cotton candy

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Os minutos na roda gigante passaram tão rápido, só perceberam que estava no fim quando foram chamadas para descer. Lá fora já devia ter escurecido há muito tempo, não sabiam ao certo.

Catra suspirou, não queria que aquele momento delas acabasse nunca. Poderia ficar ali para sempre sentindo o calor da mão de Adora sobre a sua enquanto sentia também o doce cheiro de seu perfume inconfundível, era seu novo cheiro favorito.

Olhou para a garota ao seu lado sem acreditar que havia passado um dia inteiro com alguem tão incrível como ela. Os fios claros de Adora caíam sobre sua testa, seu topete estranho estava bem bagunçado. A morena sorriu, o que fez a loira arquear a sobrancelha confusa.

Se lembrou do quanto ficou nervosa antes de falar com Adora na cafeteria, nunca estivera tão feliz em ter tomado uma atitude. Soltou um suspiro orgulhosa de si mesma, o que era um sentimento bem novo pra ela; mas era bom, muito bom, igual a todos que experimentou o dia inteiro ao lado da loira de olhos azuis brilhantes e sorriso bobo.

Aquele turbilhão de emoções a deixava nervosa, nao podia negar. Tinha medo de dar um passo em falso e estragar tudo, como sempre costuma fazer. Conseguiu se manter firme por tanto tempo naquele dia, não poderia se desequilibrar agora. Chegou até a se perguntar se não estava indo rápido demais.

"Adora merece que esse dia seja totalmente perfeito, se acalma! Agora não é a hora"

Desceram da roda gigante com as mãos entrelaçadas e meio perdidas em seus próprios pensamentos.

[...]

Antes de saírem definitivamente do parque, a loira fez questão de parar em uma barraquinha que vendia algodão doce e, claro, Catra não conseguiu resistir também.

-- Não acredito que você vai me fazer comer isso - falou pegando o algodão doce de cor rosa da mão do vendedor.

-- Ah eu vou sim, isso não é nem coisa de se reclamar. É algodão doce, Catra!!! - sorriu animada como havia feito quase o dia todo.

Caminharam para frente, parando bem perto da saída.

A morena sorriu e tirou um pedaço daquele negócio de textura meio duvidosa e estranha. Mas, ao colocar na boca e sentir o sabor doce invadí-la assim que a comida derreteu em sua língua sua concepção mudou totalmente.

Adora olhou para os olhos bicolores da outra ao seu lado brilhando, um sorriso de canto, um tanto orgulhoso, se formou em seu rosto logo em seguida:

-- Você gostou, né? Eu disse que é perfeito!

-- Mas eu nem disse nada ué - arqueou uma sobrancelha - É legalzinho, dá pra comer! - colocou mais um pedaço na boca.

-- Não vai me dizer que nunca tinha comido algodão doce, né? - a loira riu por um instante, mas logo percebeu a expressão estranha no rosto da outra e como ela ficou calada após sua pergunta.

Adora sorriu acanhado e logo ficou nervosa, havia falado algo errado? Seu pescoço esquentou, mas manteve-se firme e respirou fundo:

-- Hey Catra, foi mal não quis te deixar triste... - foi interrompida pela latina.

-- Não me deixou triste, relaxa! Mas é... eu nunca tinha comido isso daqui e é... muito bom - deu de ombros e sorriu de canto assim como a loira havia feito antes.

Logo Adora voltou à postura de antes sorrindo orgulhosa:

-- De nada então, gatinha!

"Gatinha..."

O coração de Catra disparou e ela sentiu um calor nas bochechas.

"Que droga, Adora, por quê você mexe tanto comigo desse jeito?"

Catradora • Sweater WeatherWhere stories live. Discover now