sozinha. Aquele não era o momento para explicações, tempo era algo em que eu não tinha de sobra, e não me daria ao luxo de gasta-lo com a senhoria.
Pego um taxi, sentindo todos os meus órgãos internos se revirarem em um misto de nervosismo, medo e raiva, era inacreditável o dom que Watson tinha em se meter em encrenca, era surreal, beirava à loucura... Nunca mais lhe deixaria ar até a esquina sozinho. Meu coração pulsava vorazmente, a certeza que pairava em minha mente era que o ex-namorado stalker de Laug estaria mantendo John em cárcere... Ah mas esse maldito não sabia onde estava se metendo, eu mesmo garantiria sua ida para a prisão sem chance alguma de algum dia voltar a ver o céu morto de Londres.

Assim que chego em West End, não espero por Scotland Yard, seria um tempo precioso perdido. Com a arma em punho, respiro fundo algumas vezes controlando a vontade de arrebentar cada particula imunda daquele prédio à minha frente. Caminho para o Hall de entrada, o prédio era pequeno e antigo, com apenas 4 apartamentos, o que foi facil demais encontrar o caminho do 315c. Não havia sinal de luta em lugar algum no corredor que dava acesso ao bloco, muito menos de possíveis arrombamentos na porta do 315c. Não havia movimentações, então pego minha lupa, e analiso a fechadura, apenas duas digitais diferentes... Uma possivelmente de John... Não existia provas de que haviam saído do apartamento, sendo assim, quem estivesse mantendo John em risco estaria agora mesmo atrás daquela porta. Era vital não me anunciar, seja lá o plano que o Stalker tinha em mente, não poderia por a prova. Sem muito esforço, passo um crachá no vão da porta, que com a graça de Deus, se abre com um click surdo.

Alguém estava no banho. Havia o barulho obvio de chuveiro vindo do corredor estreito que levava a duas portas; quarto e banheiro. Adentro o ambiente intrigado, velas gastas espalhadas pelo chão, indicando um possivel encontro amoroso. Sigo caminhando com cautela, tentando ao máximo impedir que meus passos produzissem qualquer tipo de ruido. Era uma lugar pequeno e harmonioso, se encaixava perfeitamente ao estilo de Annabeth. Ao dobrar para a sala, meu corpo congela... Sinto uma onda de desespero e agouro me invadir, vejo John preso por algemas, descordado, com a cabeça pendida para frente em um angulo estranho, as pernas frouxas, e sua camisa xadrez aberta até o umbigo. Seu rosto estava pálido, brilhando de suor, a boca ressecada pela falta de hidratação, logo não havia bebibo água a muitas horas. Pelas características de sua inconsciência, deduzo estar drogado por uma grande dose de diazepam... Céus...

Aprendendo a Amar (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora