Capítulo 04

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A cada minuto que passava eu me distanciava mais ainda de Bristol Winston estava sentindo um misto de emoções, me sentia livre e aliviada só que uma parte de mim se perguntava será que fiz a coisa certa?. Se eu tivesse ficado talvez pudesse ter feito meu pai mudar de ideia ou talvez não. Lembro de tudo que foi dito por ele e tudo que passei esses últimos anos então partir foi uma decisão difícil porém necessária.

Senhor Aspen me fez várias perguntas eu entendia perfeitamente sua cautela afinal ele estava levando com si uma desconhecida no mínimo queria saber mais sobre mim.
Contei a ele minha história... minha meia história deixando de lado o fato de meu pai estar vivo por mais que no início quisesse mentir sobre minha história não consegui ele me olhava de uma forma tão calorosa não pude mentir. Então falei para ele sobre minha infância que eu tinha 25 anos estudei em casa a vida toda e sabia de tudo um pouco.

Ele me escutou o tempo todo atenciosamente por fim perguntou :

- Em que pretende trabalhar na cidade?. Me disse que nunca saiu do seu vilarejo então como pretende viver em um lugar que não conhece?.

Boa pergunta, eu não tinha ideia.

- Ainda não sei mas darei um jeito.

- A senhorita nunca trabalhou em nenhum lugar que não seja em casa não é ?.

- Não.

- Seria de grande ajuda se tivesse alguma carta de recomendação.

Fiz que sim com a cabeça, ele estava certo como eu ia arrumar trabalho se eu nem sequer tinha nenhuma carta de recomendação e muito menos experiência.

- Vamos ver o que podemos fazer para ajudá-la.

Foi como se fosse uma promessa para mim aquele homem que não me conhecia estava salvando a minha vida mesmo sem saber. Penso em como a situação era estranha estava fugindo com pessoas que eu não conhecia para um lugar que eu também não conhecia, qualquer um podia dizer que eu era louca .

Eu queria saber mais sobre Aspen se ele tem uma carruagem ele não deve ser tão pobre assim afinal não era todo mundo que podia se dar a esse luxo de ter algo como uma carruagem.
Depois de algumas horas de viagem eu tomei a liberdade de lhe fazer algumas perguntas sobre ele sem ser inoportuna.

Descobri que era um comerciante de joias e também um historiador morava em uma fazenda em Thurso, ele era o cuidador legal de Felicity sua mãe havia morrido a apenas alguns meses e seu pai tinha ido embora para Londres a deixando ao cuidados de seu avô. Fiquei triste por saber que sua filha havia morrido a poucos meses talvez por isso ele tenha tido compaixão de mim ele entendia minha dor ele também perdeu alguém que amava. Felicity era uma menina tão adorável e alegre que olhando para ela não poderia imaginar que havia perdido sua mãe tão jovem quanto sofrimento aquela pequenina carregava.

Eu não sabia dizer quanto tempo estávamos naquele ritmo minhas pernas já estavam dormentes de ficar apenas em uma posição sem contar que estava começando a ficar enjoada, coloquei a cabeça na janela para observar e estávamos passando por uma ponte eu podia ver montanhas e mais montanhas verdes.
Eu podia sentir o vento em meu rosto era um lugar realmente com uma vista maravilhosa jamais havia visto tanta beleza e eu que achava que meu pequeno quintal era um paraíso.

Meu pensamento se voltou para meu pai a essa hora já devia ter chegado em casa e já deve ter percebido que fui embora ele devia estar furioso.
O que será que acontecerá com ele?. Eu não queria que nada de ruim lhe acontecesse apesar de tudo .
Balancei a cabeça tentando afastar esses pensamentos seria melhor para mim não pensar mais nele eu tinha que esquece-lo ele não merecia nem sequer meus pensamentos.

Depois de algumas horas a carruagem parou e descemos em um lugar que parecia ser uma pousada .

- Precisamos descansar e comer algo. Tenho certeza que estão com fome não estão?.

- Sim .

Respondemos eu e Felicity depois rimos. Aspen reservou dois quartos um para ele e o cocheiro e um para mim e Felicity, a noite já estava caindo logo depois que jantamos fomos para os quartos .

Tomei um longo banho que estava precisando e ajudei Felicity penteei seu cabelo enquanto lhe contava algumas histórias de minhas travessuras de infância. Depois deixei que ela fizesse o mesmo com meu cabelo enquanto ela me contava mais de seu avô e o lugar onde morava, seus amigos, seus familiares...
Nós rimos, cantamos e dançamos me diverti como não acontecia havia anos.
Por fim deitamos exautas :

- Obrigada Felicity.

- Não precisa agradecer já agradeceu o suficiente o dia todo.

Continuei :

- Obrigada por ter pedido para que senhor Aspen me ajudasse e obrigada por essa noite, sabe eu me diverti muito com você hoje e fazia tanto tempo que eu não sabia o que era isso.

A menina sorriu de orelha a orelha e disse :

- Eu também não me divertia assim havia tempos obrigada.

Então ela me pediu que eu lhe contasse uma história e logo depois dormimos.

Na manhã seguinte partimos bem cedo e seguimos assim passávamos quase o dia todo na estrada e as noites em pousadas. Era uma viagem muito cansativa e seguimos assim por praticamente uma semana.

- Olha Isabel !.

Eu estava tão distraída com meus pensamentos que não percebi que havíamos chegado a cidade.
Fiquei de boca aberta diante do que via .

Eram tantas ruas tantas casas e tantas lojas que eu já nem sabia por onde já havia passado ou não. Por fim paramos perto de uma calçada e descemos eu olhava para todos os lados maravilhada com toda aquela imensidão da cidade era muito bonita.

Eu disse :

- Nossa!. Eu não imaginava que fosse assim olha só para isso .

Aspen me olhava igualmente animado mas foi a expressão no rosto de Felicity que me chamou atenção ela estava de cabeça baixa parecia triste e desanimada fui até ela perguntando :

- O que aconteceu pequena ?.

- Daqui iremos para casa o que você vai fazer para onde vai ?.

Foi então que percebi eu havia chegado a cidade havia chegado ao meu destino Aspen se comprometeu a me trazer até aqui e fez isso só que agora eu tinha que encontrar meu caminho, eu não achei que isso seria assim mas a perspectiva de deixá-los e de nunca mais vê-los era horrível eu havia me apegado tanto aquelas pessoas, eu havia me apegado tanto aquela garotinha me doia pensar em deixá-la.

Fiquei de joelhos e segurei suas mãos :

- Vou ficar bem pequena .

- Mas nunca mais nós nos veremos.

Seus olhos se encheram de lágrimas não pude suportar ve-la daquela maneira então não pude mais segurar as minhas próprias lágrimas a abracei e assim choramos por alguns minutos .

Eu disse a ela :

- Quero te dar algo.

Peguei o par de brincos e coloquei em suas mãos a garota me olhou surpresa e disse :

- E mesmo pra mim?. Obrigada.

- Vem deixa eu colocar. Isso aqui é muito especial para mim então eu darei a quem também é muito especial para mim .

- Eu sou especial para você ?.

- Sim você é.

- Você também é para mim .

E com isso mais lágrimas vieram.

O destino de Isabel Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu