"- Me deixa cuidar de você...- Ele disse enquanto me abraçava.
- V-você não t-tem que fazer isso. - Eu falei em meio as lágrimas.
- Eu sei que não, mas eu quero! - Ele beijou minha testa e passou o polegar carinhosamente pela minha bochecha. - Eu...
Eu estava admirando uma das obras de arte que estavam expostas. Olhei as pessoas ao redor, me senti solitária. Os pais trazendo seus filhos ou os casais andando por aí, todos tinham alguém. Deixei uma lágrima escapar e suspirei.
— Está tudo bem ? — Me viro e tem um homem alto de terno ao meu lado.
— Sim. — Forço um sorriso. — Obrigada por perguntar.
— Gosta de arte ? Ou está aqui acompanhando alguém ? — O moreno perguntou e eu sorri para a obra na nossa frente.
— Eu amo arte. É o meu mundo. — Ele sorriu e eu fiquei encantada. Que sorriso perfeito.
— Vai participar do concurso? Está quase começando.
— Eu me inscrevi, mas é só por diversão. — Eu não me importava em ganhar, o mais importante era participar e se divertir.
— Eu estou ansioso para ver a sua pintura. — Ouvimos uma moça chamando os participantes pelo microfone. — Boa sorte...
— Milla. — Respondi sorrindo.
— Boa sorte, Milla. Eu me chamo Noah. — Ele esticou a mão para me cumprimentar e eu suspirei quando nossas peles se tocaram.
— Obrigada Noah. — Me virei para ir embora.
— Te vejo por aí? — Ele perguntou. Eu ri e assenti. Por fim, fui em direção ao espaço dedicado a competição.
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Tinha muitas pessoas, mas isso não importava. Eu encarei as tintas e os materiais ao meu redor, em seguida olhei para a tela em branco...Me desliguei de tudo e de todos antes de começar, pintei com o meu coração. Derramei minhas tristezas e frustrações na tela, era a minha válvula de escape.
Noah
Eu estava admirando aquela menina de longe. Eu sinto que ela tem muito mais a dizer do que aparenta. A Milla parecia ser animada e alegre, mas eu sinto que ela está triste.
Eu me encantei quando entrei no Museu e vi aquela menina. Ela era baixinha e tinha os cabelos cacheados, olhos castanhos e cativantes, a pele negra não retinta... Quando vi uma lágrima escorrendo pelo seu rosto eu não aguentei, tinha que me aproximar. Ela disse que era artista, eu fiquei curioso para saber mais sobre isso.
Agora eu estou aqui, a observando. Ela pinta com tanta devoção, como se o resto não importasse, como se ali só existissem ela e a sua obra. O tempo foi passando e finalmente vi lá se sentar sob os joelhos e sorrir para sei trabalho.
Todos podiam se aproximar para ver as obras, não perdi tempo em chegar perto dela. A sua obra era incrível, parecia uma fotografia, mas eu sentia uma tristeza vindo dela.
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— Você é uma ótima artista. — Ela pulou pelo susto. Talvez eu não devesse ter aparecido atrás dela de repente.
— Noah! Não me assusta assim, não gosto de levar susto. — Ela falou com a voz chorosa e um biquinho nos lábios.
