Memories • ZM •

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Estávamos de volta em Londres há alguns dias e não precisou de muito tempo até que um tédio gigantesco me engolisse! Não existia mais nada de útil para eu fazer e estou cansada de dedicar grande parte dos meus dias às fisioterapias e também as sessões de terapia que tenho toda quarta-feira. Sem falar que sou atendida em casa, ou seja, mal saio dessa fortaleza.

Odette tem estado ocupada no trabalho, porque estão em semana de provas, então ela não pode me salvar do tédio. Já li alguns livros da faculdade, arrisquei a pintar, assisti inúmeras séries e os álbuns de Zayn vivem se repetindo na minha playlist do celular. Até mesmo a internet ficou saturada e depois de descobrir todas as ferramentas que existem dentro de um smartphone, não havia mais nada para fazer no meu celular.

Tereza notou minha inquietação e me convidou para ajudá-la com o almoço hoje. Mas, não foi algo que me ajudou muito, porque não sou boa na cozinha. Então, não demorei a ficar entediada outra vez. Deixei Tereza para trás e subi as escadas em direção ao segundo andar.

Entro no quarto de desenhos e olho para a tela que comecei a pintar ontem. Está horrível, usei cores que não combinam e o que supostamente deveria ser um pôr do sol, está mais para um campo barrento. Olho para a minha estante e não havia nada de novo nela, porque eu já me aventurei em todos os livros e álbuns de fotos. Uma das câmeras parece chamar o meu nome e fiquei na ponta dos pés para alcança-la na última prateleira.

Adoro ver fotos e vídeos também, me dá a sensação de recuperar aquelas memórias. Posso não saber o quê houve depois ou antes daquilo, mas ao menos sei que vivenciei aquele momento, então tem sido emocionante.

Na terapia, cheguei a conclusão de que ver fotos e vídeos me ajudam a não ficar depressiva com a ideia de não me lembrar. Fico feliz que eu tenha criado o hábito de registrar vários momentos da minha vida, porque estão sendo muito úteis agora.

Jogo o meu corpo no divã ao lado da janela e quando estou confortável o suficiente, começo a ver o que havia naquela máquina. Foi uma das poucas que ainda não explorei.

Com essa minha mania de ver fotos, percebi que minha vida é bastante agitada, mas não há muitas pessoas nela. Tenho Zayn, sua família - que é bem grande, diga-se de passagem - Odette, Tereza e alguns outros rostos que conheço do trabalho. Questionei Zayn sobre isso e sua resposta foi algo que eu poderia ter previsto.