IX - Sétimo ano: We Are Infinite.

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HOGWARTS, 1997. 

  Muitas vezes existem coisas que gostaríamos de dizer à pessoas, mas apenas deixamos elas viverem. Era exatamente assim que Draco se sentia agora. Uma dúvida vagava sua mente de: O' que aconteceria se eu dissesse o que sinto para Harry Potter? Talvez porque ele queira, lá no fundo, que Harry o segure sem o machucar. Porque se ele fizer isso, será o primeiro a fazer.


Ele desceu a grande escadaria da sala de adivinhações, carregando a bolsa de lado com as coisas socadas ali dentro de uma forma tão preguiçosa que mais tarde se arrependeria quando visse as anotações todas amarrotada. Virando um corredor aqui e um ali, nada fora do comum. Seus amigos estiveram o rondando e Draco agradeceu mentalmente por, ainda que fossem assuntos chatos, eles fizessem questão de estarem ali, falando.

─ Blaise, você nunca me disse por qual garota você é apaixonada ─ Pansy abriu um largo sorriso malicioso e rodou em volta dos amigos, girando ─ como sua melhor amiga eu deveria saber.

  Draco virou o rosto curioso (por mais que jamais fosse admitir) e encarou o melhor amigo, esperando a resposta tão ansiosamente quanto Pansy, mas Blaise pareceu ficar com um fio de expressão nervoso. Passando a mão nos cachos longos e uniformes que haviam crescido juvenialmente, pressionando os lábios e fazendo com que as pequenas covinhas tomassem lugar. Desviou o olhar dos amigos e soltou ar pelo nariz como se a resposta fosse óbvia ─ de nenhuma, é claro.

─ Nossa, como você é careta ─ Pansy suspirou convencida e virou o rosto distraída o suficiente com as pessoas por quem passavam no corredor, já Draco sabia que Blaise estava mentindo, então lançou um olhar reprovados a ele, que sussurrou algo como "eu não seu do que você está falando" e Draco soube, ali, que aquilo era sobre algo que iria ferir o orgulho do amigo, mas ainda sim, não iria desistir de descobrir.
 
  Se dispersando, virou um corredor antes, destinado a ir às estufas ver se as rosas brilhantes haviam crescido. Descendo a escadaria e derrubando os livros quando encontrou com Ginny e Harry aos agarros.

─ Oh ─ Malfoy não sabia aonde por as mãos, encarando os dois. Não importava quantas vezes aquela cena se repetisse, sempre era desconfortável, então ele apenas abaixou juntando os livros e sentiu a ponta do dedo de Harry encostar na dele quando o moreno se abaixou para ajudar também ─ desculpem, não sabia que vocês estavam aqui ─ puxou os livros da mão de Harry se levantando rápido e virando, mas voltando ─ sabe, eu acho que vocês pelo menos deveriam ir a um lugar mais reservado.

─ Malfoy eu...─ Harry começou a se explicar mas parou quando Draco negou com a cabeça, coçando a nuca e suspirando ─ Desculpe.

─ Desculpe? Há ─ Malfoy negou em descrença, sorrindo sarcástico e virando em passos apressados ─ você nunca faz nada de errado, Harry, nunca...

[...]

  Draco estava largado no chão com as costas contra o acento do sofá em frente a lareira, com o caderno em mãos.

Querido Diário;

Sinto que tenho um prazo. Sinto que esse prazo está acabando e o tempo é realmente curto, em breve algo grande vai acontecer, e eu não sei se estarei pronto.

Querido Harry;

Me desculpe por não te beijar, mas é obviu que eu gostaria. Ah, este 7 anos foram lindamente estúpidos.

Pequenas rosas crescem na minha pele, onde está machucado.

Você está tão bonito este ano, e é triste porque isso machuca. Eu faria de tudo por você, mas você faria por mim também?

THE DIARY, drarry | ✔Where stories live. Discover now